segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Santo de Casa não faz milagre

Amados, paz.

O Evangelho de hoje está contido em Lucas 4: 16-30.

16. Foi então a Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, no dia de sábado, foi à sinagoga e levantou-se para fazer a leitura.
17. Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, encontrou o lugar onde está escrito:
18. “O Espírito do Senhor está sobre mim, pois ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Nova aos pobres: enviou-me para proclamar a libertação aos presos e, aos cegos, a recuperação da vista; para dar liberdade aos oprimidos
19. e proclamar um ano de graça da parte do Senhor”.
20. Depois, fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Os olhos de todos, na sinagoga, estavam fixos nele.
21. Então, começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir.”
22. Todos testemunhavam a favor dele, maravilhados com as palavras cheias de graça que saíam de sua boca. E perguntavam: “Não é este o filho de José”?
23. Ele, porém, dizia: “Sem dúvida, me citareis o provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum, faze também aqui, na tua terra!”
24. E acrescentou: “Em verdade, vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra.
25. Ora, a verdade é esta que vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e uma grande fome atingiu toda a região, havia muitas viúvas em Israel.
26. No entanto, a nenhuma delas foi enviado o profeta Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia.
27. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel, mas nenhum deles foi curado, senão Naamã, o sírio”.
28. Ao ouvirem estas palavras, na sinagoga, todos ficaram furiosos.
29. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no para o alto do morro sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de empurrá-lo para o precipício.
30. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

Na passagem de hoje vemos o início da vida espiritual de Jesus, vemos o início da vida de Cristo, o Enviado do Pai. A partir de seu batismo nas águas do Jordão, Jesus estava cheio do Espírito Santo, tomado da unção de Deus. E então voltou pra sua cidade a fim de dar início às tarefas para as quais fora gerado. Como bom judeu, no sábado foi a Sinagoga e ali se pôs a anunciar a sua chegada, anunciar o surgimento do dia em que os profetas previram que viria o Salvador, o Libertador, a vinda d´Aquele que iria promover curas e bênçãos sobre os povos. Alguns o escutavam e ficavam maravilhados de seu conhecimento, outros, no entanto, se perguntavam quem era aquele que estava falando, o seu passado, o que ele fazia. Não é este o filho de José, o simples carpinteiro?

Diante da dúvida de alguns, Jesus dizia que nem no tempo dos profetas, as graças de Deus eram derramadas em suas casas, em suas cidades, sendo somente os estrangeiros, os não judeus, aqueles que acreditavam e tomavam as bênçãos sobre si. Jesus já começa daí a cutucar o povo judeu para a aceitação da Salvação, dizendo-lhes que deveriam se transformar. E por isso foi expulso da Sinagoga.

A meditação de hoje quero fixar aqui. Quantas vezes não escutamos o ditado: “santo de casa não faz milagre.”, em alusão a alguma coisa que não conseguimos fazer e até mesmo como uma desculpa para não tornarmos a fazer algo ou lidar com um assunto, desistir de perseguir aquilo que temos de fazer?

Pois é. Isto aconteceu com Jesus. Ele alertava ao povo judeu que a incredulidade deles já era esperada pois “santo de casa não fazia milagre”. De certo, o povo ficava maravilhado com o conhecimento de Jesus, mas era mais certo que queriam ver milagres, queriam ver as coisas acontecendo. E mesmo assim, muitos que viam, ainda duvidavam, , afinal, quem era aquele jovem? Ele não seria filho de um "homem", José, e carpinteiro acima de tudo?, um simples trabalhador? Quem o era para se referir como o "Enviado"? Mas Jesus não desistiu de sua missão. “Santo de casa não faz milagre” mas até o fim Ele continuou a pregar ao povo, Ele não desistiu de anunciar a boa nova dentro de sua casa.

Se nossa missão é evangelizar, é anunciar a boa nova, é por dentro de nossa casa, é por aqueles que estão ao nosso lado que devemos começar. Mas, quantas não foram as vezes que nos pegamos desistindo de nossa missão? Quantas vezes já usamos deste ditado para deixarmos de lado o que devemos fazer? Afinal, se santo de casa não faz milagre, do que adianta eu continuar? do que adianta eu tentar fazer a diferença, ao ponto de ser repelido, de ser expulso e maltratado e não haverá mudança no coração destes pobres que me cercam? Mas eu digo: adianta. É certo de que haverá ocasiões em que devemos saber nos retirarmos da situação, do lugar, para não haver embates desgastantes. Mas desistir jamais. Devemos saber a hora de retornar e novamente tentar trazer a luz. Somos luz do mundo, ou não? Também há aquele outro ditado que diz: “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”. Temos de ser esta “água mole” na vida das pessoas. Temos de fazer jorrar as Palavras nos corações que estão “dentro de nossas casas”. A Palavra nunca volta vazia, como vemos em Isaias 55:11. Por isso não devemos desistir nunca. Da Palavra que liberarmos, alguma coisa acabará sempre ficando no coração daqueles que nos circundam, daqueles que estão “dentro de nossas casas”.

Assim amados, peçamos neste dia ao Espírito Santo que nos dê força e coragem para desenvolvermos nossas tarefas, para continuarmos e levarmos adiante nossa missão de evangelizar. Peçamos a Ele que nos guie e não nos deixe desistir diante das dificuldades encontradas pelo caminho, que tenhamos a proteção divina diante daqueles que não querem escutar e irão tentar nos expulsar de nossas casas.

Pensemos nisto neste dia.

Na paz de Cristo e no amor de Maria.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

As noivas de Cristo

O Evangelho proposto para hoje está contido em Mateus: 25, 1-13

1. “O Reino dos Céus pode ser comparado a dez moças que, levando suas lamparinas, saíram para formarem o séquito do noivo.
2. Cinco delas eram descuidadas e as outras cinco eram previdentes.
3. As descuidadas pegaram suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo.
4. As previdentes, porém, levaram jarros com óleo junto com as lâmpadas.
5. Como o noivo demorasse, todas acabaram cochilando e dormindo.
6. No meio da noite, ouviu-se um alvoroço: ‘O noivo está chegando. Ide acolhê-lo!
7. Então todas se levantaram e prepararam as lâmpadas.
8. As descuidadas disseram às previdentes: ‘Dai-nos um pouco de óleo, porque nossas lâmpadas estão se apagando’.
9. As previdentes responderam: ‘De modo algum, pois o óleo pode ser insuficiente para nós e para vós. É melhor irdes comprar dos vendedores”.
10. Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa do casamento. E a porta se fechou.
11. Por fim, chegaram também as outras e disseram: ‘Senhor! Senhor! Abre-nos a porta! ’
12. Ele, porém, respondeu: ‘Em verdade vos digo: não vos conheço! ’
13. Portanto, vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora.

Este é outro trecho das Escrituras que muito me envolve. Me deixa pensativo. É a parábola das noivas prudentes.

Jesus aqui ainda está a falar aos discípulos da hora em que o Filho de Deus retornará e manda que seus discípulos seja previdentes. Que não se descuidem de vigiar, pois é que, na hora boa, Ele virá e arrebanhará aqueles que estiverem preparados.

Nesta passagem, Jesus fala de sua Igreja, de seus seguidores, de seus filhos amados. Nós somos a noiva do Senhor Deus. Eu, você, nossos filhos, nossos parentes, somos os escolhidos para com Jesus nos envolvermos e nos entregarmos. Muitos de nós, contudo, não aceita a esse chamado. Pena. Outros se arvoram em terem sido escolhidos primeiramente, antes de outros. A estes também, coitados. Deus não tem predileção. Todos somos os prediletos de Deus. Todos que ouvimos seu chamado, somos os escolhidos, somos sua noiva.

Mesmo assim, escutar o chamado somente não nos assegura a salvação. Temos de estar preparados. Temos de estar em sintonia com Deus e seus mandamentos. Temos de estar verdadeiramente entregues a Deus, em seus braços. É para isso que Ele nos manda vigiar, pois à todo momento estamos a mercê das tentações que nos coloca fora do rumo, nos desvia a atenção, nos torna dispersos, descuidados e não percebemos a chegada de nosso noivo. Devemos estar atentos às simples atitudes que tomamos diariamente. Um palavrão, uma palavra que levanta a discórdia, uma cara feia, são atos que nos cercam minuto a minuto e não nos apercebemos de quanto isto nos faz mal e aos que são atingidos por isso. Quantas vezes descarregamos nossas frustrações, nossos aborrecimentos, nossas impaciências em pessoas que nada tem a haver com a situação em que nos encontramos? Quantas vezes chegamos em casa cansados e por qualquer besteira destilamos palavras rancorosas a nossos filhos, esposas ou maridos, como se eles fossem a causa de nossas preocupações? Quantas vezes queremos levar vantagens sobre nossos irmãos? Aquele troco a maior que recebemos e não voltamos para devolver, aquela mercadoria que vendemos por um preço maior do que realmente vale. Isso e tantas outras coisas erradas aos olhos cristãos que nos passam despercebidas em nosso dia a dia. Por isso precisamos vigiar. Precisamos estar atentos para que, quando o “Noivo” vier, nos encontre, as suas noivas, preparadas, de coração puro e leal, com a chama do amor acessa, forte, de forma a iluminar todo um caminho.

Alguns poderiam dizer diante das coisas que mencionei que estão é duro ser cristão. E eu digo a vocês. Não. Ser cristão é fácil. Mas requer dedicação. Requer uma conversão diária. Requer sintonia com Deus. Intimidade com Deus. Isto me leva a ver a vida de Davi. Davi como sabemos foi o homem segundo o coração de Deus. Mas Davi também foi humano. E como ser humano, falível. Todos que conhecem um pouco da vida de Davi sabe que ele foi um senhor mulherengo, inclusive desejando e tomando para si a esposa de um de seus amigos e fiéis seguidores. Mandou ainda matar-lhe com fins de esconder esta traição. Também foi responsável pela morte de muitos em virtude das mentiras que contava aos cidadãos que encontrava pelo caminho em sua fuga do rei Saul que queria matar-lhe, antes de assumir o trono. A vida de sua família foi tomada por tragédias desde estupro até morte. Ah, Davi. Que ser humano pecador. E mesmo assim era considerado um homem segundo o coração de Deus. E porque? Primeiro porque Davi foi o escolhido, foi separado, ungido, e preparado para guiar o povo de Deus. Inegável que Davi tornou próspero o povo de Israel. Mas por isso ele era considerado por Deus? Não. Deus se alegrava de Davi e estava sempre com ele porque ele tinha intimidade com o Senhor.
Davi desde pequeno dedicou sua vida a Deus. Errava? Sim. Mas também sabia reconhecer sua culpa e, arrependido e humilhado, sabia pedir perdão a Deus. Foi um verdadeiro adorador e isto se prova dos Salmos a ele atribuídos.

É esta intimidade com Deus que o Senhor Jesus nos chama hoje, suas noivas. É preciso que vigiemos, que estejamos em sintonia com Deus, que estejamos em seu coração.
Peçamos assim, neste dia, que o Espírito Santo desça com seu fogo abrasador e não deixe apagar a chama do amor que move nossos corações. Que esta chama ilumine sempre nossos caminhos para quando nosso noivo amado voltar, estejamos preparados para sermos reconhecidos e desposados no íntimo do Nosso Senhor. Que esta sua Igreja permaneça unida nesta fé, hoje e sempre.

Orai e Vigiai.

Na Paz de Deus e no amor de Maria.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Orai e Vigiai

Paz e fogo.

O Evangelho de Jesus proposto para hoje, está contido em Mateus 24: 42-51:

42. Vigiai, portanto, pois não sabeis em que dia virá o vosso Senhor.
43. “Ficai certos: se o dono de casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que sua casa fosse arrombada.
44. Por isso, também vós, ficai preparados! Pois na hora em que menos pensais, virá o Filho do Homem.
45. “Quem é o servo fiel e prudente, que o Senhor encarregou do pessoal da casa, para lhes dar alimento na hora certa?
46. Feliz aquele servo que o senhor, ao chegar, encontrar agindo assim.
47. Em verdade vos digo, ele lhe confiará a administração de todos os seus bens.
48. O servo mau, porém, se pensar consigo mesmo: ‘Meu senhor está demorando’
49. e começar a bater nos companheiros e a comer e a beber com os bêbados,
50. então o senhor desse servo virá num dia inesperado e numa hora imprevista.
51. Ele o excluirá e lhe imporá a sorte dos hipócritas. Ali haverá choro e ranger de dentes.

“Deixa a vida me levar, vida leva eu”. Tem um cantor secular que se tornou celebre por esta letra e se pararmos para analisar, veremos que muitos de nós adotamos esta máxima para nossas vidas, de deixar a vida acontecer sem nada fazer, ou tentar fazer para melhorar. Quantas vezes não falamos: “seja o que Deus quiser”, em referência a uma situação que não se sabe o que pode acontecer.

De certo, nossa vida, a vida de um cristão deve estar em Cristo e voltada somente para Ele, de sorte que não há o que se temer se estivermos nos braços do Altíssimo. Mas aí é que está. Precisamos estar nos braços de Deus, precisamos estar debaixo de Suas graças, sempre.

Hoje Jesus está a nos alertar para o seu retorno, para a Sua vinda no último dia dos tempos. Neste capítulo 24, Jesus nos relata como se dará o fim dos tempos. Ele nos prometeu que irá ao Pai arrumar nossa morada e que voltará para nos buscar no dia em que tudo estiver preparado. Mas quando isto ocorrerá? Quando será este tão esperado dia? Como saberemos que este dia chegou, afinal? Não sabemos. Nem nos compete saber. Nem mesmo os anjos ou o próprio Jesus sabe qual será este momento. Somente o Pai, Deus. A nós, compete obedecer.

Por isso Ele nos manda vigiar. Precisamos estar atentos em todos os momentos pois aquele que não estiver em Cristo terá o mesmo destino dos hipócritas, ou seja, o será deixado para trás, aos dissabores do mundo, esse mundo cheio de mazelas, de injustiças, de depravação, que a esta altura já estará tão contaminado que estará sendo governado pelo próprio demo. Serão tempos de guerras que trarão fome e doenças em que o homem será destruído.

O fim é certo. Ele voltará. Mas somente aqueles que Deus já escolheu é que serão conduzidos à morada eterna. E quem são estes? Pode ser eu ou pode ser você. Não sabemos. Por isso devemos vigiar nossas atitudes. Devemos estar sempre em oração pedindo forças para que as tentações não nos persigam e nos alcance. A nossa vida deve ser pautada em constante luta pois são muitas as tentações com que nos deparamos a cada minutos como a vaidade, o apego ao dinheiro, de caráter sexual, a impaciência, o egoísmo, entre outros. Se estivermos em oração e pautando nossa vida nos ensinamentos de Jesus, teremos mais chances de receber as graças de Deus.

Portanto, ainda há tempo de se converte e reconciliar. Se converta. Transforme seu coração, sua vida. Renasça para Cristo. Procure por Jesus, o verdadeiro caminho, verdade e vida. Comece a pedir a vinda do Espírito Santo sobre você. Sem parar. Que Ele inunde seu coração. Se reconcilie com seu próximo, com aquele seu irmão que você brigou, libere o perdão para aqueles que de alguma forma te fizeram mal, agiram contra você, não diga a todos que os ama, mas os ame de verdade, dando por eles a vida se preciso for. Faça as pazes com Deus, volte a sua Igreja, esteja em comunidade. Dê mais valor às coisas do Alto como o amor, o perdão, a paz, a amizade. Mas esteja sempre em oração para que isto se torne uma constante. Para que o fogo abrasador, o fogo do Espírito Santo que habita em seu coração jamais se esfrie ou apague.

Vigiai. Pois o fim é certo e está próximo. Neste dia haverá choro e ranger de dentes dos hipócritas e daqueles que não conheceram ou não quiseram conhecer a esse nosso Deus Vivo. Que estejamos preparados.

Na Paz de Jesus e no Amor de Maria.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

A condenação da hipocrisia

Amados, paz.

Algum tempo sumido não é? Quase que um mês inteiro. Sentiram minha falta? Eu senti. Senti falta de falar de das coisas de meu Pai. Senti falta de colocar pra fora as coisas que me tocam o coração, as coisas que preciso discutir e pelas quais preciso me orientar. Mas não conseguia aparecer em virtude dos trabalhos na Igreja e na Comunidade. Por mais que peça a Deus para me transformar em um "Unibanco", ou seja, para me dar mais que "24 horas", Ele me dá mais e mais tarefas e somente o mesmo numero de horas para desenvolver minhas atividades. Mas como Ele sabe do que preciso e me conhece por inteiro, sei que não me coloca nas mãos algo que eu não vá conseguir trabalhar, então vou fazendo o que Ele manda, me esforçando sempre para que tudo saia de acordo com o gosto Dele.

O estudo de hoje está centrado em Mateus: 23, 27-32.

27. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Sois como sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de cadáveres e de toda podridão!
28. Assim também vós: por fora, pareceis justos diante dos outros, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e injustiça.
29. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Construís sepulcros para os profetas e enfeitais os túmulos dos justos,
30. e dizeis: ‘Se tivéssemos vivido no tempo de nossos pais, não teríamos sido cúmplices da morte dos profetas’.
31. Com isso, confessais que sois filhos daqueles que mataram os profetas.
32. Vós, pois, completai a medida de vossos pais!

Estes dois dias temos visto do capítulo 23 de Mateus, um discurso de Jesus contra a dominação dos pobres pelos ricos. Jesus vem falar sobre as atitudes daqueles que se apresentam ao povo como doutores da lei, sacerdotes e fariseus, que gostam de ser chamados “mestres”, se arvoram do dom da sabedoria, fazem de tudo para que vejam que são dotados de um intelecto superior e, com isto, serem "adorados" e "glorificados". Só que estes se aproveitavam de suas condições para manter o povo de baixo de suas amarras. Tornavam o povo escravos dos que pregavam, fazendo-os sentir mais pecadores do que realmente haviam pecado e utilizando-se das Escrituras para isso. Criavam um Deus Poderoso, mas injusto com o povo pecador.

Jesus, então, falava ao povo que escutassem o que aqueles homens dissessem, mas que não copiassem seus atos pois que não agiam da forma como ensinavam. Jesus aqui vai combater isso: a hipocrisia.

Engraçado quando falamos sobre isso pois não nos parece um tempo tão distante, afinal, aquilo ocorria na época de Jesus, não é mesmo?. De lá pra cá, muita coisa já aconteceu. O mundo já passou por diversas transformações. O povo é outro. Hoje o povo conhece as letras, a escrita, senão um todo, ao menos a maioria, e portanto, uma grande massa conhece a Palavra, a põe em prática e não se deixa enganar e também não engana a ninguém, afinal somos todos cristãos. Não é isso mesmo? Hoje o mundo não é outro?. Ledo engano meus irmãos. O mundo realmente mudou, hoje temos os meios de comunicação que estreitam relacionamentos, informações, tempo dos acontecimentos, educação, tudo ao alcance de todos. Mas ainda temos o homem de coração duro. Temos o demônio muito mais presente em nosso meio. Estes demônios a que Jesus se referia quando os chamava “raça de víboras”, que batem no peito e se arvoram de conhecer a Deus e seguir a seu Cristo, mas que na verdade, por traz dana a produzir más obras. Raça de víboras e serpentes que Deus condenou a rastejar pela terra.

Homens que sabem ser maus e tentam levar seus seguidores para o lugar deles. Que procuram manter os pequeninos atrelados ao seu pecado, como se Deus não perdoasse os homens, como se Deus não fosse justo para com aqueles que ama. Jesus já alertava para os falsos profetas. E estes são alguns deles. São aqueles que hoje tem o poder, não só pela escrita, pela fala, mas um poder financeiro, onde o dinheiro é quem determina. Quem dá mais, terá mais. Quem der menos não terá nada. Este é o critério do mundo de hoje. Por isso é importante que conheçamos aquilo que diz a Palavra. Que conheçamos o que Jesus passou parte de sua vida nos dizendo o que é certo e a forma de fazê-lo. Mas, decidamos seguir a esse Jesus, verdadeiramente convertidos, de coração puro e aberto, para que não venhamos ficar parecidos com os falsos fariseus.

Servir. Isto é que nos diz a Palavra. Seguir a Cristo é Servir ao próximo. É amar ao próximo como gostaríamos que fôssemos amados, é fazer ao outro o que gostaríamos que nos fizessem. Produzindo as boas obras, estaremos seguindo o que disse Jesus em seus ensinamentos. Colocando em prática os mandamentos estaremos no caminho certo. Mas é preciso que nos abandonemos em Cristo. Duas passagens bíblicas me lembram isto: uma quando um doutor da lei procura Jesus e lhe chama de mestre, reconhecendo Nele, em Cristo, a superioridade. Jesus lhe dizia que já estava no caminho certo para a salvação. Outra, quando um jovem lhe pergunta o que pode fazer para seguir, para alcançar esta salvação, dizendo a Jesus, inclusive que ele já honrava pai e mãe, dizimava, não cobiçava as coisas dos outros, enfim, obedecia aos mandamentos de Deus. Jesus vai dizer-lhe então, para que venda tudo o que tem, distribua ao povo necessitado e após, o siga. E o jovem entristecido vai embora.

Nestas duas passagens temos o que Jesus quer de nós: o reconhecimento de que Ele é o Salvador e a entrega total a Ele, a Servir.

Assim amados, é preciso que tenhamos cuidado e saibamos, em nossa pequena inteligência, discernir o certo do errado para poder copiarmos dos outros aquilo que é certo, aquilo que as Escrituras falam que é o correto aos olhos de Deus. Essa conduta nos fará fortes, nos fortalecerá em nossa inteligência. Mas tomemos também cuidado para que, com isto, não insurjamos, não nos coloquemos por cima dos irmãos. Devemos agir de conformidade com aquilo que pregamos pois que muitos podem se espelhar em nós em suas condutas. Isto é fato dentro de casa com nossos filhos, e pode se tornar uma realidade em nossa jornada na terra, com nossos amigos, colegas e muitos que nos vêem. Não nos utilizemos de nossa riqueza intelectual ou financeira, de nossas posições na sociedade, dentro de nossos trrablhos, de nossas comunidades, para "escravizar" nossos irmãos e sim para a eles servir, ajudar a caminhar, fazer o que Jesus fazia aos seus “pequeninos”.

Neste ano sacerdotal, é bom orarmos para que nossos sacerdotes não se desviem do caminho. Que o Espírito Santo esteja sempre em seus corações e mentes para que possam conduzirmos ao Reino. Que nós, "sacerdotes" do lar que somos, possamos ser guiados pelo mesmo Espírito e, assim, guiar nossa igreja doméstica no caminho do Senhor, servindo de modelo a nossos filhos, nossos parentes, nossos amigos e a todos que conosco convivem no dia a dia.

Na Paz de Jesus e no amor de Maria.