Homilia 07 02 2013
“Recomendou-lhes que não levassem nada para o caminho, a não
ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura.”
O Evangelho de hoje vem nos falar a respeito de “renúncia”, “desapego”.
Olhando para dentro de cada um de nós, podemos observar que por
vezes somos pessoas com uma forte tendência ao apego, e apego exagerado, tanto de
pessoas quanto de coisas, que acabam, inclusive, por expulsar Deus do lugar D´Ele,
dentro de nosso coração.
Como humanos, ainda que se diga que temos um enorme coração,
na verdade temos um coração limitado. É
o amor aos filhos, à família, aos amigos, a Deus... daí, a partir de começar
também a encher o coração de bens matérias, com o excesso de bens às pessoas
que nos cercam, o amor a Deus vai ficando sem lugar, vai ficando distante, pois
a nossa atenção volta-se para o que está mais próximo de nós.
Através da Palavra de hoje, vemos que a cura, a restauração,
a libertação, se inicia a partir do desapego às coisas materiais: não leveis
duas túnicas, não leveis dinheiro, enfim, que partam livres deixando para trás
o que lhes poderiam desviar atenção do que deveriam fazer.
O apego exagerado de certa forma nos escraviza. Vejamos o ciúme,
que nada mais é o apego exagerado à pessoas: ciúme do marido, dos filhos, dos
amigos. E o exagero deste apego por vezes desgasta uma relação. E quantas vezes
compramos coisas desnecessárias e deixamos em um canto da casa, sem utilizar,
mas também sem deixar que joguem fora ou doem? E onde fica a fé na provisão de
Deus? Ele não nos provê do necessário para a subsistência? É preciso ser livre.
É preciso se desfazer de determinadas coisas, principalmente porque esse apego pode
nos fazer mal. O que importa nessa vida é termos o necessário, sob pena de nos
tornar escravo das pessoas e coisas. É preciso rever este conceito, é preciso
ser liberto dessas amarras.
Peçamos hoje a Deus que possamos ser livres e como filhos e
filhas de Deus, levar somente o necessário e vivendo uma vida completamente em
Deus, dar testemunho das maravilhas que Ele opera em nós. –
Pe. Marcelo Cretton