terça-feira, 18 de maio de 2010

Reunidos no cenáculo II

1. Assim Jesus falou, e elevando os olhos ao céu, disse: “Pai, chegou a hora. Glorifica teu filho, para que teu filho te glorifique,
2. assim como deste a ele poder sobre todos, a fim de que dê vida eterna a todos os que lhe deste.
3. (Esta é a vida eterna: que conheçam a ti, o Deus único e verdadeiro, e a Jesus Cristo, aquele que enviaste)
4. Eu te glorifiquei na terra, realizando a obra que me deste para fazer.
5. E agora Pai, glorifica-me junto de ti mesmo, com a glória que eu tinha, junto de ti, antes que o mundo existisse.
6. Manifestei o teu nome aos homens que, do mundo, me deste. Eles eram teus e tu os deste a mim; e eles guardaram a tua palavra.
7. Agora, eles sabem que tudo quanto me deste vem de ti,
8. porque eu lhes dei as palavras que tu me deste, e eles as acolheram; e reconheceram verdadeiramente que eu saí de junto de ti e creram que tu me enviaste.
9. Eu rogo por eles. Não te rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus.
10. Tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu. E eu sou glorificado neles.
11. Eu já não estou no mundo; mas eles estão no mundo, enquanto eu vou para junto de ti. Pai Santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um, como nós somos um.


Salve povo amado de Deus,

Que este seja mais uma dia de alegria e glória Naquele que nos uniu.

Queridos irmãos, iniciamos no domingo mais uma semana dedicada a oração pela unidade dos cristãos, a vontade da união cristã, como Jesus pediu. Esta é mais uma etapa na longa jornada em busca da reconciliação, da unidade, de voltar a ser uma só igreja, não uma igreja física com seus dogmas e mandamentos, mas uma igreja centrada no único fundamento que é Cristo. Ou é isso ou de nada adiantou toda sua paixão, todo seu ensinamento, tudo o que deixou. È verdade que esta tão pretendida união é difícil, mas também é verdade que não é impossível, pois se nosso Deus é o Deus do impossível, nada pode contra seus desejos. Como diz o autor do belo louvor “Posso sentir os seus anjos aqui” (Banda Canal da Graça) “Quando unimos nossas vozes para louvar o inimigo vai querer nos disperssar; por isso clamamos ao Senhor que mande seus anjos por nós lutar contra o mal.”

Amados, a desunião não vem de Deus. Deus nunca quis seu povo disperso. Nós homens é que buscamos esta dispersão. Desde os tempos de outrora, já na época dos primeiros “cristãos” essa dispersão já era sentida e preocupante. Paulo, em sua primeira carta aos Coríntios demonstra essa preocupação no capítulo 1, versículos 10 a 15:

10. Irmãos, eu vos exorto, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, a que estejais todos de acordo no que falais e não haja divisões entre vós. Pelo contrário, sede bem unidos no sentir e no pensar.
11. Com efeito, pessoas da família de Cloé informaram-me a vosso respeito, meus irmãos, que está havendo contendas entre vós.
12. Digo isto, porque cada um de vós fala assim: “Eu sou de Paulo”, ou: “Eu sou de Apolo”, ou: “Eu sou de Cefas”, ou: “Eu sou de Cristo”!
13. Será que Cristo está dividido? Será Paulo quem foi crucificado por amor a vós? Ou foi no nome de Paulo que fostes batizados?
14. Dou graças a Deus por não ter batizado nenhum de vós, a não ser Crispo e Gaio.
15. Assim, ninguém pode dizer que fostes batizados no meu nome.

Vivendo ainda Jesus sob a forma humana, perguntou aos seus discípulos quem eles achavam que Ele era. E responderam-lhe: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias, ou um dos profetas”. E continuando, perguntou-lhes sobre quem eles diziam que era. E Pedro lhe responde reconhecendo ser Jesus o filho do Deus vivo. E Jesus vai felicitar a Pedro por este reconhecimento, acrescentando que “em cima dessa pedra” seria então construída a sua Igreja, a igreja de Cristo.

Amados, em nossas igrejas ontem iniciamos o ciclo de atividades desta semana dedicada à unidade dos cristãos e, na Paróquia de Nossa Senhora de Fátima – RTS, no Méier – RJ, tivemos a grata honra de receber a Palavra de Deus vinda da boca do Pr. Ricardo Neves, do Ministério Colheita da Tijuca. E o pastor nos trouxe a reflexão a importância da unidade e o motivo de ela, embora tão perseguida, ainda não foi alcançada. E ele justamente tocava neste ponto. No fato de que nós homens criamos as igrejas e, ao fazermos isto, não focamos suas fundações, não centramos suas criações, naquele que é o único fundamento da Igreja: Jesus. Relutamos em reconhecer como Pedro, que Jesus é o Senhor, é o Filho de Deus vivo. E com isso criamos desde então barreiras. Criamos nossos corações de pedra e é geralmente sobre esta “pedra” que fincamos nossa base. Perdemos com isso, muitas vezes, a identidade cristã e passamos a buscar no homem a motivação da nossa religiosidade. Vamos a igreja por causa do padre bonitinho, do pastor que prega na unção, do irmãozinho que toca maravilhosamente ou da irmã cuja voz é uma benção. Mas não vamos a igreja por causa de Cristo. Não vamos louvar e dar glórias ao único que é digno de louvor e glória. Isso é que nos torna desunidos. Isso é que nos dispersa. È nos dogmas que criamos, nas tradições que fielmente praticamos, que nos perdemos e nos afastamos mais e mais de Jesus. Jesus não fundou igrejas, mas uma única igreja, que somos nós. Somos parte de um corpo que é a igreja de Cristo. E é isto que deve permear nossa religiosidade, nossa devoção.

O movimento ecumênico, que busca essa re-união, representa, acima de tudo, respeito, amor, fraternidade. Se não amamos o próximo, como podemos estar com nossa igreja fundada na pedra? Ecumenismo não significa igualdade, mas caminhar juntos na direção daquele que nos uniu. Todos nossos dedos são diferentes, mas, juntos, compõem os pés que nos movem e as mãos que damos para caminharmos sempre juntos na mesma direção, sempre buscando a Cristo.

Esta semana estamos relembrando o tempo do cenáculo, quando os discípulos estavam reunidos, como faziam os judeus. Enquanto uns celebravam pois a festa de pentecostes festejava a colheita, os seguidores de Jesus estavam reunidos em oração, a espera do cumprimento das promessas que lhes foram dirigidas. E assim lhes chegou o fogo do Espírito Santo, trazido numa brisa leve que lhes tocou a alma.

Aproveitemos pois este tempo também para fazermos isto. Irmãos evangélicos, irmãos católicos, nos unamos em oração. Nos unamos em um cenáculo à espera do Espírito Santo, clamemos o discernimento para nossas atitudes, que possamos nos despir da desagregação, da desunião que vêm nos afastando de Jesus, que vêm destruindo o Corpo Santo do Filho do Deus Vivo. Jesus está voltando, portanto, devemos estar preparados.

Pela unidade dos cristãos, pela satisfação da vontade do Pai, que sejamos um, como Ele e o Pai são um.

Nenhum comentário:

Postar um comentário