terça-feira, 25 de maio de 2010

Pentecostes

Não consigo conter a alegria do meu Pentencostes e a saudade que sinto de tudo o que vivi nesta última semana de oração pela unidade. Ainda quero escrever aqui sobre isso, mas falta-me algum tempo. Mas o farei. E se alguém tiver interesse, me cobre.

Hoje de uma forma especial, escrevo pois as leituras propostas para este dia, me tocaram muito: 1Pe:1,10-16; Sal:98,1-4 e Mc:10,28-31.

28. Pedro começou a dizer-lhe: “Olha, nós deixamos tudo e te seguimos”.
29. Jesus respondeu: “Em verdade vos digo: todo aquele que deixa casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos e campos, por causa de mim e do evangelho,
30. recebe cem vezes mais agora, durante esta vida — casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições —, e no mundo futuro, vida eterna.
31. Muitos, porém, que são primeiros, serão últimos; e muitos que são últimos serão primeiros”.

Ontem víamos que um jovem chegava a Jesus e lhe perguntava sobre o que seria preciso fazer para que pudesse alcançar a vida eterna. Quando Jesus enumera os mandamentos, o jovem lhe diz que isto já fazia, desde sua mocidade. Jesus então o abraça e lhe diz que somente lhe falta uma coisa: vender tudo o que tinha e dar aos pobres e assim, garantir seu tesouro no céu. Diz a bíblia que o jovem retirou-se muito triste, porque tinha muitos bens.



A passagem de hoje nos mostra uma preocupação de Pedro com o futuro, e nos mostra que ele começa a interpelar Jesus, dizendo-lhe que ele e os outros discípulos haviam largado tudo e o seguido. Jesus então lhes responde dizendo-lhes que aquele que larga tudo para trás, receberá cem vezes mais. Nesta vida, em sofrimento, com perseguições, mas no futuro, a vida eterna.



Queridos irmãos, amigos. As leituras de hoje nos chamam a um exercício de conversão. A vivermos uma nova vida em Cristo, buscando a santidade, porque nosso Pai é Santo, como em 1 Pedro, 1, 15-16.



A princípio, as palavras de Jesus podem parecer estranhas e duras. Largar tudo, deixar tudo para trás, pai, mãe, filhos, irmãos, terras, para poder alcançar a vida eterna, as vezes pode parecer uma provocação, já que Jesus dizia que os ricos não alcançariam o reino. Se assim o fosse, poderíamos dizer, então, que o pobre já tinha garantido o sue lugar. Mas não é assim que devemos ver. “Deixar tudo para trás” é viver uma nova vida, é se despir de tudo aquilo que nos impede de ter uma vida de santidade. É deixar para trás o “velho homem” e se converter aos princípios cristãos, é buscar a santidade pois nosso Pai é Santo. Não é o fato de deixar pai, mãe, vender tudo o que tem, mas, sim, de se preocupar mais com o “servir” do que ser “servido”. Jesus veio para servir, para ser servo. Se buscamos a santidade, se buscamos a vida eterna, é por este caminho que devemos nos colocar: servir. Dar tudo o que tem aos pobres, tornaria estes diferentes de nós e somente trocaríamos de lugar, mas ao dividirmos o que temos, ao ajudarmos aos que precisam, diminuímos a margem que nos distancia e estamos dando nossa prova de amor.



Pedro vem nos dizer hoje – 1 Pedro, 1, 10-16 que, uma vez seguindo a Jesus, como filhos obedientes, não devemos olhar para trás, não devemos praticar mais atos que praticávamos, ter os valores que antes tínhamos, que devemos nos esquecer de tudo o que nos motivava a viver uma vida fraca, passageira, pois que tudo aquilo fazia então, parte de um passado, do tempo em que ainda não conhecíamos as Palavras de Cristo. Agora que sabemos e estamos alertados para o que precisamos fazer para alcançar a vida eterna, devemos proceder de maneira a buscar sempre a santidade, a mudar nossos hábitos e costumes.



Largar pai e mãe é não depositar sua salvação nos homens, naqueles que lhes são caros. O nosso porto seguro deve ser sempre Jesus. É NEle que devemos buscar a salvação, é Nele que devemos ter apego, é Ele o nosso provedor, a nossa família. Largar tudo para trás e seguir a Cristo é muitas das vezes uma grande dificuldade para nós, mas é um exercício contínuo pela busca da santidade. Diariamente ocorrem diversos fatores que nos desencaminha, que nos tira o sossego, que nos usurpa a paz que recebemos. Jesus vai nos dizer isto no versículo 29, ao se reportar às perseguições que sofreríamos mas, se buscamos a vida eterna, devemos estar vigilantes, pois no futuro a teremos. Isto é promessa de Cristo. E se temos fé, ainda que do tamanho de um grão de mostarda, receberemos nosso galardão no céu.



Portanto amados, busquemos hoje refletir sobre nossa vida atual, vida de agora cristãos, convertidos ao cristianismo, seguidores de Cristo. Não olhemos para o que deixamos para trás. Nossa vida antiga já não mais deve existir. Vícios de linguajar, desespero, arrogância, mesquinharia, soberba, impaciência, intolerância, etc., tudo isso é coisa do velho homem. Se pela graça de Jesus uma nova criatura surgiu, esta agora deve ser sua caminhada: a busca pela santidade, pela vida eterna.



Eu preciso muito me escutar escrevendo sobre isto.



Na paz de Cristo, nosso único Senhor e Salvador,

terça-feira, 18 de maio de 2010

Reunidos no cenáculo II

1. Assim Jesus falou, e elevando os olhos ao céu, disse: “Pai, chegou a hora. Glorifica teu filho, para que teu filho te glorifique,
2. assim como deste a ele poder sobre todos, a fim de que dê vida eterna a todos os que lhe deste.
3. (Esta é a vida eterna: que conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que enviaste)
4. Eu te glorifiquei na terra, realizando a obra que me deste para fazer.
5. E agora Pai, glorifica-me junto de ti mesmo, com a glória que eu tinha, junto de ti, antes que o mundo existisse.
6. Manifestei o teu nome aos homens que, do mundo, me deste. Eles eram teus e tu os deste a mim; e eles guardaram a tua palavra.
7. Agora, eles sabem que tudo quanto me deste vem de ti,
8. porque eu lhes dei as palavras que tu me deste, e eles as acolheram; e reconheceram verdadeiramente que eu saí de junto de ti e creram que tu me enviaste.
9. Eu rogo por eles. Não te rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.
10. Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu. E eu sou glorificado neles.
11. Eu já não estou no mundo; mas eles estão no mundo, enquanto eu vou para junto de ti. Pai Santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um, como nós somos um.


Salve povo amado de Deus,

Que este seja mais uma dia de alegria e glória Naquele que nos uniu.

Queridos irmãos, iniciamos no domingo mais uma semana dedicada a oração pela unidade dos cristãos, a vontade da união cristã, como Jesus pediu. Esta é mais uma etapa na longa jornada em busca da reconciliação, da unidade, de voltar a ser uma só igreja, não uma igreja física com seus dogmas e mandamentos, mas uma igreja centrada no único fundamento que é Cristo. Ou é isso ou de nada adiantou toda sua paixão, todo seu ensinamento, tudo o que deixou. È verdade que esta tão pretendida união é difícil, mas também é verdade que não é impossível, pois se nosso Deus é o Deus do impossível, nada pode contra seus desejos. Como diz o autor do belo louvor “Posso sentir os seus anjos aqui” (Banda Canal da Graça) “Quando unimos nossas vozes para louvar o inimigo vai querer nos disperssar; por isso clamamos ao Senhor que mande seus anjos por nós lutar contra o mal.”

Amados, a desunião não vem de Deus. Deus nunca quis seu povo disperso. Nós homens é que buscamos esta dispersão. Desde os tempos de outrora, já na época dos primeiros “cristãos” essa dispersão já era sentida e preocupante. Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios demonstra essa preocupação no capítulo 1, versículos 10 a 15:

10. Irmãos, eu vos exorto, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, a que estejais todos de acordo no que falais e não haja divisões entre vós. Pelo contrário, sede bem unidos no sentir e no pensar.
11. Com efeito, pessoas da família de Cloé informaram-me a vosso respeito, meus irmãos, que está havendo contendas entre vós.
12. Digo isto, porque cada um de vós fala assim: “Eu sou de Paulo”, ou: “Eu sou de Apolo”, ou: “Eu sou de Cefas”, ou: “Eu sou de Cristo”!
13. Será que Cristo está dividido? Será Paulo quem foi crucificado por amor a vós? Ou foi no nome de Paulo que fostes batizados?
14. Dou graças a Deus por não ter batizado nenhum de vós, a não ser Crispo e Gaio.
15. Assim, ninguém pode dizer que fostes batizados no meu nome.

Vivendo ainda Jesus sob a forma humana, perguntou aos seus discípulos quem eles achavam que Ele era. E responderam-lhe: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias, ou um dos profetas”. E continuando, perguntou-lhes sobre quem eles diziam que era. E Pedro lhe responde reconhecendo ser Jesus o filho do Deus vivo. E Jesus vai felicitar a Pedro por este reconhecimento, acrescentando que “em cima dessa pedra” seria então construída a sua Igreja, a igreja de Cristo.

Amados, em nossas igrejas ontem iniciamos o ciclo de atividades desta semana dedicada à unidade dos cristãos e, na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima – RTS, no Méier – RJ, tivemos a grata honra de receber a Palavra de Deus vinda da boca do Pr. Ricardo Neves, do Ministério Colheita da Tijuca. E o pastor nos trouxe a reflexão a importância da unidade e o motivo de ela, embora tão perseguida, ainda não foi alcançada. E ele justamente tocava neste ponto. No fato de que nós homens criamos as igrejas e, ao fazermos isto, não focamos suas fundações, não centramos suas criações, naquele que é o único fundamento da Igreja: Jesus. Relutamos em reconhecer como Pedro, que Jesus é o Senhor, é o Filho de Deus vivo. E com isso criamos desde então barreiras. Criamos nossos corações de pedra e é geralmente sobre esta “pedra” que fincamos nossa base. Perdemos com isso, muitas vezes, a identidade cristã e passamos a buscar no homem a motivação da nossa religiosidade. Vamos a igreja por causa do padre bonitinho, do pastor que prega na unção, do irmãozinho que toca maravilhosamente ou da irmã cuja voz é uma benção. Mas não vamos a igreja por causa de Cristo. Não vamos louvar e dar glórias ao único que é digno de louvor e glória. Isso é que nos torna desunidos. Isso é que nos dispersa. È nos dogmas que criamos, nas tradições que fielmente praticamos, que nos perdemos e nos afastamos mais e mais de Jesus. Jesus não fundou igrejas, mas uma única igreja, que somos nós. Somos parte de um corpo que é a igreja de Cristo. E é isto que deve permear nossa religiosidade, nossa devoção.

O movimento ecumênico, que busca essa re-união, representa, acima de tudo, respeito, amor, fraternidade. Se não amamos o próximo, como podemos estar com nossa igreja fundada na pedra? Ecumenismo não significa igualdade, mas caminhar juntos na direção daquele que nos uniu. Todos nossos dedos são diferentes, mas, juntos, compõem os pés que nos movem e as mãos que damos para caminharmos sempre juntos na mesma direção, sempre buscando a Cristo.

Esta semana estamos relembrando o tempo do cenáculo, quando os discípulos estavam reunidos, como faziam os judeus. Enquanto uns celebravam pois a festa de pentecostes festejava a colheita, os seguidores de Jesus estavam reunidos em oração, a espera do cumprimento das promessas que lhes foram dirigidas. E assim lhes chegou o fogo do Espírito Santo, trazido numa brisa leve que lhes tocou a alma.

Aproveitemos pois este tempo também para fazermos isto. Irmãos evangélicos, irmãos católicos, nos unamos em oração. Nos unamos em um cenáculo à espera do Espírito Santo, clamemos o discernimento para nossas atitudes, que possamos nos despir da desagregação, da desunião que vêm nos afastando de Jesus, que vêm destruindo o Corpo Santo do Filho do Deus Vivo. Jesus está voltando, portanto, devemos estar preparados.

Pela unidade dos cristãos, pela satisfação da vontade do Pai, que sejamos um, como Ele e o Pai são um.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

reunidos nos cenáculo I

Salve, amados de meu Pai,

12. Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas não sois capazes de compreender agora.
13. Quando ele vier, o Espírito da Verdade, vos guiará em toda a verdade. Ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo quanto tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.
14. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu para vos anunciar
15. Tudo que o Pai tem é meu. Por isso, eu vos disse que ele receberá do que é meu para vos anunciar.


Amados irmãos,

Amanhã estaremos celebrando a Ascensão do Senhor, a subida de Deus aos céus, conforme estava escrito e, assim, estaremos a poucos dias da data em que celebraremos Pentecostes, em que relembraremos com muito louvor e adoração, a vinda do Paráclito, a descida do Espírito Santo sobre os discípulos que estavam reunidos, conforme o costume judaico, juntamente com Maria, mãe de Jesus, para a celebração da então festa pentecostal quando se comemorava a colheita do plantio, um dia de alegria e muita ação de graças. De acordo com o relato de Atos 2, 1-13, durante a celebração, ouviu-se um ruído, "como se soprasse um vento impetuoso". "Línguas de fogo" pousaram sobre os apóstolos e todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em diversas línguas.

Meus queridos, nesse tempo Pascal, vivemos a glória de Deus advinda da ressurreição de Jesus e nos glorificamos com o aparecimento espontâneo D´Ele a cada um de seus discípulos, de seus seguidores. Neste tempo, estamos sendo preparados pelas leituras da nossa Sagrada Cartilha de Oração, como diria o Pe. Manzotti, para vivenciarmos com alegria e efusão, as promessas de Cristo quando disse aos seus discípulos que era necessário que Ele se fosse para que o Espírito da Verdade viesse. E esse espírito é quem iria esclarecer tudo aquilo que Jesus havia dito durante todo o tempo em que esteve no meio de nós e que muitos não entendiam, além de mostrar o que iria acontecer, o que estava para acontecer, de forma alertar aos que N´Ele criam.

Essa promessa de Cristo já podíamos ver tão logo se fez sua partida, sua subida aos céus, com o fogo consumindo, no décimo dia seguinte. Mas segundo os relatos bíblicos, talvez Paulo é quem tenha recebido com mais efusão o Espírito Santo. Paulo soube muito bem aproveitar os dons que recebera de Deus, soube muito bem multiplicar seus talentos e não os enterrou como o homem da parábola que Jesus havia contado uma vez. Paulo, embora vivo na época de Jesus, não chegou a viver com Ele, não chegou a presenciar Seus feitos. Tudo o que sabia a respeito, o havia escutado de outros e por isso a raiva que tinha dos Seus seguidores. Paulo vai conhecer ao próprio Jesus em uma estrada, quando estava a caminho para talvez dizimar mais algumas dezenas de discípulos como já vinha fazendo. Ah, Paulo. Como a vida desse homem mudou quando recebeu o Espírito Santo sobre ele. Tratou logo de buscar a conhecer verdadeiramente a Jesus e foi procurar Pedro, que já sabia ser o designado para “apascentar as ovelhas” de Cristo. Não há nos relatos bíblicos menção ao tempo em que ficou junto de Pedro e de outros seguidores de Jesus. O certo é que, por receio e desconfiança de muitos, ele, Paulo, teria logo sido afastado e mandado “pregar” em outros lugares, bem distantes. Tendo feito isso, nos relata também as escrituras que Paulo teria sido bem sucedido em todas as missões de que participou. Com isso, podemos crer que Paulo teria aprendido muito mais no pouco tempo que buscou aprender sobre Jesus do que aqueles que passaram mais de 3 anos andando com Ele. Paulo, de origem judia, mas criado nos costumes gregos, era muito inteligente. E soube como ninguém, guiado pelo Espírito Santo, falar de Jesus. Aos judeus, falava como judeu, aos gregos, como grego. Observava a cultura que já conhecia muito bem e se utilizava das suas tradições para falar as “suas próprias línguas”. A primeira leitura de hoje nos mostra muito bem isto. Em Atos 17 e 18, veremos Paulo pregar a Cristo na sinagoga de Tessalônica, arrebanhando alguns Judeus; Depois foram para Beréia, onde mais judeus, entre homens e mulheres, se converteram e por fim, Atenas, uma cidade mergulhada no ateísmo, um povo idólatra, que adoravam diversos deuses. Sem temor, Paulo vai em praça aberta falar de Jesus, anunciar ao Deus Vivo, o único e verdadeiro. Mas como fazê-lo? E não foi outro senão o Espírito Santo quem revestiu Paulo da sabedoria para poder extrair dos costumes daquele povo motivação para lhes mostrar o verdadeiro caminho a ser seguido – Atos, 17, 22-31. E com isso conseguiu salvar mais almas para Deus.

Amados, contra fatos não há argumentos. As promessas de Deus sempre se cumprem e por isso devemos estar preparados, principalmente para a vinda do Espírito Santo que se faz presente em nossas vidas cristãs. Esse mesmo Espírito que estava com Paulo é o que habita em nossos corações nos dando força e revelando a cada dia esse Jesus maravilhoso, esse Deus forte, esse Príncipe da Paz que nos transforma a vida, que nos dá a vida eterna.

Assim, queridinhos de meu Pai, reflitamos hoje no tempo litúrgico em que estamos vivendo. Esperemos com alegria a vinda do Espírito Santo sobre nós, sobre nossos corações. Peçamos em nossas orações: “vinde Espírito Santo, não tardeis”. Talvez não venhamos a falar em línguas como os discípulos, curar doentes como Paulo e Barnabé através de suas vestes ou mesmo o dom da pregação, do anúncio com palavras da boa nova. Mas certamente, lá no nosso coraçãozinho despertará um talento escondido, adormecido, que irá servir a revelar ao mundo esse nosso Deus Vivo, que ressuscitou dos mortos e que está a voltar.

Na paz de Jesus, o Cristo ressuscitado e no amor com os discípulos e demais santos, esperemos com alegria a vinda do Espírito Santo.

Feliz celebração da Ascensão para todos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Vivendo em comunhão na Alegria do Senhor

"Ao contrário, é pela graça do Senhor Jesus que cremos ter sido salvos, exatamente como eles” Atos 15:11.

Salve amados, a paz de Cristo.

Hoje, quinta feira, mais um dia que o Senhor fez para nós, para que N´Ele exultemos e nos alegremos. Hoje é dia de adoração, dia de prostrarmos aos pés da cruz e dar glória Àquele que é o único de todo louvor e honra.

Hoje, amados. Não quero refletir somente sobre o evangelho. As leituras propostas para hoje, estão tão divinas que merecem de nós uma profunda meditação, refletindo sobre todo o conjunto: Atos 15:7-21, Salmo 96,1-3; 10 e João15,9-11.

Em Atos, veremos que os primeiros cristãos queriam impor condições aos recém convertidos, regras que faziam parte da cultura judaica, das leis de Moisés. Eram judeus e, por ter sido Jesus um judeu, aqueles que o seguiam ou viriam a seguir, também deviriam aderir por completo, às tradições judaicas, como a circuncisão. Mas Paulo e Barnabé então vão demonstrar aos irmãos que se julgavam mais santificados, até por terem sido os escolhidos por Deus para receber o Cristo, que a mesma graça derramada sobre eles, também havia abençoado os antigos pagãos, aos gentios que agora começavam a conhecer ao Jesus que havia dado a vida em suas salvações. Que o mesmo Espírito Santo que os havia dado o entendimento, agora havia pousado sobre outros e estes também estavam cheios da graça de Deus. Assim, não haveria de ser imposta a lei judaica a eles, até porque não faziam parte de suas culturas, mas serem aceitos na igreja universal pela graça de Jesus, pelo amor de Deus que os havia, unidos, então. Já no Evangelho de João, Jesus vem nos falar desta graça, deste amor que Ele veio nos trazer e mostrar. É através deste amor, desta união com Deus, que viveremos a alegria do Senhor.

Amados, hoje Jesus vem nos falar ao coração sobre respeito, união e obediência. E como sempre, a Palavra é tão atual que nos assusta. Mas isto nos serve a uma grande reflexão à respeito de nossas atitudes, de nossas ações, de nossa rebeldia para com os ensinamentos de nosso Pai, nossa intolerância com nossos irmãos. Quantas vezes não nos julgamos mais santos, mais senhores da graça e tentamos subjugar os irmãos à nossas atitudes? Quantas vezes não olhamos algum irmão e o achamos menos abençoado, menos santos, dignos de serem julgados debaixo da lei. Amados, isso só vem nos demonstrar que esquecemos os ensinamentos de Jesus, não escutamos sua voz, que não aprendemos direito com Ele, que mesmo nos disse por diversas vezes que não veio para julgar a ninguém, mas para amar, para guiar, para acolher, para cuidar. Com a vinda de Jesus, não vivemos mais sob a lei, mas vivemos pela graça, pelo amor.

Devemos viver em comunhão. Em constante reconciliação, não somente com Deus, mas com nossos irmãos, pois Cristo vive em cada um de nós. De nada nos adianta irmos a igreja, participarmos das missas, dos cultos, ouvir a Palavra, rezar diante do santíssimo, se nos voltamos contra os irmãos. Se nos deixamos levar pela soberba, pela arrogância, pela raiva, por toda sorte de sentimentos vis nunca estaremos em comunhão com Deus e nossa alegria e salvação jamais será realizada.

Amados, se escutarmos a voz de Deus saberemos que nada vai nos levar ao céu, senão nossas atitudes para com nossos irmãos. Não é padre, não é pastor, não é ninguém. Vejam os fariseus e doutores da lei e muitos dos sacerdotes que julgavam ao povo e o traziam debaixo das leis, sob o rigor das regras e nem sempre a elas seguiam. Se obedecermos a Deus meus queridos, certamente viveremos uma eterna alegria no Senhor.

E Esta alegria, irmãos, não é uma alegria qualquer, momentânea, passageira. Essa é uma verdadeira felicidade; a que sentimos quando estamos nos braços do Pai, como a que sentimos no primeiro amor a Cristo. É uma alegria radiante que nos faz querer a todo momento, cantar um cântico novo ao Senhor, bendizer suas maravilhas à terra inteira, como diz o salmista no Salmo 96.

Somente aquele que procura ser obediente e seguir a Deus Pai que o Filho nos dá a conhecer, pode viver esta alegria.

Que a alegria e a paz do Senhor Ressuscitado que vive e reina à destra de Deus, seja a nossa eterna força.

Que Deus nos abençoe, hoje e sempre.