quarta-feira, 7 de março de 2012

A máscara caiu.



Me lembro em pequeno que chegava a época do natal, meu coração se enchia de alegria. Uma alegria então inexplicável. Digo inexplicável porque não era pelo fato de ser época natalina. Essa alegria era tanta que eu procurava “ajudar” as pessoas. Lembro-me que uma dessas vezes, vendo que o lixeiro havia passado, peguei a lata de lixo de uma senhora vizinha e a levei até seu apartamento. Recebi um “obrigado, meu filho” e desci todo feliz.

Mas me lembro também, que minha mãe, ao tomar ciência deste fato, me chamou a conversar. E perguntou-me: meu filho, uma linda ação, até porque nossa vizinha é idosa e subir e descer as escadas do seu prédio a cansa em demasia, mas porque fez? Respondi alegre que não sabia e que apenas me dera vontade naquele momento de fazer. E ela continuou me indagando: você já fez isso antes? Alguma outra vez essa vontade se apoderou de você? Pretende continuar fazendo? Diante de tantas questões também perguntei porque? E ela me respondeu: Nesta época do ano, as situações se apresentam propícias a boas ações. Mas é importante que essas boas ações, sejam constantes em nossas vidas. Isto porque se a fizermos somente em determinadas ocasiões, irá denotar interesse. É como se estivéssemos fazendo aquilo somente para “receber” presentes, agrados. Assim, é ideal que você (eu) tenha em sua mente que as boas ações não devem ser feitas somente em épocas alegres, mas durante toda sua vida, sob o risco de parecermos “mascarados”, pessoas que fazem as coisas por interesse. Confesso que escutei aquilo e me entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Mas se isso aconteceu, porque estaria eu me lembrando disso agora?

Eu me lembrei após ver uma “máscara” do coelhinho da páscoa. (rs). Não que pactue da idéia que a Páscoa tenha alguma coisa a ver com coelhinhos que colocam ovo. Isso está longe de verdadeiramente associarmos os verdadeiros símbolos cristãos para a páscoa, já que cada um tem um significado especial, que não deveria ter sido unido. Mas a “máscara” me fez rever algumas coisas que não raramente faço, mas que nesta época, sugestiva a uma reconciliação com Deus, eu procuro não fazer. Passa o tempo da páscoa, muitas das vezes volto a cometer os mesmos erros de antes, me esquecendo de tudo aquilo que vivenciei. É como se eu vestisse a minha “mascara” de coelhinho e saísse distribuindo ovinhos a quem encontrasse pela rua.

Acho que esta imagem da máscara me apareceu hoje com dois propósitos: um, me trazer a lembrança a minha mãe e suas sábias palavras que me serviram a educação; outra, fazer um exame de consciência e ver como tenho agido em relação a minha bisca a Cristo, como tem sido meu comportamento não só na época da páscoa, mas durante toda minha caminhada. Não posso somente nesta época me martirizar, fazer jejum ou me abster de coisas nocivas à minha essência religiosa, mas isto deve ser constante na minha caminhada. As boas obras não devem ser praticadas somente agora, mas sim, com mais intensidade que em outras épocas.

Que essas boas lembranças da minha infância continuem me influenciando para que possa ser um bom cristão. Obrigado minha mãe pelos seus ensinamentos. Senhor, tire de mim a “máscara de coelhinho” e me torne um cristão verdadeiro durante toda minha vida, em qualquer lugar que eu esteja e com qualquer pessoa que eu encontre.

Acho que hoje a "máscara" caiu!.