quinta-feira, 8 de abril de 2010

Testemunhando a Cristo

Evangelho Lc. 24:35-48


35. Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.

36. Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!”

37. Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um espírito.

38. Mas ele disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração?

39. Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”.

40. E dizendo isso, ele mostrou-lhes as mãos e os pés.

41. Mas eles ainda não podiam acreditar, tanta era sua alegria e sua surpresa. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”

42. Deram-lhe um pedaço de peixe assado.

43. Ele o tomou e comeu diante deles.

44. Depois disse-lhes: “São estas as coisas que eu vos falei quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”.

45. Então ele abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras,

46. e disse-lhes: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia,

47. e no seu nome será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém.

48. Vós sois as testemunhas destas coisas.



Paz amados, a paz de Cristo Ressuscitado.


Hoje continuamos a ver o relato de Lucas onde o evangelista nos conta os momentos vividos pelos discípulos após a morte de Jesus. Até então, Jesus aparecera a poucos, como a Maria na porta do sepulcro, aos discípulos que caminhavam para Emaús, e talvez há mais alguns não citados na bíblia, mas que certamente mereceram a atenção de Cristo.

Hoje vamos ver que os discípulos de Emaús, após caírem em si e se aperceberem que Aquele que havia caminhado com eles e partilhado a refeição na estalagem era o ressuscitado, voltam a Jerusalém e procuram pelos outros discípulos, os quais as escrituras nos dão conta de serem em um grande número, além dos 11 principais, os mais chegados. Os dois começam então seus relatos e contam como o reconheceram, como reconheceram a Jesus ao partir o pão. E nisto aparece no meio deles o próprio Cristo, saudando-lhes com votos de paz. Todos os que estavam reunidos tremem assustados pensando estarem vendo coisas, fantasmas, mas Jesus vai tranqüilizá-los e mostra-lhes através de suas chagas que está de volta, em carne e osso, como predisseram as escrituras. E continua dizendo aos presentes que tudo aquilo que haviam vivenciado era o que Ele ensinava antes dos acontecimentos. E explicando, abriu a inteligência deles para que entendessem as escrituras. Ao fim deste momento, diz Cristo aos presentes o que está nas escrituras: “o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém”. E assim convoca a todos a serem testemunhas do que haviam visto.


Amados irmãos em Cristo, cada dia que passa me alegro mais e mais neste Jesus que me ressuscitou dos mortos, desse Cristo que me estendeu a mão e me chamou a caminhar com Ele. Devo confessar aos irmãos que tenho encontrado pedras no meu caminho e não raras vezes tenho tropeçado feio, mas não desisto. Minha família e meus amigos não me deixam desistir. São meus “cirineus”, pacientes ao ponto de me estenderem a mão, mesmo que eu insista em não querer. Isso só serve a demonstrar que o processo de conversão é dolorido, é custoso, é difícil. Mas se queremos realmente seguir aquele que deu a vida por nós devemos sempre tentar e tentar. A cada momento. Jesus nos conhece. Ele conhece ao povo que lhe foi dado por herança e chama a cada um pelo nome. Sabe nossas realidades e nos oferece o perdão. Por isso não desisto. Eu sou um cristão e não desisto nunca.


Mas a reflexão para hoje está em dois aspectos do evangelho: primeiro, aquele momento de descrédito onde os discípulos precisam tocar em Jesus para certificarem-se de que as promessas foram cumpridas, e depois ao fato de Jesus novamente chamar-lhes para levar a boa-nova a toda criatura, dando testemunho do ressuscitado.


Como dizia ontem, é da natureza do ser humano ser incrédulo, precisar tocar as coisas para certificarmos de que realmente existe, de sorte que, se não vermos, se não pudermos tocar, não existirá. Em contraponto, colocamo-nos a acreditar em nossa imaginação e vemos “fantasmas” em diversas coisas e fatalmente nos atemorizamos, trememos na base tomados pelo medo. Mas como nos vemos livres disso? Como nos livramos dos nossos temores? Como podemos acreditar senão vemos? Se não vimos como os discípulos viram? Se por mais que eu faça nunca consiga realizar nada em minha vida? Jesus disse uma vez que felizes são aqueles que creram sem terem visto (Jo. 20: 29); um salmista vai dizer para esperarmos em Deus e Ele tudo o fará (Sl. 36: 5). Muitas passagens da Bíblia nos trazem a esperança de dias melhores, de vitória, de paz. Mais nada do que nela está contido nos servirá se não tivermos fé, se realmente não crermos naquilo que nos é apresentado como as promessas do Altíssimo. “Quem crer e for batizado será salvo” (Mc. 16:16). Então, primeira coisa, ter fé. Crer que Ele ressuscitou e está VIVO no meio de nós.


O segundo aspecto da minha reflexão está no chamamento à missão. Aos discípulos reunidos, a nós que cremos, Jesus vem chamar-nos a sermos testemunhas de tudo o que foi vivenciado, de tudo o que foi vivido e levando nosso testemunho, anunciar ao mundo, em Seu nome, a conversão para o perdão dos pecados, a todas as nações, a todos os povos. Assim, Cristo nos exorta a sermos missionários, a sair em missão do anuncio da boa-nova, a pregar a conversão dos pecados ao mundo, a toda criatura das mais diversas nações. Se pela fé vivemos a Palavra, pela nossa fé devemos anunciar a Jesus. E aí entra a parte mais importante e difícil de nossa missão. A conversão deve ser anunciada a começar por Jerusalém, deve ser iniciada a começar por nossa casa, por dentro de nós, por nosso coração. Ah! Como é difícil. Como posso anunciar a paz de Cristo se eu mesmo vivo em guerra com familiares, com vizinhos, com amigos? Como posso dar testemunho de piedade e compaixão se não tenho isso para com aqueles que erram para comigo? Como posso ser aquilo que Jesus me pede para ser se “caio” sempre que tropeço? Por isso é preciso estar sempre em vigília. É preciso estar atentos e, a todo momento, cuidarmos para não tropeçarmos nas dificuldades da vida que nos levam a pecar. E não menos importante: não desistir nunca. Jamais. E para isso é necessário estarmos sempre em comunidade pois é lá que encontraremos nossos “cirineus” que nos ajudarão nessa caminhada. Não devemos nunca temer nada. Não devemos nos atemorizar em virtude dos percalços da vida. Lembremos sempre: A paz do ressuscitado chegou até nós. Ele está conosco e caminha ao nosso lado, dando-nos serenidade e força para caminharmos. Creiamos, nos convertamos e saiamos para anunciar isto.


Na paz de Cristo...

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