quarta-feira, 12 de maio de 2010

reunidos nos cenáculo I

Salve, amados de meu Pai,

12. Tenho ainda muitas coisas a vos dizer, mas não sois capazes de compreender agora.
13. Quando ele vier, o Espírito da Verdade, vos guiará em toda a verdade. Ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo quanto tiver ouvido e vos anunciará o que há de vir.
14. Ele me glorificará, porque receberá do que é meu para vos anunciar
15. Tudo que o Pai tem é meu. Por isso, eu vos disse que ele receberá do que é meu para vos anunciar.


Amados irmãos,

Amanhã estaremos celebrando a Ascensão do Senhor, a subida de Deus aos céus, conforme estava escrito e, assim, estaremos a poucos dias da data em que celebraremos Pentecostes, em que relembraremos com muito louvor e adoração, a vinda do Paráclito, a descida do Espírito Santo sobre os discípulos que estavam reunidos, conforme o costume judaico, juntamente com Maria, mãe de Jesus, para a celebração da então festa pentecostal quando se comemorava a colheita do plantio, um dia de alegria e muita ação de graças. De acordo com o relato de Atos 2, 1-13, durante a celebração, ouviu-se um ruído, "como se soprasse um vento impetuoso". "Línguas de fogo" pousaram sobre os apóstolos e todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em diversas línguas.

Meus queridos, nesse tempo Pascal, vivemos a glória de Deus advinda da ressurreição de Jesus e nos glorificamos com o aparecimento espontâneo D´Ele a cada um de seus discípulos, de seus seguidores. Neste tempo, estamos sendo preparados pelas leituras da nossa Sagrada Cartilha de Oração, como diria o Pe. Manzotti, para vivenciarmos com alegria e efusão, as promessas de Cristo quando disse aos seus discípulos que era necessário que Ele se fosse para que o Espírito da Verdade viesse. E esse espírito é quem iria esclarecer tudo aquilo que Jesus havia dito durante todo o tempo em que esteve no meio de nós e que muitos não entendiam, além de mostrar o que iria acontecer, o que estava para acontecer, de forma alertar aos que N´Ele criam.

Essa promessa de Cristo já podíamos ver tão logo se fez sua partida, sua subida aos céus, com o fogo consumindo, no décimo dia seguinte. Mas segundo os relatos bíblicos, talvez Paulo é quem tenha recebido com mais efusão o Espírito Santo. Paulo soube muito bem aproveitar os dons que recebera de Deus, soube muito bem multiplicar seus talentos e não os enterrou como o homem da parábola que Jesus havia contado uma vez. Paulo, embora vivo na época de Jesus, não chegou a viver com Ele, não chegou a presenciar Seus feitos. Tudo o que sabia a respeito, o havia escutado de outros e por isso a raiva que tinha dos Seus seguidores. Paulo vai conhecer ao próprio Jesus em uma estrada, quando estava a caminho para talvez dizimar mais algumas dezenas de discípulos como já vinha fazendo. Ah, Paulo. Como a vida desse homem mudou quando recebeu o Espírito Santo sobre ele. Tratou logo de buscar a conhecer verdadeiramente a Jesus e foi procurar Pedro, que já sabia ser o designado para “apascentar as ovelhas” de Cristo. Não há nos relatos bíblicos menção ao tempo em que ficou junto de Pedro e de outros seguidores de Jesus. O certo é que, por receio e desconfiança de muitos, ele, Paulo, teria logo sido afastado e mandado “pregar” em outros lugares, bem distantes. Tendo feito isso, nos relata também as escrituras que Paulo teria sido bem sucedido em todas as missões de que participou. Com isso, podemos crer que Paulo teria aprendido muito mais no pouco tempo que buscou aprender sobre Jesus do que aqueles que passaram mais de 3 anos andando com Ele. Paulo, de origem judia, mas criado nos costumes gregos, era muito inteligente. E soube como ninguém, guiado pelo Espírito Santo, falar de Jesus. Aos judeus, falava como judeu, aos gregos, como grego. Observava a cultura que já conhecia muito bem e se utilizava das suas tradições para falar as “suas próprias línguas”. A primeira leitura de hoje nos mostra muito bem isto. Em Atos 17 e 18, veremos Paulo pregar a Cristo na sinagoga de Tessalônica, arrebanhando alguns Judeus; Depois foram para Beréia, onde mais judeus, entre homens e mulheres, se converteram e por fim, Atenas, uma cidade mergulhada no ateísmo, um povo idólatra, que adoravam diversos deuses. Sem temor, Paulo vai em praça aberta falar de Jesus, anunciar ao Deus Vivo, o único e verdadeiro. Mas como fazê-lo? E não foi outro senão o Espírito Santo quem revestiu Paulo da sabedoria para poder extrair dos costumes daquele povo motivação para lhes mostrar o verdadeiro caminho a ser seguido – Atos, 17, 22-31. E com isso conseguiu salvar mais almas para Deus.

Amados, contra fatos não há argumentos. As promessas de Deus sempre se cumprem e por isso devemos estar preparados, principalmente para a vinda do Espírito Santo que se faz presente em nossas vidas cristãs. Esse mesmo Espírito que estava com Paulo é o que habita em nossos corações nos dando força e revelando a cada dia esse Jesus maravilhoso, esse Deus forte, esse Príncipe da Paz que nos transforma a vida, que nos dá a vida eterna.

Assim, queridinhos de meu Pai, reflitamos hoje no tempo litúrgico em que estamos vivendo. Esperemos com alegria a vinda do Espírito Santo sobre nós, sobre nossos corações. Peçamos em nossas orações: “vinde Espírito Santo, não tardeis”. Talvez não venhamos a falar em línguas como os discípulos, curar doentes como Paulo e Barnabé através de suas vestes ou mesmo o dom da pregação, do anúncio com palavras da boa nova. Mas certamente, lá no nosso coraçãozinho despertará um talento escondido, adormecido, que irá servir a revelar ao mundo esse nosso Deus Vivo, que ressuscitou dos mortos e que está a voltar.

Na paz de Jesus, o Cristo ressuscitado e no amor com os discípulos e demais santos, esperemos com alegria a vinda do Espírito Santo.

Feliz celebração da Ascensão para todos.

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