segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Ouvir e agir

O Evangelho proposto para hoje está em Lucas 8: 16-18

16. “Ninguém acende uma lâmpada para escondê-la debaixo de uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ela é posta no candelabro, a fim de que os que entram vejam a claridade.
17. Ora, nada há de escondido que não venha a ser descoberto. Nada há de secreto que não venha a ser conhecido e se tornar público.
18. Olhai, portanto, a maneira como ouvis! Pois a quem tem será dado, e a quem não tem, até aquilo que julga ter lhe será tirado!”

Este trecho da Palavra é segmento a passagem da parábola do semeador, quando Jesus esteve reunido com seus discípulos e estes indagavam dele maiores esclarecimentos com relação às historias que Jesus contava, a fim de que pudessem compreender o que era dito.

Para relembrarmos, a parábola do semeador é aquela em que a semente ao ser lançada, parte havia caído à beira da estrada, outra em terrenos pedregosos, outra em meio a espinhos e outra em terra boa, solo bom, sendo que estas é que teriam sido as únicas rentáveis. A semente é a Palavra de Deus e os locais aonde foram lançadas, somos nós, seres humanos. Como Jesus nos conhece intimamente, pode nos classificar muito bem. Também conhecida como a parábola do agricultor, vemos nela que Jesus veio nos dizer que precisamos ser solos férteis a fim de que a Palavra, seus ensinamentos, produzam bons frutos, tenham resultado, modifiquem a nós e ao mundo.

Na passagem de hoje, Jesus vem nos dizer, após explicar com detalhes a historia do agricultor, do semeador, que é preciso ouvir e agir. Não podemos ficar parados, retendo o que nos foi ensinado, o que aprendemos. É preciso que, como discípulos, seguidores deste Deus vivo, que propaguemos a Sua Vinda Gloriosa, o Seu retorno a este mundo para nos levar a morada eterna.

Em Marcos 4, 24-25, Jesus vai alertar para a Sua justiça: Prestem atenção no que vocês ouvem: com a mesma medida com que vocês medirem, também vocês serão medidos. Para aqueles que tem alguma coisa, será dado mais ainda; para aquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem.

Palavras duras desse nosso Salvador. Mas Ele não quer que fiquemos inertes, alheios ao que aprendemos. Do que adianta ouvir, aprender, se não colocamos em prática o que aprendemos? Do que adianta fazer um curso de engenharia, ficar preso a uma faculdade durante longos 5 anos se não se vai colocar em pratica aquilo que se aprendeu? É preciso que tudo o que façamos venha a render frutos. Seja feito para a glória do Reino de Deus. Ora, Deus nos deu nossos talentos. E sabemos muito bem o que acontece com aqueles que não procuram amadurecer seus talentos, suas vocações, que não procuram frutificar seus ministérios. Devemos obedecer à Palavra. Devemos segui-la com dedicação se queremos alcançar as graças do Pai. Nossas bênçãos nos são dadas na justa medida como abençoamos. E não pensemos que podemos enganar o Pai. Ele sonda nossos corações, nossos íntimos e sabe muito bem nossas intenções. Nada que façamos fica escondido. Podemos até enganar ao homem, nosso igual, mas á Deus é impossível. É preciso então, ouvir e agir com seriedade. Ouvir a Palavra, colocá-la em prática e, como bom cristão, difundir a boa nova aos quatro cantos. Ser fiel ao Pai como Ele é fiel, é nossa obrigação de bons filhos.

Peçamos então hoje ao Senhor que fortaleça nossa fé; nos torne solos férteis onde a semente a ser lançada frutifique, finque suas raízes, torne-se uma bela árvore e dê bons frutos, sendo impossível ser arrancada do chão. Que Ele nos torne dignos de Seus ensinamentos; que o Espírito Santo nos ilumine e faça morada em nossos corações a fim de podermos entender os ensinamentos e colocar em prática o que nos foi passado. Que possamos ser o candeeiro, a vela, que emana a Luz que vai iluminar o mundo por onde passarmos, aonde formos colocados, de forma que todos possam ver a Luz de Cristo e por Ela serem guiados. Que possamos ser justos e humildes em nossa caminhada; que assim como o Pai nos ama, possamos amar também a todos nossos irmãos.

Ouvir e agir, esta é a palavra de ordem para hoje.

Na Paz de Deus e no amor de Maria.

domingo, 20 de setembro de 2009

A Soberba

Evangelho Mc. 9: 30-37

30. Partindo dali, Jesus e seus discípulos atravessavam a Galiléia, mas ele não queria que ninguém o soubesse.
31. Ele ensinava seus discípulos e dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue às mãos dos homens, e eles o matarão. Morto, porém, três dias depois ressuscitará”.
32. Mas eles não compreendiam o que lhes dizia e tinham medo de perguntar.
33. Chegaram a Cafarnaum. Estando em casa, Jesus perguntou-lhes: “Que discutíeis pelo caminho?”
34. Eles, no entanto, ficaram calados, porque pelo caminho tinham discutido quem era o maior.
35. Jesus sentou-se, chamou os Doze e lhes disse: “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos, aquele que serve a todos!”
36. Em seguida, pegou uma criança, colocou-a no meio deles e, abraçando-a, disse:
37. “Quem acolher em meu nome uma destas crianças, estará acolhendo a mim mesmo. E quem me acolher, estará acolhendo, não a mim, mas Àquele que me enviou”.



O evangelho de hoje nos traz a reflexão um dos males que acometem o ser humano e o destrói: a soberba. Esse sentimento de superioridade entre os homens, que leva a alguém se sentir com privilégios dentre os demais, de se achar o “melhor”, o “maior”.

A passagem de hoje acontece após mais um dia dos costumeiros milagres realizados por Jesus, onde todos se admiravam do Poder de Deus. Jesus estava a ensinar aos seus discípulos sobre o que Lhe iria acontecer mas eles não o entenderam. Sem querer importunar o Mestre, os discípulos discutiam entre si, quem iria perguntar o que significava o ensinamento daquele dia. Certamente aí começaram a se perguntar quem deles seria o melhor diante de Jesus, quem teria a capacidade de poder chegar perto de Cristo e sem sofrer represálias, ver respondia a dúvida que assolava a cabeçinha dos discípulos. Quem seria o “maior” dentre eles a ponto de obter de Jesus a solução imediata de seus problemas.

Mas Jesus como já conhecia aos seus alunos, ao seu povo, vai responder a todos que o maior será sempre aquele que se fizer menor. Aquele que tiver humildade, aquele que tiver amor, aquele que se colocar no patamar de uma criança, que se abaixar para falar com mansidão e zelo. Este sim, será considerado o maior.

Oh, Senhor. Quantas vezes por dia não passamos pelo sofrimento de querer ser maiores, maiores até que o próprio Deus, que é o único que dá a Vida, que nos transforma. Quanta heresia. Discutimos sempre quem de nós é o melhor e com toda a arrogância que nos é peculiar. Nunca queremos nos colocar abaixo de ninguém. Ao revés, fazemos de tudo para que nos vejam por cima, mesmo que nossa situação não esteja comportando nada agradável. Oh, pobres mortais. Pobres homens de espírito impuro, cuja vaidade chaga ao seu extremo em achar-se melhor que os outros. Em tudo. Minha religião é melhor que a sua, afinal é a primeira e única; meu pastor é melhor que o seu afinal ele fez seminário naquela igreja grande que inclusive é muito melhor que a sua. Meu filho, ah, esse Deus olhou pra minhas súplicas quando me deu: ele é o melhor, minha casa é melhor, meu cachorro é melhor, tudo meu é melhor e mais importante que você que suas coisas, por isso não posso te dar atenção hoje, pois primeiro vem as minhas coisas.

Ora amados, como cristãos sabemos que tudo o que temos nesta terra não é nosso e sim de Deus. E tudo o que temos, o temos em razão da nossa justiça, em razão da nossa fé. Se nossas coisas nos parecem melhores, é porque em algum momento nós fomos melhores aos olhos de Deus e por isso Ele, na sua infinita misericórdia, nos derramou suas infindáveis bênçãos. Mas a Igreja nos ensina que todo batizado é chamado também a abençoar. Com isso temos certo que as bênçãos recebidas de Deus são para abençoar aos irmãos. Não devemos reter e sim, repartir. Nada nos é dado para ser retido ou nos transformar em melhores ou superiores aos outros.

Irmãos, vaidade das vaidades, tudo é vaidade (Eclesiastes: 1, 2). Peçamos a Deus no dia de hoje que transforme nossos corações, retirando de nos o sentimento da soberba que carregamos em nosso íntimo. Que o Espírito Santo de Deus faça um mover em nossas vidas nos transformando em pessoas humildes como uma criança, pessoas boas e calmas, mansas e humildes de coração. Que estejamos sempre prontos aos irmãos que de nós precisam, que estejamos sempre dispostos a ajudar, a cuidar de um irmão adoentado, do irmão que precisa de conhecimento, do irmão que precisa da nossa força, que precisa conhecer a Deus.

Na Paz de Cristo e no Amor de Maria...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Um novo coração

Salve, amados de meu Pai. O Evangelho de hoje está em Lucas:5,33-39:

33. Eles disseram-lhe: “Os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam com freqüência e fazem orações, mas os teus discípulos comem e bebem”.
34. Jesus, então, lhes disse: “Podeis obrigar os convidados do casamento a jejuar, enquanto o noivo está com eles?
35. Dias virão…— então, quando o noivo lhes for tirado, naqueles dias vão jejuar”.
36. Contou-lhes ainda uma parábola: “Ninguém corta um remendo de roupa nova para costurá-lo em roupa velha. Caso contrário, o novo rasga o velho, e o remendo de roupa nova não combina com a roupa velha.
37. Ninguém põe vinho novo em odres velhos, porque o vinho novo arrebenta os odres, e perdem-se o vinho e os odres.
38. Vinho novo em odres novos”.
39. E † disse ainda: “Ninguém que tomou vinho envelhecido, deseja vinho novo, pois diz: ‘O velho é melhor’”.

A passagem de hoje nos conta os fatos ocorridos quando do encontro de Jesus e Mateus, então cobrador de impostos. O fato de ser Mateus um judeu, agente de um governo de estrangeiros e, como cobrador de impostos, arrecadador que quantia maior que a realmente devida, fazia com que ele fosse visto como um pecador.

A essa altura, Jesus já tinha sua vida pública e seus feitos eram conhecidos, falados pelo povo. E por isso, aonde ia, uma multidão o seguia. Essa multidão não era só formada pelo povo, mas também de doutores da lei, de fariseus, de juizes, de sacerdotes, enfim, gentes de toda espécie. Os fariseus e doutores da lei principalmente o faziam procurando falhas em Jesus e assim poder criticar Aquele que se dizia “filho de Deus”, o “Enviado”. Mas nunca conseguiram seu intento, pois que Cristo sempre tinha uma resposta sábia, sabia a hora em que devia se retirar e voltar, logo, nunca ficava à mercê dos tido como “poderosos”.

E aqui vemos uma dessas ciladas em que queriam colocar Jesus. Ele estava na casa de um pecador, comendo e bebendo com uma porção deles, e seus discípulos, embora judeus, não seguiam a tradição, afinal, era um sábado, e ocasionalmente, dia também de jejum. Vendo isto, os fariseus começaram a inquirir Jesus, buscando compará-lo, e a seus seguidores, com os profetas e os discípulos destes que jejuavam como prova de seguir a tradição, os costumes, a lei judaica. Como então poderia aquele que se dizia o Enviado do Senhor, não praticar os mandamentos?

Jejum para os judeus é uma forma de penitencia. De se buscar o perdão de Deus para os seus pecados. E tinha ocasiões certas para se fazer. Dizem as escrituras que os fariseus transformaram esse dia em um espetáculo de ritual e, por exercerem uma influência no povo judeu, gostavam de demonstrar uma certa superioridade sobre eles. As práticas farisaicas eram as mais combatidas por Jesus. E Ele vai responder aos fariseus por meio das suas já tradicionais parábolas.

Primeiro, responde-lhes que não se pode obrigar aos convidados de um casamento praticar o jejum, já que o noivo está entre Eles. De certo, Jesus aqui se referia a sua igreja, aos escolhidos de Deus, já que o noivo, o lugar de honra, cabia a Cristo. O noivo estava entre eles. Mas chegaria o dia em que ele se ausentaria. Nesta ocasião, sim, seria devida a prática do jejum. Ao contrário do que pode parecer, Jesus aqui não está a dizer que acabe-se com a prática do jejum e só o façam em uma ocasião específica. Não. Jesus aqui está a anunciar o seu futuro, o que irá lhe acontecer e que estes dias serão de sofrimento para seus seguidores. Nestes dias eles deveriam jejuar como forma até de respeito, de resguardo, da espera do retorno de Cristo que venceria a morte. O jejum como penitencia, como promessa, como prova de devoção não está banido. Jesus não disse isso. Disse, sim, além: que fazer o jejum, pelo simples fato de se fazer, de se praticar as leis mosaicas, não levaria o homem à presença de Deus. Jesus sabia que os fariseus gostavam de se mostrar, de serem vistos como melhores religiosamente. E por isso Ele vai dizer isso. O jejum não é para ser praticado aos olhos de todos. Deve ser um momento íntimo, seu com Deus.

E continuou rebatendo os fariseus que o criticavam, comparando seus seguidores a odres. Odres eram vasilhames feitos de pele de animal e que servia para transportar líquido. Estive pesquisando a respeito disso e pude ver o seguinte. Para ser produzido o vinho, colocava-se o suco de uva dentro do odre e deixava ali para ser fermentado. À medida que ia liberando os gazes e sem ter como sair de dentro do recipiente, o suco ia se transformando em vinho e, o odre, ia inchando. Ao término do processo, o odre inchado não retornava ao seu estado inicial e, por isso não podia ser reutilizado, já que se viesse a ser colocado novo suco, este ao fermentar-se, destruiria o odre que já havia perdido sua elasticidade. Interessante isto. Jesus aqui estava a falar justamente de costumes. Ele não havia vindo ao mundo para romper as tradições, mas adequá-las, amoldá-las corretamente. Ensinar ao povo o verdadeiro significado das leis dadas a Moisés, romper com práticas inócuas, sem sentido, realizadas em nome de uma religiosidade, em nome de um deus que não era o Verdadeiro Deus. O odre a que Jesus se referia, era o homem, era o coração do homem. O vinho, então, seriam os ensinamentos seus. Não adiantaria se colocar o “suco de uva”, o novo ensinamento, a clareza da lei dentro de um recipiente já marcado pelo tempo, pelo uso, pois que este fatalmente “explodiria” o odre. Ensinamento novo, novo coração. Mas e os antigos? Amoldem-se. Transformem-se. Jesus mesmo vai falar que é preciso nascer de novo (João:3,3). Nascer de novo significa deixar para traz, tudo aquilo que não condiz com a nova forma de agir, tudo aquilo que nos impede ao crescimento, tudo aquilo que vai contra o que Jesus prega. Significa desaprender os velhos costumes e tradições e partir do zero. Reaprender a viver uma vida de santidade. Ser um odre novo. Um novo coração, aberto à Palavra, aos Ensinamentos e dispostos a seguir daqui pra frente. É esta nova situação que Jesus quer que surja, o que para os fariseus era um verdadeiro sacrilégio. Os fariseus nunca iriam mudar sua maneira de agir pois que já estavam mais que acostumados a praticar determinados atos. Aprenderam isto com seus antepassados e passavam isto a seus descendentes. Hoje ainda temos muitos fariseus em nosso meio. Muitos gostam de se mostrar melhores que os outros, gostam de se ver “adorando e glorificando”. Utilizam-se disso para se engrandecerem perante o povo, escravizarem religiosamente seus seguidores.

Uma pergunta fica no ar: afinal, Jesus era carpinteiro ou lavrador? Ou fabricante de vinho? Afinal demonstrava uma intimidade com a arte não só da cultura como do fabrico da bebida. Ou ainda costureiro, já que teria ensinado na mesma ocasião que não se deve colocar um remendo novo em roupa velha, pois que o pano já fragilizado não suportaria uma propensa pressão sobre o tecido novo. Bom, o certo é que meu Jesus, o meu Senhor, é inteligente. E nós somos feitos a sua imagem e semelhança, não se esqueçam.

Assim, amados, peçamos hoje a vinda do espírito santos sobre nós para nos conceder um coração novo, para nos transformar por inteiro, para que não sejamos como os fariseus. Devemos tirar de nossas vidas tudo aquilo que praticamos contrário aos ensinamentos de Jesus. Um coração humilde, disposto a aprender é o que devemos ter como meta. Somente um odre novo é capaz de comportar um vinho novo. Que nosso corpo possa servir de morada ao novo de Deus. Ouçamos e sigamos a Cristo, o Enviado de nosso Deus que nos diz: “Conhecerei a Verdade e a Verdade vos libertará.” (João, 8:32).

Na Paz de Jesus e no Amor de Maria.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Ser pescador em águas profundas

Salve amados, paz.

O Evangelho de hoje: Lucas:5,1-11

1. Certo dia, Jesus estava à beira do lago de Genesaré, e a multidão se comprimia a seu redor para ouvir a Palavra de Deus.
2. Ele viu dois barcos à beira do lago; os pescadores tinham descido e lavavam as redes.
3. Subiu num dos barcos, o de Simão, e pediu que se afastasse um pouco da terra. Sentado, desde o barco, ensinava as multidões.
4. Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avança mais para o fundo, e ali lançai vossas redes para a pesca”.
5. Simão respondeu: “Mestre, trabalhamos a noite inteira e não pegamos nada. Mas, pela tua palavra, lançarei as redes”.
6. Agindo assim, pegaram tamanha quantidade de peixes que as redes se rompiam.
7. Fizeram sinal aos companheiros do outro barco, para que viessem ajudá-los. Eles vieram e encheram os dois barcos a ponto de quase afundarem.
8. Vendo isso, Simão Pedro caiu de joelhos diante de Jesus, dizendo: “Afasta-te de mim, Senhor, porque sou um pecador!”
9. Ele e todos os que estavam com ele ficaram espantados com a quantidade de peixes que tinham pescado.
10. O mesmo ocorreu a Tiago e João, filhos de Zebedeu e sócios de Simão. Jesus disse a Simão: “Não tenhas medo! De agora em diante serás pescador de homens!”
11. Eles levaram os barcos para a margem, deixaram tudo e seguiram Jesus.

Amados, quem não conhece esta passagem? Jesus estava às margens do mar e cercado pela multidão; vendo algumas embarcações, pede aos barqueiros que o levem um pouco distante da praia para que pudesse melhor falar à multidão. Quando terminou sua pregação, tendo escutado as lamurias dos pescadores que nada haviam pescado, mandou que se afastassem mais das margens, para onde fosse mais profundo e lançassem suas redes. Mesmo incrédulos de que pudesse acontecer algo, eles foram e fizeram como Jesus ordenara e ficaram espantados quando sozinhos não puderam puxar a rede de volta a embarcação, de modo que tiveram de pedir auxílio a outros pescadores. Voltando a margem Jesus fala então aos pescadores que a partir de então eles seriam pescadores de homens. Eles, então, “levaram os barcos para a margem, deixaram tudo e seguiram Jesus”. Jesus aqui está diante de seus primeiros fiéis seguidores, seus primeiros discípulos. Pedro, Tiago e João. E a partir de então não mais largaram de Jesus.

No Evangelho de hoje Jesus nos convida a sermos “pescadores de homens”, a procurarmos “mares profundos”, “lançar nossas redes” e “puxar para nossas embarcações, as redes tomadas de peixes”. Jesus nos chama a sermos missionários, a sairmos em missão e anunciar a boa nova. Mas como podemos fazer isto nos dia atuais? Ora meus queridos. Os meios de comunicação hoje em dia são tantos ao nosso alcance que esta missão é por demais facilitada. Eles são as nossas “embarcações”. Hoje além das nossas rádios e TV´s cristãs que, à medida que com elas colaboramos, também estamos ajudando a evangelizar, estamos ajudando a “puxar a rede para dentro da embarcação”, temos a internet. Um canal de comunicação vasto e simples utilização. Quem não tem um orkut? Um msn? Um twitter? Na ter uma conta de e-mail hoje é praticamente um crime cibernético. E quantas vezes utilizamos desses canais para alcançar à pessoas residentes em lugares mais distantes? E muitas das vezes para jogar conversa fora, falar de futilidades, mandar piadinhas infames ou de conteúdo imoral, coisas totalmente banais que nos fazem perder um tempo em que poderíamos estar aproveitando para outras coisas, como estudar por exemplo ou ler um bom livro.

Meus queridos, hoje posso afirmar que não existe melhor coisa que falar de Jesus. Não existe melhor coisa no mundo que levar a mensagem de amor a outras pessoas.
Uma das primeiras coisas que faço diariamente é “abrir” meus canais de comunicação e soltar uma mensagem do evangelho. Conforta minha alma, me traz paz de espírito, pois ao mesmo tempo em que uma passagem bíblica me fez bem, certamente estará fazendo por outra pessoa que poderá estar lendo a respeito. Com isto, estou “pescando em outros mares”, em “águas mais profundas”. Passe isso a seus amigos, familiares, filhos, sobrinhos. O mar é extenso e precisa de mais “pescadores”. Seja você também um “pescador de homens”.

Na paz de Jesus e no amor de Maria.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Levantar e servir

Amados, o Evangelho de hoje está em Lucas:4,38-44:

38. Jesus saiu da sinagoga e entrou na casa de Simão. A sogra de Simão estava sofrendo, com muita febre. Intercederam a Jesus por ela.

39. Então, Jesus se inclinou sobre ela e, com autoridade, mandou que a febre a deixasse. A febre a deixou, e ela, imediatamente, se levantou e pôs-se a servi-los.

40. Ao pôr-do-sol, todos os que tinham doentes, com diversas enfermidades, os levavam a Jesus. E ele impunha as mãos sobre cada um deles e os curava.

41. De muitas pessoas saíam demônios, gritando: “Tu és o Filho de Deus!” Ele os repreendia, proibindo que falassem, pois sabiam que ele era o Cristo.

42. De manhã, bem cedo, Jesus saiu e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam e, tendo-o encontrado, tentavam impedir que ele as deixasse.

43. Mas ele disse-lhes: “Eu devo anunciar a Boa Nova do Reino de Deus também a outras cidades, pois é para isso que fui enviado”.

44. E ele ia proclamando pelas sinagogas da Judéia.


Após um dia de pregações nas sinagogas, Jesus vai para a casa de seu discípulo Pedro e lá, encontra a sogra deste de cama, adoentada. Jesus então ordena que a enfermidade passe. Tão logo Jesus profere suas palavras de cura, a mulher se coloca de pé e passa a servir aos presentes. O povo que seguiu Jesus e viu aquilo, foi em busca de seus doentes e levaram até Ele. Jesus também ali curou a todos e expulsou muitos demônios. Ao amanhecer do outro dia, Jesus se colocou a caminho de outras cidades para anunciar a Boa Nova.

Vemos nesta passagem de Lucas que o início da vida divina de Jesus foi intensa. O povo estava adoentado e clamava por uma cura de seus males. Os que ficavam curados, era por que tinham fé que Aquele homem os podia curar, pois muitos milagres já vinha fazendo. As escrituras mostram que aonde quer que Jesus estivesse, povos de todas as cidades vizinhas iam procurá-lo e levar-lhe doentes e possuídos.

Neste dia, vemos que Jesus pregava em uma sinagoga de sua cidade e fora expulso de lá. Logo após Ele se colocava a ensinar em outra sinagoga. As escrituras não relatam o horário, mas de certo já estava quase entardecendo quando Jesus vai para a Casa de Pedro e ali não só cura a sogra de Pedro como também a outros doentes que lhe eram trazidos. E isto deve ter corrido noite e até madruga a dentro, mas Jesus vai, ao amanhecer, se colocar a caminho de outras cidades para cumprir a sua missão.

Interessante a vida deste homem. Pouco fala as escrituras quanto a Ele ter descansado em algum momento. Também não temos nada quanto a Ele ter se recusado a curar alguém que lhe era levado ou mesmo os que encontra em sua jornada. Nenhuma palavra ríspida dita, a não ser contra aqueles que se colocavam a tentar distorcer os ensinamentos de seu Pai. Ah, esse Jesus. Quanta paciência. Quanta vontade de servir.

Já paramos para pensar um pouco nisto que foi a vida de Jesus? E a nossa? Como é que está nossa vida? Temos nos colocado a servir? Temos ao menos sido agradecidos para com nosso Deus pelas bênçãos que recebemos e nos colocado em serviço ao nosso próximo? Ou nos jogamos no sofá e com a desculpa de um “cansaço” qualquer nos recusamos a ajudar aqueles que nos procuram?

Lucas e Marcos dizem que a sogra de Pedro tão logo fora curada, se colocou a serviço dos que estavam presentes. E olha que deviam ser muitos. Mas e daí? Que sejam milhares. Devemos nos mostrar agradecidos pelo favor de Deus e nos colocar a serviço sempre, independente de quantos estiverem precisando de nós, independente da hora, do dia, das circunstâncias, independente de tudo, devemos nos colocar a serviço dos irmãos, por que, como cristãos, fomos curados pelo sangue de nosso Jesus, fomos libertos das amarras que nos prendiam ao pecado, estamos salvos do inimigo. Por isso devemos servir.

E devemos servir com toda calma, com toda alegria, com total paciência. Oh. Aí que entra a tristeza. Com paciência. Você chega em casa do trabalho depois de umas dez horas na rua, fatigado depois de um ônibus lotado. Vem sua esposa e lhe diz que o varal arrebentou, seu filho lhe pede que o levante, o mais velho precisa que lhe ajude nas tarefas do colégio e, sem bastar isso tudo, seu pai velhinho lhe telefona já marcando para o dia seguinte a ida ao médico e você quem vai levá-lo. Chega!!!!! Só Jesus na causa. Aí está nosso exercício de paciência. Todos precisam de nós quase que ao mesmo tempo. Por mais que estejamos cansados, é preciso que atendamos aos diversos pedidos. Eles precisam de nós, da nossa habilidade, da nossa inteligência, do nosso carinho, do nosso amor. Isto é servir. Este é nosso ministério. Já diz o ditado que quem não vive para servir, não serve para viver.

Portanto amados, hoje roguemos ao Senhor as graças de poder servir. Digamos ao Pai o quanto queremos servir ao nosso próximo, o quanto queremos prosseguir com o trabalho iniciado por Jesus e peçamos a Ele que nos nutra com todas as armas para vencermos o inimigo do cansaço, da fadiga, da exaustão, da doença, da impaciência, enfim, que nos livre de tudo aquilo que possa se tornar empecilho ao nosso ministério de forma que estejamos sempre prontos a servir, a trabalhar pelos irmãos, a cuidar daqueles que necessitam de nós com a máxima dedicação possível.

Na paz de Jesus e no amor de Maria.