quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Encristus - Mariápolis Ginneta - Parte 1



Salve amados,

Paz e bênçãos... Como havia prometido, a partir de hoje vou tentar contar a vocês um pouco do que vivi nos dias 17 e 18 de outubro em Vargem Grande Paulista, no evento EnCristus. Mas antes de começarmos, convém tentar primeiro esclarecer o que significa a sigla EnCristus.

Como não poderia ser diferente, vou contar uma pequena historinha (adoro historinhas). Lógico, que como leigo não poderei me aprofundar muito, talvez até expresse cegamente meu ponto de vista, mas no fim, o que será colocado não estará tão distante da realidade. Quando a igreja de Cristo surgiu todos, ainda que de opiniões diferentes, comungavam basicamente a mesma “cartilha”. As diferenças não eram vistas, havia o respeito e todos buscavam seguir os ensinamentos de Jesus e só. Passados os anos, foram surgindo dogmas com os quais alguns discordaram e a “igreja” então se dividiu. Cada um foi para o seu lado e iniciou-se daí, uma guerrinha pela verdade, pela autenticidade, pela igreja mais santa. Não sou tão velho mas ainda na minha “catequese” quando pequeno, o costume era de que, em termos de “religião” a minha era a verdadeira, a original. A dos outros era a errada, a que deveria ser expurgada da face da terra. E isto acontecia de modo recíproco. As partes se atacavam e infelizmente isto acontece muito nos dias atuais.

Mas esse quadro vem sendo mudado. As “igrejas” hoje procuram uma forma de diálogo, de sentar a mesa e não mais discutir, mas sim de traçar metas para lutar juntas. Escutei muito nestes 2 dias que projetos há em todos os setores das igrejas, mas a falta de diálogo e a intransigência, não permitem que esses projetos sejam levados adiante. Quem perde? Cristo. Este é o único que sai perdendo neste embate que provado está, não leva ninguém a lugar nenhum, somente a uma distanciação maior e mais de Jesus. Fica cada lado com suas atitudes farisaicas e se esquecem do centro da questão.

“Para que todos sejam um” (João 17,21). Esse desejo de Cristo, essa busca pela unidade de nós discípulos, não é uma coisa nova, dessa década. Já é antiga. E mundialmente falando. Na Europa, nos países latinos, em muitos lugares os cristãos têm-se voltado para o verdadeiro sentido de unidade. E muito se tem lutado por isto. Aqui no Brasil, então, temos o início de se colocar em andamento, um projeto antigo que é o EnCristus ou, Encontro de Cristãos na busca de Unidade e Santidade, guiados pelo Espírito Santo. O EnCristus é uma expressão do ecumenismo que as igrejas buscam nos dias atuais. Este foi só o primeiro de muitos encontros. Posso dizer que ao final do encontro, saímos de lá fortalecidos no Espírito Santo e com o coração incendiado, com muita vontade de difundir o diálogo. Como já dizia Jesus, a messe é grande e precisa de mais e mais trabalhadores. A esperança hoje é de que a nova geração cresça com essa consciência de que é preciso dialogar, respeitar e aprender com as diferenças. Ser ecumênico é antes de tudo isto. Uma pessoa que vai saber ouvir e conversar.

Para melhor saber e entender o que é o Encristus, acesse o link: http://www.cnbb.org.br/ns/modules/mastop_publish//?tac=536


O EnCristus nasceu de um encontro entre católicos e evangélicos realizado em umas das missões da Comunidade Canção Nova, em Lavrinhas, MG. Antes de acontecer este encontro, os membros envolvidos – católicos, evangélicos, presbiterianos, etc - ainda se reuniram mais uma vez, em Aparecida do Norte, onde terminaram de traçar as metas para este primeiro encontro. A Comunidade Focolare foi quem abrigou esta primeira edição do EnCristus, abrindo os portões de uma de suas cidadezinhas-modelo – em Vargem Grande Paulista – onde contam com uma excelente infra estrutura para eventos de grande porte.

A chamada comunidade dos focolares é um movimento que surgiu idealizado por Chiara Lubich já nos idos de 1936 com fins de viver e vivenciar o evangelho de Jesus Cristo e que “ pouco a pouco, foi se revelando conforme um desígnio preciso de Deus”, como afirma Chiara Lubich. É uma comunidade que propõe um novo estilo de vida, que tem como modelo a Família de Nazaré. É composta por leigos, virgens (distintamente homens e mulheres) e pessoas casadas que, vivendo na própria família, doa-se totalmente a Deus.

O principal compromisso dos membros é viver com radicalismo o mandamento do amor recíproco, para que se mantenha sempre viva aquela presença de Jesus que Ele mesmo prometeu a quem estiver unido em Seu nome. (Mt 18.20). O primeiro focolare surgiu em Trento, com Chiara Lubich e as suas primeiras companheiras, em 1944. Em 1948, teve início o primeiro focolare masculino. Atualmente estas comunidades são 780, em 87 países. (fonte: http://www.focolare.org/page.php?codcat2=340&codcat1=190&lingua=PT&titolo=o movimento dos focolares&tipo=composição).

Os focolares são hoje uma grande organização, uma comunidade mundial, onde vivem católicos, evangélicos, e outras denominações cristãs, em harmonia e buscando no dia a dia, a unidade. Não foi por outra forma que a comunidade foi a escolhida para abrigar este primeiro EnCristus.

Nestes 2 dias pude partilhar com pastores, padres e membros de comunidades evangélicas e católicas como Pr. Sérgio Franco - Aliança Missionária de Discípulos (Rio de Janeiro, RJ) Pastor Abílio Pinheiro Chagas – Comunidade Comunicação e Missão (Bauru SP), Dom Francisco Pastor Jamê Nobre – Comunidade Cristã Missionária (Jundiaí, SP), Pe. Marcial Maçaneiro, SCJ – Assessor da CNBB (Taubaté, SP), Professor Matteo Calisi – fundador da Comunitá di Gesu (Itália), Pr. Rui Luis Rodrigues – Comunidade Carisma (Osasco SP) e muitos outros irmãos cujas pregações, homilias, testemunhos e projetos só serviram para engrandecer o nome do Senhor que lá esteve presente durante todo o tempo a nos falar.


Por hoje vou ficando por aqui... Amanhã continuo contando minha experiência e tentando deixar um pouquinho do sabor que senti para criar em vocês a vontade de participar do próximo EnCristus e assim aumentarmos a luta em prol da unidade.

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