sexta-feira, 16 de abril de 2010

Só UMA coisa eu quero...

Só UMA coisa

Bom dia amados. A paz de Cristo.

O Evangelho de hoje está em Jo:6,1-15

1. Depois disso, Jesus foi para o outro lado do mar da Galiléia, ou seja, de Tiberíades.
2. Uma grande multidão o seguia, vendo os sinais que ele fazia a favor dos doentes.
3. Jesus subiu a montanha e sentou-se lá com os seus discípulos.
4. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus.
5. Levantando os olhos e vendo uma grande multidão que vinha a ele, Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para que estes possam comer?”
6. Disse isso para testar Filipe, pois ele sabia muito bem o que ia fazer.
7. Filipe respondeu: “Nem duzentos denários de pão bastariam para dar um pouquinho a cada um”.
8. Um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse:
9. “Está aqui um menino com cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, que é isso para tanta gente?”
10. Jesus disse: “Fazei as pessoas sentar-se”. Naquele lugar havia muita relva, e lá se sentaram os homens em número de aproximadamente cinco mil.
11. Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu aos que estavam sentados, tanto quanto queriam. E fez o mesmo com os peixes.
12. Depois que se fartaram, disse aos discípulos: “Juntai os pedaços que sobraram, para que nada se perca!”
13. Eles juntaram e encheram doze cestos, com os pedaços que sobraram dos cinco pães de cevada que comeram.
14. À vista do sinal que Jesus tinha realizado, as pessoas exclamavam: “Este é verdadeiramente o profeta, aquele que deve vir ao mundo”.
15. Quando Jesus percebeu que queriam levá-lo para proclamá-lo rei, novamente se retirou sozinho para a montanha.

Amados, a Palavra de Deus para nós hoje, como sempre, é riquíssima para nossa reflexão. Quem não conhece esta passagem? Jesus, com 5 pães, deu de comer a 5.000 homens. Este foi um dos maiores milagres produzidos por Cristo de uma só vez. Já havia curado dezenas, senão centenas, mas de forma esparsa, um aqui, dois ali, os que aceitavam a salvação. Mas assim, de uma só vez, mais de 5.000 pessoas? Isto mesmo, mais de 5.000 pois sabemos bem que naquela época, as mulheres e crianças não eram contadas. E como se estava por ocasião da Páscoa, a multidão deveria ser grande mesmo, pois gente de todos os povoados viriam à cidade-mãe para comemorar a festa dos judeus. Jesus chama um de seus discípulos e testa a sua fé, perguntando-lhe onde arranjariam alimento suficiente para todo aquele povo. E o discípulo lhe respondeu que nem todo o dinheiro que havia com eles daria para comprar tanto alimento assim. No entanto, um outro discípulo, André, apresentou a Jesus um menino que trazia em uma cestinha apenas 5 pães e dois peixes. Um fato interessante aqui é a questão de como aquele menino sabia que Jesus e os discípulos procuravam como alimentar toda a multidão. De certo, os seguidores de Jesus procuravam ver com eles se alguém tinha algo que se pudesse dividir, de forma a alimentar aos irmãos. E aí entra esse garotinho, com sua cestinha, que deveria conter o alimento de sua família, e entrega a Cristo, procurando fazer a sua parte para ajudar e crendo que a vontade de Cristo se cumpriria na vida de todos. E isto realmente ocorreu. Todo o povo se alimentou e ainda sobraram doze cestos mais com os pedaços de pães que sobraram. E todos glorificavam a Jesus, vendo nele o cumprimento das profecias a respeito do Messias.

Sintam a riqueza dessa leitura para hoje. Trata de partilha, de ajuda, de fazer a sua parte, sem se importar se o irmão ao lado também fará ou não. E, acima de tudo, crê que a vontade de Deus se cumprirá em nossas vidas, de forma tão abundante que restarão sobras, transbordando cálices, enchendo cestos.

Queridos irmãos, o Salmo de hoje também se apresenta riquíssimo para um exame de consciência cristã e eu gostaria de dividir com vocês. È o salmo 27 de Davi, que extraio os seguintes trechos dos versos 4 e 14: “Só uma coisa peço ao Senhor e a peço incessantemente: poder habitar na casa do Senhor todos os dias de minha vida e contemplar a sua beleza... Espera no Senhor e sê forte, fortalece o teu coração e espera no Senhor.”

Como sabemos, Davi era o homem segundo o coração de Deus. Deus escolheu a Davi, um excluído da própria família, um garoto, para guiar o seu Povo. Davi sabia que andando reto nos caminhos do Senhor poderia ter tudo o que quisesse, que o Senhor sempre lhe proporcionaria vitórias contra seus inimigos, riquezas, prestígio, etc. E isto era tão verdadeiro que nem Saul conseguiu matar Davi. Mas Davi, com a pureza de seu coração pedia a Deus somente uma coisa, só uma, de forma incansável: poder habitar na casa de Deus.

Habitar na casa de Deus meus irmãos, é andar nos seus caminhos, obedecer a seus mandamentos, pois assim contemplaremos a beleza de sua face, estaremos debaixo de sua graça, seguro por Suas mãos. É só isto que Davi queria. Ele bem sabia que nada neste mundo, nenhuma riqueza se comparava ao amor de Deus. Que tudo neste mundo era passageiro. E nisto Davi acreditava de todo coração. Ele tinha fé e procurava esperar no Senhor pelas suas promessas.

Talvez aquele garotinho soubesse essa parte das escrituras, ou não. Não se sabe. Mas pelo que podemos observar, aquela criança tinha fé e creu que aquele que falava à multidão era de fato o Senhor. E soube escutá-lo. Sem se importar com o que os outros do povo estavam fazendo ou deixando de fazer, se apresentou com o que tinha de alimento para poder partilhar com o povo. Ele creu no Senhor e esperou o cumprimento da promessa de saciar a fome de milhares.

Queridos, quantas vezes em nossa vida nós deixamos de nos preocupar com nós mesmos, para partilhar às vezes o pouco do que temos com alguém que precisa, com alguém que tem menos ainda? Nos preocupamos se o irmão deu uma esmola, ofertou na comunidade, mas não olhamos para nós mesmos, e paramos para pensar se a nossa oferta, além de ser de coração, está ou não abaixo de nossas possibilidades? Será que tenho esperado em Deus ou preocupo-me comigo mesmo se amanhã terei alguma coisa?

Como já sabemos, tantas pessoas ficaram desabrigadas recentemente em virtude das chuvas que assolaram o Estado do Rio. Nossas igrejas abrigaram dezenas delas, outras centenas estão espalhadas pelos alojamentos criados pela prefeitura e pelo Estado. Será que já saímos do nosso lugar e fomos ofertar nossos pães e peixes para ajudar a alimentar a essa gente toda? Ou não o fizemos porque o fulano falou que vai fazer, porque o que tenho é pouco inclusive para mim, ou mesmo porque de nada vai adiantar o pouco que tenho porque não vai conseguir ajudar toda essa gente? E não falo somente de alimento. Falo de uma palavra amiga, de se doar um pouco do seu tempo para amaparar espiritualmente um irmão, para levar-lhe animo. Como está a nossa fé naquele que prometeu nunca desamparar o seu povo? Onde está nossa fé em Jesus?

Meus queridos, é hora de pararmos para refletir. E as leituras de hoje são propícias para isso. Partilhar o pão. Fazer a nossa parte sem nos importar com quem também está fazendo ou não, sem se importar com o amanhã. Centrar nosso coração em Cristo e jamais se desviar Dele. Pedir que Ele renove sempre nossa fé. Poder habitar na sua casa, trilhar o seu caminho em todos os dias de nossas vidas. Só assim contemplaremos a sua bondade, a sua misericórdia, a sua beleza, as maravilhas suas em nossas vidas.

Pensemos nisto.

Na paz de Cristo. E que Ele nos abençoe.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Jesus te chama...leiam com atenção

Salve amados, a paz de Cristo.

Como todos tem ciência, as últimas chuvas que cairam no RJ deixaram dezenas de mortos e centenas de desabrigados, passando necessidades. E elas estão precisando de você. É uma ótima oportunidade para exercitar a caridade, a humanidade, para levar o Cristo que há dentro de você aqueles irmãos que agora precisam mais que antes.

Hoje trago ao conhecimento de todos, um apelo que circula por nosso vicariato norte, onde o Pe Leandro roga pela ajuda dos que se enontram possibilitados a ofertar, ainda que somente um tempo em suas vidas tão corrida. Leiam com atenção ao seu comunicado:

"Amigos(as),
Hoje recebemos em nossa paróquia 52 pessoas vindas da Comunidade do Urubu, de Pilares. Destas, cerca de 30 são crianças. Precisamos juntar esforços para dar um pouco de ajuda a elas.
Precisamos de:
copos, pratos e garfos descartáveis, pão, café, acúcar e leite em pó, alimentos perecíveis (isso mesmo, perecíveis!): frutas, alface, cebola, tomate, batata, carne... para as refeições cotidianas
papel higiênico, sabonetes, escova e creme dental (higiene pessoal), absorventes femininos, fraldas infantis, lenço humedecido, hipoglós.

Por enquanto, não há necessidade de alimentos não perecíveis. Quase todas as crianças estão em escolas ou creches. Uma kombi da prefeitura virá para levá-las e trazê-las nos horários próprios.
Seria muito importante também uma ajuda afetiva: bater papo (sem invadir a privacidade do salão onde estão os colchonetes), ajudar a ocupar o tempo (principalmente das mulheres...),
recreação para as crianças, bate-papo com as famílias etc.

Atenção:

Não é hora de fazer proselitismo religioso. Nada de pregações. Há pessoas de outras religiões e vamos respeitá-las. Nosso ser cristão aparecerá num gesto de acolhida, numa oração simples (sem estardalhaço) etc.

Há a presença da Guarda Municipal durante a madrugada. Durante o dia, as pessoas da prefeitura estarão por aqui para tomar conta e prestar as assistências necessárias, mas qualquer um pode se oferecer para qualquer ajuda. É só conversar com as assistentes sociais. Há um funcionário da prefeitura para fazer a comida. Quem quiser, pode ajudar a picar ou cortar legumes, folhas etc e a servir a comida...

Amanhã, pela manhã, algumas pessoas da nossa paróquia vêm ajudar no café da manhã.
Alguns já ajudaram MUITO desde o início da tarde. MEU SINCERO MUITO OBRIGADO.

Recebemos muitas doações no fim de semana. Tudo o que chegou levamos para a Igreja N.Sra. da Consolata, de Benfica, que dá assistência à Mangueira.

Meu carinho e orações agradecidas a todos vocês.

Boa noite pra todos(as).

Pe. Leandro
Paróquia Imaculada Conceição e S. Sebastião
Rua Catulo Cearense,26 - Eng. Dentro
Tel. 2599-9900/2569-2244
"

Amados, como esta paróquia, outras também precisam de nossa ajuda. O nosso pároco mesmo comunicou isto na missa dominical.

Não fiquemos inertes ao chamado. É Deus nos chamando. É preciso saber ouvir aos sinais. Vamos dar testemunho de nosso Cristo Ressuscitado.

Na paz de Cristo.

JAG/PASCOM/SAP

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Saber ouvir...

Salve amados, a paz de Cristo.

Hoje é quarta feira, mais um dia que o Senhor fez para nós para que Nele nos alegremos e exultemos.

Hoje quero iniciar este post com votos de felicidades para o meu amado pastor, Pe. Wagner Toledo Moreira, pároco da Igreja Santo Antonio de Pádua, no Cachambi, RJ. Ontem ele completou 14 anos de sacerdócio, 14 anos a serviço de Deus. Que Deus o conserve amado pároco e que o Espírito Santo o ilumine sempre, renovando sua fé e seu ministério a cada dia.

A Palavra de hoje está no evangelho de João 3:16-21


16. De fato, Deus amou tanto o mundo, que deu o seu Filho único, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.
17. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele.
18. Quem crê nele não será condenado, mas quem não crê já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho único de Deus.
19. Ora, o julgamento consiste nisto: a luz veio ao mundo, mas as pessoas amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
20. Pois todo o que pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, para que suas ações não sejam denunciadas.
21. Mas quem pratica a verdade se aproxima da luz, para que suas ações sejam manifestadas, já que são praticadas em Deus

A passagem acima é continuação do relato de João a respeito dos ensinamentos de Jesus a Nicodemus, um dos chefes dos judeus. Nicodemus era um fariseu, chefe do povo e portanto, inteligente, conhecedor da lei e gozava de prestigio entre todos. Segundo João Nicodemuns foi uma noite ao encontro de Jesus e, reconhecendo ser Ele o enviado de Deus, se coloca a escutar seus ensinamentos. E dentre eles, Jesus vai mostrar o amor de Deus para com seu povo. Que ao enviar seu filho, não o fez como forma de condenação mas sim, de salvação. O filho de Deus havia sido dado em sacrifício para a salvação do mundo, de forma que todo aquele que crer em Jesus tenha a salvação, a vida eterna, o livramento do mal. E continua dizendo que aquele que não crê, aquele que não se aproximar de Jesus, não terá a salvação prometida e perecerá.


Amados, estamos vivendo o período pascal denominado oitava da Páscoa ou segunda semana da Páscoa. Passaram-se pouco mais de 7 dias que Jesus Ressuscitou. Ele está vivo e vive em nosso meio. É neste período meus queridos, que somos chamados a ser testemunhas desta ressurreição. Somos lembrados que pela água e pelo sangue que jorraram na Cruz, fomos libertos do pecado e, portanto, preparados para a missão. E Jesus mostra isso hoje para nós. Jesus ensina a Nicodemus, um fariseu. Sabemos que os fariseus eram judeus arrogantes e julgavam-se conhecedores e cumpridores da lei, mais do que qualquer outro do povo. Não era raro hostilizarem os pobres, usando das leis como armas contra os humildes, aprisionando-os. Mas Nicodemus foi procurar Jesus e o fez a noite, por razões óbvias, para que ninguém o visse dando ouvido Aquele que se dizia o enviado de Deus. Nicodemuns pode ser apresentado a nós como exemplo de humildade. Senão um humilde, ao menos alguém que sabiamente se coloca a escutar aos outros para depois formar seu juízo. A verdade é que aquele Chefe dos Judeus reconhece através das obras de Jesus, ser Ele o enviado Deus e se permite aprender com Ele. Jesus então, traçando um paralelo entre o antigo testamento, se coloca a mostrar aquele fariseu o real sentido dos mandamentos de Deus e suas promessas de salvação para o seu povo amado, fazendo com ele uma aliança, ao enviar o seu único filho, não para condenar o povo, para exterminar como quando os anjos agiam, mas para trazer a libertação, trazer ao mundo a paz, o amor. Mas para isso, era necessário que o mundo reconheça Nele o Cristo e creia; pois aquele que crer será salvo, terá a vida eterna. Mas o que não crer, o que fechar os ouvidos aos seus ensinamentos, os que preferirem continuar agindo como agem, mesmo depois de lhe serem abertos os olhos, estes perecerão, estes já estarão condenados.

Vejam amados, o quão importante é a humildade. Podemos dizer que ser humilde é o primeiro passo para a nossa conversão. Nos despirmos de nossos conceitos, de nossas verdades, é de suma importância para um aprendizado ideal. Ninguém é dono da verdade. Isto é uma verdade absoluta. Mas a verdade está nas Escrituras e Nele é que devemos buscar os ensinamentos que irão mudar nossas vidas, nossa forma de ver o mundo, de ver o outro. Saber ouvir demonstra interesse em aprender e respeito. Dizem que saber ouvir é uma arte. E o é. É um verdadeiro exercício de humildade, da humildade que deve ter o cristão. E como isso é difícil. Não raro termos atitudes tão arrogantes como qualquer fariseu da época de Cristo. Nos arvoramos de termos conhecimento, de sabermos mais que os outros. Até mesmo que os mais velhos julgamos saber. Tratamo-os de forma esnobe, deixando-os de lado, exilando a muito do convívio social. Tratamos aos pobres com desdenho, pré julgando a falta de conhecimento para as coisas e não raro nos aproveitarmos disso para colocar aos outros debaixo do jugo da “lei”.

Mas a reflexão de hoje não fica somente aqui em saber ouvir. Está também em ir ouvir, ir buscar o conhecimento. Também dentro da característica da humildade está o “ir” ao encontro do outro para escutar. Ainda que tenhamos estudo, conhecimento, nunca sabemos tudo. Sempre há alguma coisa que precisamos aprender, que precisamos conhecer, ou mesmo relembrar, afinal, não raro nos desviarmos de fazer a coisa certa e, por costume, julgarmos estarmos corretos em nossos agir. Portanto, é preciso que nos livremos das amarras do orgulho e tratemos de ir buscar conhecimento, de buscar a verdade. Mas é preciso que se diga ainda que não há necessidade de se fazer isto em segredo. Que te importa se outros virem? Os humildes herdarão o reino dos céus. Lembremo-nos disso.

Feliz páscoa... que Deus nos abençoe.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Chorar com os que choram... sorrir com os que sorriem...

Salve amados, a paz...

O Evangelho de hoje está em Jo. 21: 1-14

1. Depois disso, Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim:
2. Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Gêmeo, Natanael, de Caná da Galiléia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos dele.
3. Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Nós vamos contigo”. Saíram, entraram no barco, mas não pescaram nada naquela noite.
4. Já de manhã, Jesus estava alí na praia, mas os discípulos não sabiam que era Jesus.
5. Ele perguntou: “Filhinhos, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”.
6. Ele lhes disse: “Lançai a rede à direita do barco e achareis”. Eles lançaram a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes.
7. Então, o discípulo que Jesus mais amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu e arregaçou a túnica (pois estava nu) e lançou-se ao mar.
8. Os outros discípulos vieram com o barco, arrastando as redes com os peixes. Na realidade, não estavam longe da terra, mas somente uns cem metros.
9. Quando chegaram à terra, viram umas brasas preparadas, com peixe em cima e pão.
10. Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”.
11. Então, Simão Pedro subiu e arrastou a rede para terra. Estava cheia de cento e cinqüenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rasgou.
12. Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor.
13. Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu a eles. E fez a mesma coisa com o peixe.
14. Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.


Meus queridos, João hoje nos relata mais uma, uma terceira aparição de Jesus aos seus discípulos, mas como eu já dizia ontem, certamente Jesus apareceu mais do que essas três vezes, afinal, o discípulo amado relata o que viveu ou no muito o que conseguiu lhe chegar aos ouvidos. Mas hoje não quero fazer meu devocional somente sobre o evangelho. As outras leituras propostas, como sempre, nos trazem material para uma reflexão riquíssima, e isto eu vou tentar partilhar com vocês.

Agora a pouco escrevia eu no twitter que hoje é mais uma sexta feira, mais um dia que o Senhor fez para nós, para que Nele nos alegremo-nos e exultemos (Sal: 118, 24). E continuei escrevendo que esta alegria só não era total em virtude das tragédias que vem assolando o mundo, deixando diversos desabrigados, feridos e mortos. Agora mesmo recentemente aqui no Rio de Janeiro, em Niterói, houve o desabamento de um morro, soterrando cerca de 200 pessoas. Como estas pessoas podem se alegrar no Senhor neste dia? Para quem está a salvo das calamidades, é fácil dar glória, mas para quem perde um ente querido, um filho recém nascido ou mesmo na tenra idade sofre, se desespera, perde as vezes até o pouco de fé que ainda lhe resta. E como estas situações são propícias para que o homem se perca de Deus. É nestes momentos que se faz mais do que necessária a ajuda, não só financeira ou material, mas sobretudo, espiritual.

Em Hebreus, 4, Paulo hoje continua nos lembrando das promessas de Deus quanto a descansar no lugar que fora destinado por Ele ao seu povo. O apóstolo nos lembra que assim como a Moisés, Deus nos fala atualmente pela boca de seu Santo Filho, Jesus. E nos traz a lembrança o alerta do Altíssimo em não endurecermos nossos corações e ouvirmos a sua voz. No tempo de Moisés o povo andava pelo deserto e a cada sofrimento lamuriava, blasfemava, chegaram até rejeitar Deus e maldizer que preferiam continuar sendo escravos em um país estrangeiro. Isto lhes endurecia os corações, impedindo-os de ouvir a voz de Deus e afastando-os mais e mais da Terra prometida. E por isso vagaram por mais de 40 anos pelo deserto. Paulo vai dizer ao final da passagem de hoje, que a Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes. Penetra até dividir alma e espírito, articulações e medulas. Julga os pensamentos e as intenções do coração. (Hb. 4: 12). Nisto, lembra a nós que cremos, que não devemos nos deixar desviar dos caminhos de Deus. Por mais que seja nosso sofrimento, nós que cremos, devemos lutar para sempre reforçar nossa fé e esperar o cumprimento das promessas do Senhor ao seu povo.

Mas como cristãos nossa obrigação não para em ter fé. Como diz o salmista: “Aleluia! Celebrai ao Senhor, porque Ele é bom; eterna é Sua misericórdia” (Sl. 118: 1). E como podemos celebrar ao Senhor? O que significa celebrar ao Senhor? Lembram de ontem quando Jesus falava aos discípulos em uma das suas aparições e dizia a eles que eram testemunhas do que viam e que deveriam dar esse testemunho ao mundo. Dar testemunho, amados é antes de tudo, levar o Cristo que está dentro de você aos outros. É ver no irmão o Ressuscitado. Lembra que em todas as aparições os discípulos não reconheciam a Jesus fisicamente? Só quando este lhes falava ou repartia o pão é que aqueles que o seguiram antes da crucificação tinham então a certeza de que se tratava do Cristo, do filho amado de Deus? Pois é queridos, dar testemunho é partilhar do pão, do peixe, da água, da túnica. Levar Jesus aquele que precisa agora é tarefa do Cristão. É o momento oportuno para fazê-lo. Em uma passagem, Paulo e outro discípulo são parados por um aleijado que esmolava e, não tendo nada de material a oferecer, deram o que eles tinham: a paz de Cristo e a cura de seus males, em nome de Jesus.

Pois façamos isto hoje. Exercitemos nossa crença, nossa fé no Ressuscitado, levando a Jesus aqueles que hoje estão sofrendo em demasia. Levemos uma palavra de apoio para mostrar-lhes que Deus tem uma promessa para suas vidas; que Deus não os esqueceu, e que dias melhores virão. E se mesmo isso não lhe for possível fazer, seja por motivo qualquer, não se esqueça que você é intercessor. Interceda, proste-se em oração, rogue ao Senhor pelas vidas que sofrem, pelas almas que se perderam, por tudo o que tem acontecido não só no Rio, mas em todo o mundo como temos visto desde o início do ano. Paulo nos lembra em Romanos 2, que "diante de Deus não são justos os que ouvem a lei, mas serão tidos por justos os que praticam a lei". Portanto, devemos nos amar mutuamente, como o Senhor nos amou ao ponto de dar a vida por nós. Sirvamos ao Senhor de todo o coração; choremos com aqueles que choram e alegremo-nos com os que se alegram. (Rm. 12: 15). Sofrer, todos nós sofremos. O que nos resta é saber sofrer em Deus. Dizemos que Ele é nosso refúgio e fortaleza e perguntamos a quem temeremos. Será que falamos isto da boca para fora? Será que não temos fé e não cremos nas Escrituras que juramos seguir? Portanto, como Paulo disse também em Romanos, “sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração. Socorrei às necessidades dos fiéis. Esmerai-vos na prática da hospitalidade. Abençoai os que vos perseguem; abençoai-os, e não os praguejeis”, mas que nossas ações não sejam fingidas, que não façamos como os fariseus.

Hoje é o dia que o Senhor fez para nós. Todos nós. Nele, em Deus, devemos buscar nosso descanso, nosso refúgio e, amparados, Nele alegrar-nos e exultarmos seu Santo e precioso nome. Estendamos a mão aquele que necessita. Levemos nosso Cristo aquele que sofre. Levemos a alegria de estar guardado por Aquele que Vivo está.

Na Paz de Cristo Ressucitado..

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Testemunhando a Cristo

Evangelho Lc. 24:35-48


35. Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.

36. Ainda estavam falando, quando o próprio Jesus apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!”

37. Eles ficaram assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um espírito.

38. Mas ele disse: “Por que estais preocupados, e por que tendes dúvidas no coração?

39. Vede minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo! Tocai em mim e vede! Um espírito não tem carne, nem ossos, como estais vendo que eu tenho”.

40. E dizendo isso, ele mostrou-lhes as mãos e os pés.

41. Mas eles ainda não podiam acreditar, tanta era sua alegria e sua surpresa. Então Jesus disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”

42. Deram-lhe um pedaço de peixe assado.

43. Ele o tomou e comeu diante deles.

44. Depois disse-lhes: “São estas as coisas que eu vos falei quando ainda estava convosco: era necessário que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”.

45. Então ele abriu a inteligência dos discípulos para entenderem as Escrituras,

46. e disse-lhes: “Assim está escrito: o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia,

47. e no seu nome será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém.

48. Vós sois as testemunhas destas coisas.



Paz amados, a paz de Cristo Ressuscitado.


Hoje continuamos a ver o relato de Lucas onde o evangelista nos conta os momentos vividos pelos discípulos após a morte de Jesus. Até então, Jesus aparecera a poucos, como a Maria na porta do sepulcro, aos discípulos que caminhavam para Emaús, e talvez há mais alguns não citados na bíblia, mas que certamente mereceram a atenção de Cristo.

Hoje vamos ver que os discípulos de Emaús, após caírem em si e se aperceberem que Aquele que havia caminhado com eles e partilhado a refeição na estalagem era o ressuscitado, voltam a Jerusalém e procuram pelos outros discípulos, os quais as escrituras nos dão conta de serem em um grande número, além dos 11 principais, os mais chegados. Os dois começam então seus relatos e contam como o reconheceram, como reconheceram a Jesus ao partir o pão. E nisto aparece no meio deles o próprio Cristo, saudando-lhes com votos de paz. Todos os que estavam reunidos tremem assustados pensando estarem vendo coisas, fantasmas, mas Jesus vai tranqüilizá-los e mostra-lhes através de suas chagas que está de volta, em carne e osso, como predisseram as escrituras. E continua dizendo aos presentes que tudo aquilo que haviam vivenciado era o que Ele ensinava antes dos acontecimentos. E explicando, abriu a inteligência deles para que entendessem as escrituras. Ao fim deste momento, diz Cristo aos presentes o que está nas escrituras: “o Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no seu nome será anunciada a conversão, para o perdão dos pecados, a todas as nações, começando por Jerusalém”. E assim convoca a todos a serem testemunhas do que haviam visto.


Amados irmãos em Cristo, cada dia que passa me alegro mais e mais neste Jesus que me ressuscitou dos mortos, desse Cristo que me estendeu a mão e me chamou a caminhar com Ele. Devo confessar aos irmãos que tenho encontrado pedras no meu caminho e não raras vezes tenho tropeçado feio, mas não desisto. Minha família e meus amigos não me deixam desistir. São meus “cirineus”, pacientes ao ponto de me estenderem a mão, mesmo que eu insista em não querer. Isso só serve a demonstrar que o processo de conversão é dolorido, é custoso, é difícil. Mas se queremos realmente seguir aquele que deu a vida por nós devemos sempre tentar e tentar. A cada momento. Jesus nos conhece. Ele conhece ao povo que lhe foi dado por herança e chama a cada um pelo nome. Sabe nossas realidades e nos oferece o perdão. Por isso não desisto. Eu sou um cristão e não desisto nunca.


Mas a reflexão para hoje está em dois aspectos do evangelho: primeiro, aquele momento de descrédito onde os discípulos precisam tocar em Jesus para certificarem-se de que as promessas foram cumpridas, e depois ao fato de Jesus novamente chamar-lhes para levar a boa-nova a toda criatura, dando testemunho do ressuscitado.


Como dizia ontem, é da natureza do ser humano ser incrédulo, precisar tocar as coisas para certificarmos de que realmente existe, de sorte que, se não vermos, se não pudermos tocar, não existirá. Em contraponto, colocamo-nos a acreditar em nossa imaginação e vemos “fantasmas” em diversas coisas e fatalmente nos atemorizamos, trememos na base tomados pelo medo. Mas como nos vemos livres disso? Como nos livramos dos nossos temores? Como podemos acreditar senão vemos? Se não vimos como os discípulos viram? Se por mais que eu faça nunca consiga realizar nada em minha vida? Jesus disse uma vez que felizes são aqueles que creram sem terem visto (Jo. 20: 29); um salmista vai dizer para esperarmos em Deus e Ele tudo o fará (Sl. 36: 5). Muitas passagens da Bíblia nos trazem a esperança de dias melhores, de vitória, de paz. Mais nada do que nela está contido nos servirá se não tivermos fé, se realmente não crermos naquilo que nos é apresentado como as promessas do Altíssimo. “Quem crer e for batizado será salvo” (Mc. 16:16). Então, primeira coisa, ter fé. Crer que Ele ressuscitou e está VIVO no meio de nós.


O segundo aspecto da minha reflexão está no chamamento à missão. Aos discípulos reunidos, a nós que cremos, Jesus vem chamar-nos a sermos testemunhas de tudo o que foi vivenciado, de tudo o que foi vivido e levando nosso testemunho, anunciar ao mundo, em Seu nome, a conversão para o perdão dos pecados, a todas as nações, a todos os povos. Assim, Cristo nos exorta a sermos missionários, a sair em missão do anuncio da boa-nova, a pregar a conversão dos pecados ao mundo, a toda criatura das mais diversas nações. Se pela fé vivemos a Palavra, pela nossa fé devemos anunciar a Jesus. E aí entra a parte mais importante e difícil de nossa missão. A conversão deve ser anunciada a começar por Jerusalém, deve ser iniciada a começar por nossa casa, por dentro de nós, por nosso coração. Ah! Como é difícil. Como posso anunciar a paz de Cristo se eu mesmo vivo em guerra com familiares, com vizinhos, com amigos? Como posso dar testemunho de piedade e compaixão se não tenho isso para com aqueles que erram para comigo? Como posso ser aquilo que Jesus me pede para ser se “caio” sempre que tropeço? Por isso é preciso estar sempre em vigília. É preciso estar atentos e, a todo momento, cuidarmos para não tropeçarmos nas dificuldades da vida que nos levam a pecar. E não menos importante: não desistir nunca. Jamais. E para isso é necessário estarmos sempre em comunidade pois é lá que encontraremos nossos “cirineus” que nos ajudarão nessa caminhada. Não devemos nunca temer nada. Não devemos nos atemorizar em virtude dos percalços da vida. Lembremos sempre: A paz do ressuscitado chegou até nós. Ele está conosco e caminha ao nosso lado, dando-nos serenidade e força para caminharmos. Creiamos, nos convertamos e saiamos para anunciar isto.


Na paz de Cristo...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Reconhecendo ao Ressuscitado

Salve amados,

Ultimamente tenho tido pouco tempo para aparecer por aqui. Mas não esqueço desta minha “casa”, deste lugar em que posso partilhar meu devocional, minha busca a Cristo.

Esta semana que passou pude celebrar com minha comunidade, a de Santo Antonio de Pádua, a nossa Semana Santa, onde pudemos refletir e viver com o coração, toda a paixão, desde a entrada em Jerusalém até sua crucificação, e a glória do Senhor, a nossa Páscoa. Com isso, liturgicamente entramos no tempo pascal que se estenderá até a celebração de pentecostes, em maio. Nesta semana entramos na Oitava da Páscoa, onde buscamos celebrar toda aquela semana em um único dia. E por isso nós dizemos que a Páscoa dos cristãos é eterna, não é celebrada em uma única data do ano, mas durante todos os dias do ano, através da Eucaristia, que foi instituída por Cristo na Santa Ceia. È ao redor da mesa, ao redor do altar, que relembramos diariamente o sacrifício de Jesus para, ao final, celebramos a sua ressurreição na comunhão. Por isso as celebrações não devem ser meramente acompanhadas, mas vividas por todos. Mas vamos a reflexão de hoje.

Evangelho
Lc. 24:13-35

13. Naquele mesmo dia, o primeiro da semana, dois dos discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, a uns dez quilômetros de Jerusalém.
14. Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido.
15. Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus se aproximou e começou a caminhar com eles.
16. Os seus olhos, porém, estavam como vendados, incapazes de reconhecê-lo.
17. Então Jesus perguntou: “O que andais conversando pelo caminho?” Eles pararam, com o rosto triste,
18. e um deles, chamado Cléofas, lhe disse: “És tu o único peregrino em Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nestes dias?”
19. Ele perguntou: “Que foi?” Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o Nazareno, que foi um profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo.
20. Os sumos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram.
21. Nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que todas essas coisas aconteceram!
22. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos assustaram. Elas foram de madrugada ao túmulo
23. e não encontraram o corpo dele. Então voltaram, dizendo que tinham visto anjos e que estes afirmaram que ele está vivo.
24. Alguns dos nossos foram ao túmulo e encontraram as coisas como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém viu”.
25. Então ele lhes disse: “Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram!
26. Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso para entrar na sua glória?”
27. E, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, as passagens que se referiam a ele.
28. Quando chegaram perto do povoado para onde iam, ele fez de conta que ia adiante.
29. Eles, porém, insistiram: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” Ele entrou para ficar com eles.
30. Depois que se sentou à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a bênção, partiu-o e deu a eles.
31. Neste momento, seus olhos se abriram, e eles o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles.
32. Então um disse ao outro: “Não estava ardendo o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?”
33. Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos.
34. E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!”
35. Então os dois contaram o que tinha acontecido no caminho, e como o tinham reconhecido ao partir o pão.



Esta passagem do Evangelho nos relata dias após a morte de Jesus e nos mostra a tristeza que se abatera sobre o povo que o seguia. Entristecidos, desanimados e ao mesmo tempo incrédulos, dois dos discípulos de Cristo caminhavam por uma estrada, indo embora da cidade de Jerusalém para onde certamente teriam ido acompanhado-o. Jesus se aproxima deles, indagando-os pelo motivo de tal tristeza. Mas eles não o reconhecendo, devolvem-lhe a pergunta, indagando se por acaso não sabia o que tinha acontecido, contando-lhe que haviam ido a Jerusalém acompanhando aquele que iria libertar o povo, que sofreria, mas ao terceiro dia ressurgiria em toda sua glória; mas que esse tempo havia passado e nenhum sinal do Salvador fora visto, a não ser pelo relato de algumas mulheres que haviam ido ao túmulo onde o haviam enterrado e nada encontraram a não ser as suas vestes. Jesus vendo a tristeza de seus seguidores, resolve então explicar-lhes todas as partes das Escrituras que relatavam aquele momento e as profecias da ressurreição, até que chegando a um vilarejo, buscam hospedagem para o pernoite e, à mesa, o Senhor partilha o pão com os dois e logo em seguida desaparece. Aí começam a entender e ver que Aquele que esteve com eles era o Senhor que ressuscitara.

Olhem amados, que linda passagem. Sintamos a riqueza dos acontecimentos. Sintamos o fogo do Espírito Santo ardendo em nossos corações como ocorreu aos discípulos de Emaús, como é conhecida essa passagem. Ela nos mostra primeiramente que nunca, mas nunca mesmo, caminhamos sozinhos. Ela nos mostra que Jesus está sempre conosco, nós que o amamos e o glorificamos e que o seguimos, principalmente em nossos momentos de tristezas, de pouca fé.

Quem diz que cristão não se abate está enganado. Cristão se abate, se entristece, se deprime, se irrita e também por vezes tem a fé abalada. A vida que o mundo nos oferece é dura, não é fácil. Seja para os jovens ou adultos, a caminhada é difícil. É a falta de emprego, problemas financeiros, de saúde, etc. Muita coisa acontece para nos desanimar, para abalar nossa confiança, nossa fé. Parece até estamos vivendo no deserto, que estamos caminhando sem rumo. Agora mesmo, ontem, dia 6 de abril, em que foram contabilizadas mais de 100 mortes em virtude das chuvas que assolaram o Estado do Rio de Janeiro. Como falar de Deus para as familias dessas pessoas que perderam seus entes queridos? Quantas famílias que ficaram desabrigadas, que perderam o pouco que tinham, que muitas das vezes passam a vida toda juntando os trocadinhos para poderem adquirir as coisas, suas casas, suas mobílias e tudo foi-se embora. É triste. É desanimador. Falar em esperança numa hora dessas é até tomado como ofensa. Então é licito se entristecer, afinal o homem tem coração, se magoa. Mas é aí que o cristão vai diferenciar, pois não deve permanecer nestas situações de mágoa. O cristão pode até cair, como Cristo caiu varias vezes em sua via crucis, mas tem que se levantar, tem que reviver, tem que buscar nas escrituras, o motivo para sua alegria, para o animo, para a vida nova. Ainda que não encontre pelo caminho o seu Cirineu, certamente vai ter Jesus ao seu lado, ajudando, confortando seu espírito. É preciso que busquemos a Cristo. É preciso que não viremos nossas costas e nos afastemos do local onde foi realizado o sacrifício. Essa busca pela nova vida é que nos leva a Eucaristia, é o que nos leva a mesa do Senhor, ao altar, onde celebramos a vida eterna, onde vamos ver que Aquele que esteve conosco, dando-nos animo, nos levantando, nos tirando do abismo é o Senhor que ressuscitou. Mas para isto é preciso que estejamos com o nosso coração aberto à vinda do Salvador, que saibamos reconhecê-lo quando o escutarmos. Paulo vai falar isto em Hebreus (Heb. 3: 7-10) alertando-nos para nosso descrédito, nossa má vontade em escutar a voz de nosso Senhor, lembrando-nos do que acontecera com o povo saído do Egito que endureceu o coração e pôs Deus à prova, padecendo durante 40 anos no deserto.

7. Por isso — como diz o Espírito Santo —, “hoje, se ouvirdes a sua voz,
8. não endureçais os vossos corações, como na rebelião, no dia da tentação, no deserto,
9. onde vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, e viram as minhas obras
10. durante quarenta anos. Por isso, irritei-me com essa geração e afirmei: sempre se transviam no coração e desconhecem os meus caminhos.

Pensemos nisto.

Na paz de Cristo,

segunda-feira, 29 de março de 2010

Semana Santa

“Se contra mim acampa um exército, meu coração não teme; se contra mim ferve o combate, mesmo então tenho confiança...” Sal; 27,3

Bom dia povo de Deus. Paz e bênçãos. Que este seja verdadeiramente mais um dia que o Senhor fez para nos alegrarmos e Nele exultarmos seu santo nome. Hoje faz 2 meses que minha mãe partiu de volta ao Pai. Sinto saudades, mas vou seguindo na certeza de que ela recebeu sua coroa e seu galardão e está inserida no coro de santos adorados.

Iniciamos ontem, domingo, as celebrações da Semana Santa e, como agente de Pastoral da Comunicação, é o tempo de um trabalho constante na paróquia da minha comunidade, na Sto Antonio do Cachambi, RJ. Durante esta semana reviveremos a paixão de Jesus para que nunca venhamos a nos esquecer o seu sacrifício para nossa salvação. No próximo Domingo, de Páscoa, chegaremos ao ápice das nossas festividades, quando então estaremos celebrando a ressurreição do Senhor. Celebrar a paixão de Cristo tem para nós um sentido único de um verdadeiro retiro onde devemos refletir a nossa escolha em seguir a Jesus. É refletindo na paixão e morte de Cristo que verdadeiramente poderemos nos alegrar na vitória de sua ressurreição. A Páscoa será a aliança eterna que nasce a partir da chegada de Jesus a Jerusalém para se entregar. Jesus não foi a Jerusalém senão para se cumprir as profecias, a começar pelo jumentinho que iria transportá-lo à cidade (Jeremias; 9,9). Portanto, devemos esta semana estar em comunidade para podermos celebrar com o coração contrito toda a paixão do nosso Salvador. Quem quiser ver como estão sendo as celebrações na Paróquia, é só acessar: http://santoantoniocachambi.blogspot.com

Mas vamos a nossa reflexão para hoje. As leituras propostas estão maravilhosas, lindas e de grandes reflexão: Is:42,1-7; Sal:27,1-3, 13-14; Jo:12,1-11. Primeiro as profecias de Isaias a respeito do ungido do Senhor: “Eis meu Servo que eu amparo, meu eleito ao qual dou toda a minha afeição, faço repousar sobre ele meu espírito, para que leve às nações a verdadeira religião”. Deus nos chama a sermos missionários da sua Palavra, da sua lei, do seu direito. Todo batizado, todo aquele renascido em Cristo tem essa obrigação: levar a Palavra de Deus a todas as criaturas, a fim de torná-las homens novos. Depois veremos Davi louvando ao Senhor pelas bênçãos de sua proteção, o seu amparo, o acalento do justo que sabe esperar no Senhor. Davi nos exorta a sermos fieis; saber esperar no Senhor pelas suas promessas, sem temer mal algum, nenhum inimigo, pois Deus é nosso protetor. Ele vai sempre a nossa frente derrubando os que se opõe contra nós. Por sua vez, no evangelho veremos as atitudes vis de Judas, um discípulo de Jesus, aquele que iria entregar Cristo nas mãos dos opositores. Judas era uma espécie de tesoureiro do grupo que seguia Jesus e sempre que podia, fatalmente desvia os poucos recurso que o grupo recebia. Por querer sempre mais, por sua ganância, não perdia uma oportunidade colocar para fora sua mesqinhez, sua avareza, demonstrando, assim, que nem todos que dizem seguir a está realmente com o coração convertido. Quantas pessoas vemos assim em nossos dias? Será que nós mesmos não agimos assim? Analisemos nossos passos. Façamos um exame de consciência. Cristo está voltando. Ainda há tempo de segui-lo.

Meus queridos irmãos, paz para todos e uma ótima Semana Santa de muita reflexão e esperança em Maranathá...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Reconciliação com Deus

Bom dia povo amado de Deus,

Paz e bençãos.

Hoje eu não poderia deixar de vir aqui e conversar um pouco com vocês. Hoje é um dia muito alegre e rico para nossa Igreja, para nós cristãos e católicos. Além de ser uma quinta feira, dia em que devemos nos dedicar mais um pouco ao Nosso Senhor Jesus e nos colocarmos em Adoração, também celebramos neste dia 25 de março, o dia da Anunciação à Maria, o dia em que o anjo do Senhor apareceu a Maria e anuncia a ela os desígnios de Deus. Não é por outro motivo que as leituras propostas para hoje estão riquíssimas e não só nos recorda aqueles momentos como também nos lembra da nossa missão.

A primeira Leitura, do Livro do profeta Izaias, remonta ao tempo do Rei Acaz. Por medo e falta de coragem em enfrentar as tribulações que pairavam a época em seu reino, provenientes de ataques da Samaria e da Siria, Acaz esquece-se de Jave, o Deus de Israel e procura a amizade e confiança de reinos vizinhos, passando a adorar outros deuses, sendo por isso, considerado um idolatra. O Senhor Deus a todo tempo tentava resgatar a alma de Acaz, mandando que Izaias lhe transmitisse mensagens divinas de vitória, paz e esperança. Mas Acaz relutava em se reconciliar e se afastava mais e mais de Deus.

Mas o que nos interessa na reflexão é a passagem em que Deus chama Izaias e manda transmitir a Acaz o seguinte: “o próprio SENHOR vos dará um sinal. Eis que a jovem conceberá e dará à luz um filho e lhe porá o nome de Emanuel. Is. 7, 14”. Já tínhamos aí as promessas de Deus para Israel, a salvação para o povo que retirara do Egito com promessa de se tornar uma nação próspera.

Mais tarde, como nos mostra o Evangelho de Lucas, as profecias vêm se cumprir, através de Maria, uma jovem virgem, criada dentro de um templo e preparada para servir ao Senhor, conforme as promessas de seus pais. Aí o anjo Gabriel aparece àquela menina de aproximados 15 anos - “Ave cheia de graça” – e lhe revela o desejo de Deus: que ela conceba seu filho, que será o redentor dos homens e será chamado Filho do Altíssimo, que reinará no trono de Davi, seu pai. Maria, como era o nome da jovem, sem destemor e prontamente a serviço de Deus, com muita fé, pronuncia “Fiat”, ou “faça-se”... “faça-se em mim segundo a tua palavra”. Lc. 1, 38.

É isto que deve hoje pairar em nossos corações. Devemos olhar lá atrás e ver quanto mal
nos faz o temor, o medo, as preocupações, a falta de fé. Mas ainda assim Deus não nos deixa. Sempre nos manda uma palavra de conforto, de animo, uma palavra a nos tranqüilizar o espírito, a renascer para vida. “Entrega teu caminho ao Senhor teu Deus e o mais Ele fará”. Sal. 37, 5. Ao abandonar Deus e se aliar aos povos pagãos, Acaz veio a sofrer a ira do Senhor. Quantos de nós aos dias de hoje não agimos como Acaz? Quanto de nós duvidamos da ajuda de Deus para nossos problemas? Quanto de nós temos pressa em ver solucionada nossas preocupações e passamos por cima da vontade de Deus? Não esperamos que Ele cumpra em nós suas promessas de vitalidade, de força, de segurança; quanto de nós não procuramos nas cartas, nas estrelas, as profecias, as promessas da libertação? Nos tornamos idólatras. Abandonamos Deus. Mesmo nós católicos, que nos dizemos cristãos, procuramos “espíritos” e vamos atrás de promessas vãs, pensando que nossos problemas serão resolvidos. Imploramos ajuda a amigos e vizinhos e não pedimos ao menos a ajuda de Jesus. Hoje, muitos de nós fazemos o mesmo que Acaz. Procuramos a falsa satisfação de nossos problemas no dinheiro, na fama e nos esquecemos das promessas de Deus. Perdemos nossa fé. Nos esquecemos de tudo o que aprendemos com nossos pais, com nossos catequistas, com nossos pastores, principalmente em ter fé. E é olhando agora a posição daquela menina de 15 anos de idade que devemos voltar ao nosso Deus Supremo e, assim como ela, demonstrar nossa fé, nossa esperança, dar o nosso “sim” ao Senhor. Como já disse outras vezes, mas do que a fé em Maria ou nos santos de Deus, devemos, sim, ter a fé e confiança de Maria. Este deve ser nosso exemplo a ser seguido. Nada Mais.

Hoje, aproveito o salmo 40, para fazer dele palavras de ordem para mim:

09. que eu cumpra tua vontade. Meu Deus, é isto que desejo, tua lei está no fundo do meu coração”.
10. Anunciei com alegria a tua justiça na grande assembléia; vê, não conservei fechada minha boca, SENHOR, tu o sabes.
11. Não ocultei tua justiça no fundo do coração, proclamei tua fidelidade e tua salvação. Não escondi tua graça e tua fidelidade à grande assembléia.


Que este espaço possa ser uma grande assembléia para que a Palavra do Senhor seja sempre proclamada.


Na paz de Jesus e com a fé de Maria...

segunda-feira, 22 de março de 2010

O Senhor é minha vida e minha Salvação

"O SENHOR é o meu pastor, nada me faltará"

Bom dia povo de Deus. Uma otima segunda feira para todos.

Que a Paz e as benções de Deus recaia sobre todos e seus lares e familiares.
As leituras propostas para o dia de hj: Dan:13,1-9; 15-17; 19-30; 33-62, Sal:23,1-6 e Jo:8,12-20....

A liturgia está maravilhosa e nos certifica a fé e confiança que devemos sempre ter em nosso Deus Supremo. Suzana e Davi sabiam muito bem que tendo o Senhor como pastor, nada iria lhes faltar, como não lhes faltou. Suzana foi salva da injustiça de 2 anciãos que gozavam do respeito do povo e Davi teve um reino prospero e nem Saul fo capaz de abarter-lhe durante sua vida. O Senhor é tremendo e cumpre suas promessas, sua aliança.

Jesus vai dizer no evangelho que Ele é a luz do mundo. Quem seguir a sua lei não andará nas trevas.

Portanto amados, tenhamos fé Sempre. Não deixemos que o maligno venha nos roubar as graças, as bençãos que o Senhor tem para nós. Esperemos no Senhor e sejamos fortes....

Logo a assembléia se pôs a clamar ruidosamente e a bendizer a Deus por salvar aqueles que nele põem sua esperança.... Daniel 13, 60...

sábado, 20 de março de 2010

Dia de São José com Eduardo Soares do Raios de Misericordia

Saudações amados irmãos, a paz.

Depois de um longo e tenebroso inverno... nada disso... nada é tenebroso quando a Luz de Cristo é nosso guia. Mas de dezembro até agora foram tantas emoções que somente agora começo a ter um tempo para passar por aqui e escrever. E por isso vamos lá.

Neste dia 19 de março a nossa igreja católica celebra a festa de São José, Patrono da Igreja Universal, da família e da Divina Providência. Lógico que as festividades de hoje são celebradas de forma serena pois ainda estamos dentro do período quaresmal, de espera, de respeito, de vigília.


Com fins de marcar este dia, a Livrarias Paulinas apresentou nesta sexta feira, o cantor Eduardo Soares, musico católico, compositor de diversas musicas consagradas pelas bandas Aliança de Vida, pelo cantor Ítalo Villar e outros.


As Paulinas mantém um projeto musical que leva músicos católicos ao conhecimento do povo. Sempre quando se celebra uma data, musicos catolicos são convidados pelas Paulinas para apresentar seus trabalhos, como já foi o caso de Izaias da Comunidade Coração Novo, Olívia Ferreira da Banda Bom Pastor, entre outros.

Agora, marcando o dia de São José, o convidado foi o musico Eduardo Soares, dono de uma belíssima voz e autor de uma das mais famosas musicas que fazem parte da grade de programação da Radio Catedral: Raios da Misericórdia, constantemente tocada nas rezas do terço. E eu fui presenteado neste dia, que pude matar as saudades do grande amigo irmão Eduardo Soares.

Conversei um pouco com Eduardo sobre assuntos ligados a sua vida profissional e ele me disse que se encontra, aproveitando a Quaresma, em uma espécie de retiro pessoal, se alimentando da Palavra, para no fim deste ano lançar um novo trabalho, seu terceiro CD, para o qual já há algumas composições terminadas. Seu primeiro trabalho solo foi “Nos Braços do Senhor” (1992) e o segundo “Raios da Misericórdia” (2009) – Conversamos também sobre um projeto que ele pretende lançar junto com outros irmãos tendo como fim o auxilio espritual e humanístico de levar o conforto a crianças e adolescentes vitimadas pelo câncer, que se encontram em hospitais ou mesmo em casas de acolhidas à espera ou já em tratamento. No momento encontra-se em fase de captação de pessoas que possam participar efetivamente deste trabalho. Este trabalho é inspirado na vida da nossa outra irmã Ana, do Bar Encontro que recentemente nos deixou para atender ao chamado de Deus e lá no céu, continuar desenvolvendo seu trabalho. Conversamos ainda sobre um recente trabalho do Pe Zezinho: “De Volta ao Catolicismo” e da importância deste trabalho para o resgate da vida dos cristãos. Direcionado principalmente para aqueles que um dia foram católicos mas por alguma circunstancia voltaram-se para outras religiões, o livro aborda a forma da antiga de ser igreja e como os cristãos esquecerem-se de ser igreja, ficando adstritos ao que lêem ou escutam, sem se importar em conhecer à respeito do que se fala.


Na sua apresentação, Eduardo cantou musicas já conhecidas do povo que ficaram imortalizadas nas vozes de diversos músicos e cantores católicos que as entoam dentro de suas paróquias, como “Você é especial para Deus”, “Raios de Misericórdia”, ‘Minha Família”, “Deus Ama Você”, com a qual emocionou a todos os presentes, dentre outras.

Também esteve presente nosso irmãozinho Rodrigo Sobrinho, outro evangelista de mão cheia, do vicariato suburbano e integrante do ministério A.M.I.G.O.S = Amigos Mantendo Intensa Generosidade Onde o Senhor nos envia. Dono também de uma bela voz, entou junto com Eduardo o louvor “Amigos pela Fé”, sucesso da Banda Anjos de Resgate.



Querem levar o Eduardo Soares ou o Rodrigo Sobrinho e o Ministério A.M.I.G.O.S. para se apresentarem na sua paróquia ou seu grupo de oração? È só entrar em contato com eles: Rodrigo Sobrinho – telefone 9413.8598 e Eduardo Soares – telefone 7507.7697.

quem quizer ver os vídeos deste evento acesse Http://www.youtube.com/jaugustog e as fotos estão em no Album da WEB Picasa

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Louvai a Deus em todos os momentos...

Evangelho de Jesus Cristo, segundo Lucas 1,46-56

46. Maria então disse:
47. “A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador,
48. porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz,
49. porque o Poderoso fez para mim coisas grandiosas. O seu nome é santo,
50. e sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem.
51. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os que tem planos orgulhosos no coração.
52. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes.
53. Encheu de bens os famintos, e mandou embora os ricos de mãos vazias.
54. Acolheu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia,
55. conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre”. 56. Maria ficou três meses com Isabel. Depois, voltou para sua casa.

Amados, a paz.

A narração apresentada por Lucas hoje nos fala do Cântico de Maria, também conhecido como Magnificat. Maria estava chegando para visitar Isabel que se encontrava grávida de João, o batista. Tão logo as duas se encontraram, a criança pulava de alegria no ventre de Isabel, fazendo com que esta saudasse Maria. Maria, então, se põe a louvar ao Senhor. Cheia do Espírito Santo, Maria agradecia a Deus por olhar para ela, humilde serva que fora preparada desde criança. Em sua exaltação a Deus, Maria não esquece as promessas feitas aos antepassados e as menciona agradecendo não só por ela, mas também pelo povo que agora seria liberto e salvo.

Todo o cântico de Maria exulta Deus e coloca os humildes em uma posição privilegiada em relação ao Todo Poderoso. Deus tinha um plano especial para o seu povo, Israel, mas as maravilhas seriam concretizadas aqueles que fossem humildes de coração. Deus, através de Jesus, tiraria dos ricos, abundando a vida dos pobres. Essas promessas que agora começariam a ser concretizadas, o Senhor já havia feita a gerações e gerações passadas, desde Abraão. E Maria vai exultar a Deus através deste Cântico, deste salmo de Louvor.

Meus queridos irmãos, quantas vezes recebemos alguma graça de Deus, algum favor e simplesmente tomamos nossa benção e seguimos em frente? Quantas vezes alguém chega para nós, agradecendo algum favor, agradecendo alguma coisa, algum momento, que tenhamos proporcionado e simplesmente dizemos “por nada” e nada mais. Maria ao receber a saudação de Isabel poderia muito bem nada responder. Poderia muito bem dizer “deixa de bobagem, prima!” ou “Obrigado por suas palavras, prima!”. Não. Ela não fez isto e, se o fez, não ficou somente nisto. Levantou sua voz e bradou ao céu, glorificando Aquele a quem realmente cabia toda honra glória. Maria hoje nos ensina a sermos gratos a Deus pelos momentos que passamos. As graças que recebemos, as coisas boas que proporcionamos aos irmãos, tudo o que fazemos, o fazemos por causa D´Ele e mais ninguém e por isso devemos sempre a Ele levantar cânticos, cânticos de agradecimento, de exultação de alegria. Nossa alma tem de se alegrar no Senhor em todos os momentos de nossas vidas, afinal, cristãos batizados que somos, nossos corações também estão cheios do Espírito Santo. Através do batismo recebemos a primeira graça do Senhor em nossas vidas. E isto, jamais podemos nos esquecer.

Já agradeceu ao Senhor hoje pela sua vida? Por mais um dia de fôlego de vida? Pelo favor que você pode fazer ao seu irmão? Pela ajuda concedida aos outros? Faça isso. Não se esqueça nunca de louvar Aquele quem realmente possibilita a você de viver. Pense nisso.

A paz de Cristo...

domingo, 20 de dezembro de 2009

4º Domingo do Advento

Salve amados de Deus.

O Evangelho de hoje está no relato de Lucas 1,39-45

39. Naqueles dias, Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá.
40. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel.
41. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo.
42. Com voz forte, ela exclamou: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!
43. Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar?
44. Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre.
45. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!”.


Irmãos, e eis que se aproxima o dia do Salvador, o dia do nascimento do menino Deus, a representação terrena da Divindade, ou como diria um compositor cristão “o rosto humano de Deus”.

Hoje nós católicos celebramos o 4º domingo do advento e, ao acendermos a última vela da coroa, lembramos de Maria, a menina mulher que ficou cheia do Espírito Santo, pronta para conceber Jesus, o nosso Cristo.

Durante todo o advento, durante os 4 domingos, nossas celebrações lembram fatos importantes que antecederam a chegada de Jesus e, através desses fatos, somos chamados a reflexão de atos necessários para nossa vida cristã. Na primeira semana somos chamados a preparar nossos corações, nossa “casa” espiritual deve estar cheia de esperança. É a espera nas promessas de Deus. Na segunda semana, passamos a viver mais intensamente essas promessas. Somos chamados a refletir na vinda do Messias, na vinda do menino Deus. É tempo de conversão. E a liturgia a nós apresentada lembra isto intensamente, pois que passamos a ver a importância da figura de João, o Batista, que converteu e batizou milhares, anunciando com vigor a Vinda do Salvador. É tempo de reconciliação, de prepararmos mais um pouco nossos corações, agora focando no sacramento da confissão. Na terceira semana, passamos a contemplar o “sim” de Maria. Representa a fé no Senhor, a fé que devemos ter. Crer não é ter fé. Fé é andar sob “as águas”, é atender prontamente o chamado de Deus e dizer “sim”. Maria que sempre esteve nos braços de Deus, preparada para tão importante momento, não hesitou e diante do anuncio de Deus feito pelo Anjo e falou “faça-se em mim a tua vontade”.

Hoje, neste quarto domingo, nesta semana em que celebraremos a grande festa do Senhor, a liturgia nos chama a nos doarmos. Nos chama a abrir nossos corações e irmos ao encontro do irmão necessitado em seu auxílio, levando nossos préstimos, nossa força. O Evangelho de hoje diz que Maria ao saber que sua prima iria também dar a luz a uma criança, e que já estava no adiantar de 6 meses de gestação, saiu depressa ao seu encontro. A prima de Maria já era de bastante idade quando deu a luz a João. Se uma gestação dessas aos nossos dias já é preocupante, imaginemos então naquela época, em uma cidadela sem recursos, somente o povo e suas orações. Maria então vai ao encontro de Isabel que não morava na esquina de sua rua. Vai a outra cidade, atravessando montanhas. De certo aproveitou alguma caravana que passaria por aquela localidade. Mas o certo é que Maria não temeu a noite nem o dia, o frio ou calor do deserto, o fato de estar sozinha e, principalmente, se empenhar num trajeto que era por demais perigoso e lendo as escrituras sabemos que o era. Maria poderia ter dito: “Poxa, Isabel tão velha está para dar a luz. Eu bem que queria ajudá-la, mas ela mora tão longe. E eu ainda estou esperando o filho de Deus. Não. Não vou arriscar nada. Tenho de descansar, tenho de ter uma boa gestação.” Não. Maria não fez nada disso. Ao contrário. Maria estava com Deus, ela estava cheia do Espírito Santo, e não se fez de rogada. Saiu logo ao encontro de Isabel e foi anunciar a boa-nova. “Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre”, disse Isabel a sua prima Maria quando esta chegou à sua casa.

Amados irmãos, hoje é tempo de doação. É tempo de nos doarmos aos que de nós precisam. Nós, como cristãos, batizados que somos, convertidos a adorar um único Deus, tomados pelo Espírito Santo e sendo Corpo deste Cristo que deu a vida por nós, devemos nos colocar em auxilio dos irmãos. Quantas pessoas vemos pelo nosso caminho que precisam de ajuda e nós constantemente, por algum motivo, viramos a cara e fingimos não ver? Quantas nem nos pedem ajuda, mas sabemos muito bem ver o quanto precisam de um auxilio, ao menos de uma palavra amiga e desviamos nossas atenções para que não nos preocupemos com eles?

Queridos e amados irmãos em Cristo, o período do advento nos chama a atenção para essas nossas atitudes, para esse nosso comodismo. Como Maria, com a fé de Maria, saiamos de nossos lugares e nos coloquemos em marcha de constante ajuda. O Natal que hoje celebramos, deve ser revivido todos os dias em nossas corações e nossas mentes. Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro, todos sabemos disso. Mas Ele nasce todos os dias em nossos corações, nossas vidas. Por isso é importante que estejamos preparados para isto. Para receber em nossa casa, o menino Deus, o nosso Salvador.

Que possamos refletir nisto ainda hoje e mantermos sempre acessas as velas do advento que iluminam nossos caminhos e nos direcionam a Verdade, Caminho e Vida Eterna.


Na paz de Cristo e com a fé de Maria...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Eu sou parte integrante da genalogia de Jesus

Amados, apresento a vocês hoje, a liturgia proposta, contida no Evangelho de Jesus Cristo, narrada por Mateus 1,1-17:

1. Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão:
2. Abraão gerou Isaac, Isaac gerou Jacó, Jacó gerou Judá e seus irmãos,
3. Judá gerou Farés e Zara, de Tamar. Farés gerou Esrom; Esrom gerou Aram;
4. Aram gerou Aminadab; Aminadab gerou Naasson; Naasson gerou Salmon;
5. Salmon gerou Booz, de Raab. Booz gerou Obed, de Rute. Obed gerou Jessé.
6. Jessé gerou o rei Davi. Davi gerou Salomão, da mulher de Urias.
7. Salomão gerou Roboão; Roboão gerou Abias; Abias gerou Asa;
8. Asa gerou Josafá; Josafá gerou Jorão; Jorão gerou Ozias;
9. Ozias gerou Jotão; Jotão gerou Acaz; Acaz gerou Ezequias;
10. Ezequias gerou Manassés; Manassés gerou Amon; Amon gerou Josias.
11. Josias gerou Jeconias e seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia.
12. Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou Salatiel; Salatiel gerou Zorobabel;
13. Zorobabel gerou Abiud; Abiud gerou Eliaquim; Eliaquim gerou Azor;
14. Azor gerou Sadoc; Sadoc gerou Aquim; Aquim gerou Eliud;
15. Eliud gerou Eleazar; Eleazar gerou Matã; Matã gerou Jacó.
16. Jacó gerou José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Cristo.
17. No total, pois, as gerações desde Abraão até Davi são quatorze; de Davi até o exílio na Babilônia, quatorze; e do exílio na Babilônia até o Cristo, quatorze.

Mateus nos apresenta logo de início no seu Livro, a genealogia de Jesus, a árvore genealógica, a sua origem, sua linhagem. Após fazê-lo, vai situar as gerações que antecederam a Jesus em quatorze, que representa mais um capítulo na infinidade de números místicos que se apresentam na Bíblia. Infelizmente ainda não cheguei a esse estágio de conhecimento a fim de poder trazer qualquer discussão a respeito, logo, me absterei de fazer comentários. Mas não pude, também, deixar de pesquisar a questão de Mateus trazer a nós toda a estrutura da ascendência de Jesus e duas foram as conclusões que pude chegar: primeiro, a questão de se demonstrar o cumprimento das promessas de Deus para seu povo, realizadas com o surgimento de Abraão, depois Davi e, por fim, Jesus. A outra, a questão de apresentar, dentre toda a linhagem, homens que foram escolhidos para liderarem, fosse reinando ou conduzindo o povo do exílio na Babilônia, além de personagens que não tinham, por assim dizer, uma conduta adequada á homens tementes a Deus, como o caso do rei Acaz que foi um líder voltado ao paganismo, totalmente afastado de Deus.

Mas o que isso quer nos dizer exatamente nos dias atuais? Simples. Quer mostrar que Deus hoje escolheu você para fazer parte da história da salvação da humanidade. Se fossemos continuar a linhagem de Jesus Cristo, sendo todos nós batizados, somos também filhos de Deus, irmão de Jesus. Você pode até olhar para traz, em seus antepassados e se colocar numa posição defensiva dizendo não ser capaz, que na sua família há pessoas más, idólatras, mesquinhas ou vis. Mas eu te digo meu irmão. Não importa de onde você veio. Deus hoje escolheu você para continuar a obra na terra, assim como fez com Jesus. Deus hoje chamou você e o ungiu para proclamar a Boa Nova do Reino, a curar os doentes, a pisar cobras e escorpiões, a viver uma vida justa, não importando quem foram seus antepassados. Uma coisa é certa. Deus quer você, quer o seu melhor.

Então amados, eu hoje digo a vocês que se libertem do cansaço, da preguiça, da síndrome de Gabriela (eu nasci assim...) e se volte para as coisas de Deus. Reúna o Seu povo e comece já a liderá-los, a conduzi-los para o caminho que leva a Deus. Haja com justiça e Deus lhe recompensará.

Na paz de Cristo e de todos os homens de Deus que o antecederam,

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

João Batista - Exemplo de humildade

Salve amados, a paz.

Hoje vamos refletir a respeito do Evangelho de Nosso Senhor Jesus, narrado por Lucas. (7:19-23)
19. e os enviou ao Senhor, para perguntar: “És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?”

20. Eles foram ter com Jesus e disseram: “João Batista nos mandou a ti para perguntar se tu és aquele que há de vir ou se devemos esperar outro”.

21. Naquela ocasião, Jesus havia curado a muitos de suas doenças, moléstias e espíritos malignos, e proporcionado a vista a muitos cegos.

22. Respondeu, pois: “Ide contar a João o que vistes e ouvistes: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados e surdos ouvem, mortos ressuscitam e a pobres se anuncia a Boa Nova.

23. E feliz de quem não se escandaliza a meu respeito”.


A passagem nos relata que João, na prisão, sabendo que iria morrer, envia seus discípulos até Jesus com fins de indagarem D´Ele se seria realmente o Cristo esperado. Jesus responde aqueles apontando-lhes as boas obras que vinha fazendo e manda-os contar isto a João, alertando a todos que o escutavam que feliz o homem que não se escandalizasse com os milagres que vinham sendo realizados.

Amados, a reflexão desta quarta feira centra-se na fé de um único Deus, o Deus verdadeiro. Alguns vêem esta passagem como uma indagação do próprio João à respeito de Jesus, se este realmente seria aquele que teria vindo. Em outras palavras, apontam que João, na prisão, e sabendo que morreria, fica com temor das coisas que viriam a lhe ocorrer e aí, teria caído na descrença. Mas eu, particularmente, vejo isto por outra ótica. João queria mesmo era provar aqueles que o seguiam quem era o verdadeiro Cristo.

Ainda no ventre de suas mães, ambos já saltitavam de alegria quando se encontravam; Mais tarde, João passa anunciar a vinda, o surgimento do Salvador tão esperado; No Jordão, ao ver Jesus este se coloca na mais humilde posição, negando-se a também batizá-lo, reconhecendo em seu primo o enviado de Deus. Por outro lado, a história nos conta que muitos seguiam a João achando que ele era o Cristo; em virtude do seu incansável combate contra as injustiças, muitos o continuaram seguindo mesmo após o início da vida pública de Jesus; uma grande parte dos judeus viam a Jesus como mais um profeta, mesmo diante dos milagres ocorridos. Então, pergunto: quem precisava mais de certifica-se de que Jesus era o Cristo? João ou seus seguidores?

João em nenhum momento vacilou em sua fé, na sua certeza. João conhecia bem as escrituras e sabia que os milagres produzidos por Jesus eram os sinais de que Ele era o salvador, pois que conhecia bem as escrituras do profeta Isaias. Mas os seus seguidores não. Seus seguidores, ainda que João não fizesse nenhum milagre, continuava seguindo os passos do profeta. Escutavam e o obedeciam. A ele dedicavam seus tempos. João, na prisão, e sabendo que morreria, mas uma vez tentava mostrar aos que estavam junto a ele quem era o verdadeiro Jesus, a quem verdadeiramente deveriam ouvir. A indagação formulada a Jesus não era para conhecimento de João e sim para que seus seguidores, que deveriam também conhecer o livro do profeta Isaias, certificarem-se de que Jesus não era tão somente um profeta, mas o Cristo, o Enviado de Deus. Importante notar que João, mesmo sendo seguido fielmente por multidões, em nenhum momento se deixa apoderar pelo demônio da vaidade e incansavelmente lhes indica quem é o verdadeiro Cristo.

Ao fim, Jesus vai dizer a todos que estavam ao seu redor, além dos então seguidores de João, que “feliz de quem não se escandaliza a meu respeito”. Feliz é aquele que tem fé, cujos olhos foram abertos e puderam ver o verdadeiro Cristo, que o reconheceram pelas suas boas obras, pelos seus ensinamentos. Felizes daqueles que não duvidavam de Jesus e criam N´Ele.

Meus queridos, quantas e quantas vezes deixamos passar os sinais que nos são enviados, que vemos em nosso dia a dia. O evangelho de hoje nos chama a realidade de termos a visão aberta para reconhecer Aquele que veio para nos salvar. Do único e verdadeiro Cristo. É preciso saber distinguir entre o certo e o errado, é preciso saber separar o joio do trigo. É preciso conhecimento da Palavra, das Escrituras, de forma a não sermos enganados por aqueles que querem se colocar lado a lado com Deus, por aqueles que se julgam os melhores, que não tem um pingo de humildade para afastar de si os olhares do mundo. É preciso saber reconhecer a verdade, pois só ela liberta. “Conhecereis a verdade e Ela os libertará.” Conhecer é ter intimidade, é procurar viver com Jesus, seguir seus passos, estar a todo momento junto a Ele.

Peçamos hoje ao Senhor duas coisas. Primeiro, que dê sabedoria aos nossos sacerdotes, pastores e padres, que afaste de seus corações todo o mal da soberba, arrogância e vaidade que lhes possam atingir, que sejam humildes em saber indicar Aquele que é o nosso verdadeiro salvador. João não se achava digno de desamarrar os laços das sandálias de Jesus e apregoava isso com relutância. Era humilde pois sabia que os desígnios de Deus pairavam sobre Jesus e não ele. Então neste dia direcionemos nossas orações aos nossos lideres religiosos para que, assim como João, nos direcione para a Verdade, o Caminho e a Luz. Peçamos, também, neste dia, que nossos corações sejam iluminados e possamos aprender a enxergar os sinais e prodígios de Deus. Que não venhamos nunca a duvidar de quem é o verdadeiro Cristo. Que não percamos jamais a nossa fé e possamos assim, dar testemunho das obras do Senhor.

Na paz de Cristo e no amor de Maria..

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

OBEDIÊNCIA - Fazendo a vontade de Deus

Salve amados, a paz de Cristo.

O Evangelho proposto para o dia de hoje encontramos em Mateus 21: 28-32:

28. “Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha! ’

29. O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi.

30. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi.

31. Qual dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos responderam: “O primeiro.” Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus.

32. Pois João veio até vós, caminhando na justiça, e não acreditastes nele. Mas os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes, para crer nele.


Hoje vou iniciar contando um pouco do meu maravilhoso final de semana, quando estive reunido em família para celebrar dois momentos muito importantes: o aniversário de minha mãe que no dia 9 completou 86 anos e de minha “filhota” que no dia anterior, havia feito 16 anos. Duas gerações separadas por 70 anos. É muito tempo. Para nós. Mas aos olhos de Deus sabemos que devem significar poucos “segundos”. No domingo, marcando esses momentos, celebramos eucaristicamente a data e nos fizemos presente a celebração dominical na Catedral de Petrópolis, onde reside uma parte da família e aonde sempre festejamos essas datas. Como era dia de Santa Luzia, nos fizemos presente também na igreja dedicada a ela. Conta a história que Luzia foi uma jovem de uma região da Itália, que tendo recebido uma formação cristã, se apaixonou por Cristo a ponto de lhe oferecer uma dedicação exclusiva, inclusive uma virgindade perpétua. Seus pais, contudo, já a haviam prometido em casamento a um jovem que quando soube que a intenção de Luzia havia sido referendada tempos depois por seus pais, denunciou-a como cristã ao reino pagão. Luzia, não querendo oferecer sacrifício ao deuses e nem quebrar o seu santo voto, foi muito judiada, tendo inclusive, seus olhos perfurados, mas como a mão divina sempre esteve sobre ela, sua visão havia sido restaurada no dia seguinte. Foi decapitada em 303, para assim testemunhar com a vida - ou morte - o que na juventude dissera: "Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade".

Em virtude do episodio da vista, Santa Luzia é considerada a protetora da visão. Neste dia especialmente, pedimos a Jesus que nos cure dos males da vista. Que através do exemplo de fidelidade e castidade que buscou viver Luzia, possamos ter a graça de ver nossa visão restaurada. Que os olhos do nosso coração possam ser abertos e possamos ver a verdade naquele que é o Caminho. Que nunca sejamos tomados por alguma deficiência que possa-nos deturpar a visão e nos desviar do caminho seguro. É isto que nós cristãos católicos devemos ter em mente no dia de domingo: ter a fé e a fidelidade a Deus que Luzia teve e ver na sua forma de vida um exemplo de conduta honrosa que não se desviou nem sob o perigo da morte que veio a se concretizar pelas mãos do demônio. Deus a honrou, permitindo que neste domingo lembrássemos de quem foi Luzia.

Mas voltando ao domingo, depois de abençoados, voltamos para casa, partilhamos da mesa e continuamos um domingo maravilhoso.
Fora o relato de Santa Luzia – que achei oportuno falar já que não estive aqui no domingo – comentar sobre este dia é algo que hoje acho muito importante e o que vou falar daqui em diante, soará como um “mea culpa”, uma reflexão dos meus atos, um pedido de perdão.

Ao mesmo tempo que tive um maravilhoso final de semana em família, não posso dizer o mesmo a respeito de outras que conheço e que, por vias transversas, também faço parte. Minha cunhada não está muito bem em sua vida conjugal e minha esposa está muito preocupada, muito chateada com a situação e por não estar conseguindo ajudá-la. Eu por minha vez, já tendo um pré-conceito a respeito da situação em que os dois estão vivendo, me coloco inerte, passivo perante aos fatos que escuto e vamos falar a verdade, procuro nem escutar, não dar atenção. Mas ontem, chamado pela minha maravilhosa esposa, parei para refletir toda a situação que nos envolve: a minha família e a família dela. Com a cabeça no travesseiro pude entender o quanto ainda preciso modificar minha vida, meu modo de agir. Me digo cristão mas vejo o quanto me falta para começar a me converter. Me sinto um próprio fariseu quando falo à respeito de família com os outros e não procuro viver esta família que apregôo. Como sou vil e mesquinho preocupando-me somente com minhas coisas, com minha família, com o meu bem-estar, com minha felicidade, com minha satisfação. Ah, Deus, quanto preciso melhorar e modificar. Tenho de modificar meu jeito de ser e viver em comunhão com os irmãos, principalmente aqueles que estão mais próximos de nós, aqueles que estão ao nosso lado e precisam de um conforto, um acalento. Não importa o que um dia nos levou ao afastamento, o que por ventura possa nos ter entristecido. O que importa é que Deus nos mandou, nos indicou o caminho do amor pedindo-nos que amassemos a todos nossos irmãos, que fossemos um, como Ele, o Pai e o Espírito Santo eram Um. Se procuro falar a todos que somos todos parte de um só corpo que é Cristo, brigando com um irmão, ficando de cara feia para ele, estou brigando com uma parte de Deus. E aonde está o “cristianismo” que procuro levar às pessoas? Sou ou não sou um fariseu? Estou ou não estou indo contra tudo aquilo que Deus me ensinou e falo para todos quando estou agindo desta forma? Pois é. Tenho muito caminho ainda a seguir. Tenho muito ainda que modificar. Como sou indigno inclusive de estar aqui e ocupar este espaço e tentar falar de Deus se meu testemunho diz exatamente o contrário.

O evangelho de hoje me alerta também para isso. Jesus conta aos sacerdotes e fariseus que o seguiam a história de um homem que tinha dois filhos. Chamando-os a trabalhar na vinha, um disse que não ia, mas arrepende-se disso, vai. O outro, contudo, prontamente disse ir, mas não comparece ao trabalho. E Jesus pergunta então aos doutores, aos sábios, qual deles havia feito a vontade do pai.

É neste trecho que vou pegar minha reflexão para hoje. Estou fazendo a vontade do Pai? Quando Ele me chamou nesta parte da vida, prontamente o atendi, e disse que iria caminhar. Mas até onde estou lutando, até onde estou conseguindo chegar no campo, até onde estou me esforçando para concretizar o trabalho? Ao menos iniciei minhas tarefas? Não. Fazendo um exame de consciência, vejo que sequer levantei. Sequer estou tentando. Mas isto até agora. Como aquele primeiro filho, devo me arrepender dos meus erros e me colocar no caminho reto. Tenho de levantar de minha posição e me colocar a disposição de quem precisa de mim, de quem está ao meu lado, tenho de me colocar em comunhão com o irmão, só assim, estarei participando verdadeiramente do Corpo de Cristo. Somente modificando minhas atitudes, estarei em busca de ser um verdadeiro cristão. Jesus nos diz hoje que é tempo de nos arrependermos. Ainda há tempo de voltarmos ao caminho justo e reto, ao caminho que vai nos levar à morada eterna.

Hoje o Senhor Jesus me escutou, escutou minhas preces deste domingo e começou a abrir a minha visão. Está restaurando a minha percepção das coisas. Hoje, em nome de Jesus, vou levantar da minha cadeira e procurar modificar meus passos, minhas atitudes, meu jeito de pensar e viver.
Que a Santíssima Trindade possa iluminar os seus caminhos, que possam, assim como eu, fazer uma reflexão em suas vidas e abrir os olhos para um novo amanhecer, uma nova vida, de volta ao caminho. Estamos vivendo este momento. O momento de preparo, de alerta para a volta do Todo Poderoso. Você vai querer vê-lo, ou não? Não perca a sua graça.

Na paz de Cristo e no amor de Maria...

sábado, 12 de dezembro de 2009

O Cristão e sua Bíblia

Salve amados, a paz.

Hoje acordei com Deus me falando ao coração. Como é bom quando isto acontece. Quando sentimos Deus presente em nossas vidas desde o primeiro minuto do dia. E Deus me falava a respeito da Bíblia e o quanto sua leitura é necessária para o Conhecimento da Palvra e da cura dos males. E fiquei ainda remoendo na cama tentando entender o que realmente Deus queria me dizer com aquilo e me veio a mente, em meus pensamentos, o que Deus quer de mim neste dia. E isto vou partilhar com vocês.

A bíblia está presente nos mais diversos lares do mundo. Cada um que se diz cristão, tem em suas casas um exemplar deste livro tão precioso para muitos. Até mesmo os que se intitulam cristão - mas não o são, pois vêem Jesus como mais um espírito de grandeza e encarnado (são os espíritas) - tem as suas mãos um exemplar da sua “bíblia”.

Hoje não dá mais para eu dizer aceitar a Cristo e não conhecer sua palavra, não conhecer o que Deus quer de mim, conhecer sua benevolência, seu amor para comigo. O fato de eu ir aos cultos, participar das missas dominicais, não me leva a conhecer a palavra como deveria. Não me leva a conhecer esse meu Deus. Para realmente conhecê-lo, tenho de buscá-lo aonde Ele vive, aonde Ele está presente, esperando que alguém vá até Ele. E este lugar, meus amigos, é a Bíblia. È na Bíblia que vamos encontrar a paz com que sonhamos. È na bíblia que vamos encontrar o acalento para nossas preocupações, o alívio para nossos fardos, a cura para nossas enfermidades, até mesmo é lá que vamos encontrar a inteligência e a força para nossas guerras contra nossos inimigos. Lá está a nossa energia. A nossa força e nossa fortaleza. A Bíblia é isto para o Cristão. È o Torá dos Judeus. È o livro de cabeceira, a fonte de vida dos seguidores de Cristo.

“Ah, eu sou bom”. “Ah, eu sou faço bondades. Procuro não magoar ninguém”. “Procuro só fazer o bem”. “Dou esmolas. Até sou dizimista na minha igreja.” Quantas vezes não escutamos isto da boca das pessoas quando são indagadas a respeito de seguirem a Cristo, a respeito de suas religiosidades. O que adianta eu dizer que faço boas obras se não conheço a Palavra? “Ah, não sei quem foi o primeiro Rei de Israel, mas sei que Jesus foi um homem bom que trouxe a Paz aos homens e morreu para nos salvar.” De fato, não há muita importância em se saber ou não quem foi o primeiro dos homens a reinar sobre Israel, mas de certo, e muito mais certo, que Jesus foi mais do que simplesmente Aquele que morreu por mim para minha salvação. E quando penso nisto vejo que nada conheço a respeito de Deus. Vejo o quanto tenho de aprender a seu respeito, a respeito de seus mandamentos.

Mas a quem conhecemos, quais as pessoas cristãs que fazem da bíblia a sua fonte de vida? Vamos reformular a pergunta. Quem? Quais pessoas que se dizem cristãs e que seus livros de cabeceira é a bíblia? Que sua fonte de energia é a bíblia e que nunca saem de casa sem Ela? Será que somos nós os católicos? Não. São nossos irmãos evangélicos. Desde cedo eles são levados a conhecer a Palavra. São levados a ter a bíblia como centro de seus universos, de suas vidas. Seus passos são pautados n´Ela. Suas vidas são guiadas pelo Senhor.

Mas hoje esse panorama está mudando. O cristão católico já está buscando a conhecer mais a bíblia. Já está tirando de cima de suas mesas o que até então servia de enfeite da sala de estar e buscando nela a cura para seus males, o acalento para seus sofrimentos e dores, a sabedoria para vencer as batalhas do dia a dia. Está buscando a Conhecer mais a Deus Pai e a Deus Filho e pedindo ao Deus Espírito Santo que lhe ilumine o coração para assimilar a Palavra.

Mas nossos irmãos evangélicos estão anos luz em termos bíblicos à nossa frente. Hoje já não vemos tantos passando à nossa frente com suas bíblias debaixo do braço. Hoje os templos projetam a Palavra, o trecho bíblico que vai servir de inspiração à pregação do dia, nas paredes através do Retroprojetor. Conheço até um Pastor HiTech que leva consigo um aparelhinho tipo desses “I Pod” que lhe mostra o versículo buscado. É a tecnologia a serviço de Deus.

Mas e nós, os católicos? Se antes criticávamos nossos irmãos pelo fato de aonde estivessem carregassem suas bíblias, a necessidade de se Conhecer mais profundamente a Deus deve nos colocar em termos de igualdade. Posso não estar com a minha bíblia em papel como comumente Ela nos é apresentada, mas procuro por Ela aonde quer que eu esteja. Hoje não consigo viver sem ler, interpretar e procurar colocar em prática a Palavra e por isso sou levado a até Ela aonde quer que se encontre, afinal, como já falei, Ela está presente em 90% dos lares e ao alcance de todos. Muitas das vezes empoeirada, com suas paginas coladas ou mesmo com o papel amarelado em virtude do tempo que ficou guardada. Mas Ela está lá. Esperando por você. Esperando por nós para nos dar a conhecer mais e mais desse Cristo que buscamos seguir, desse Deus que nos protege e nos dá a vida.

Mas nós? O que queremos? O que nos impede de, a partir de agora, diante a necessidade de se conhecer ao fundo nosso Salvador, a buscar a Palavra, a tirar uns minutos dos nossos “preciosos” tempos e buscarmos a Deus aonde Ele se encontra? O que nos falta para isso?

Pois hoje eu digo a vocês, meus irmãos. Talita Cum! Levanta-te. Acorde da “morte” intelectual do conhecimento bíblico. Saia do marasmo, livre-se do mal da vergonha, da preguiça, do comodismo. Hoje Deus quer se dar a conhecer mais um pouco para você. Hoje Ele quer que você comece a adorá-lo de outra forma. A partir de hoje Ele quer que você seja um novo Cristão: o que conhece a Palavra a fundo e tem a certeza de que o Espírito Santo vai lhe iluminar quando tiver de usá-la contra todos aqueles querem te ferir pela sua fé, que querem abalar as estruturas que você vai construir com Deus.

Pense nisso. Comece já.

Na paz de Cristo...

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Respeito as atitudes dos outros

Bom dia amados. A reflexão que trago hoje está contida no Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus 11:16-19:

16. Com quem vou comparar esta geração? É parecida com crianças sentadas nas praças, gritando umas para as outras:
17. ‘Tocamos flauta para vós, e não dançastes. Entoamos cantos de luto e não chorastes! ’
18. Veio João, que não come nem bebe, e dizem: ‘Tem um demônio’.
19. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de publicanos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras”.

Seguimos hoje a passagem de ontem onde Jesus estava tecendo elogios à João, o batista, reconhecendo nele o espírito do profeta Elias, que como Ele, João, era também implacável no anuncio da vinda do Reino. Jesus continua se dirigindo aqueles que o seguiam e se coloca a criticar o povo de Israel, os que estavam sempre a murmurar, comparando-os a crianças que nunca estão satisfeitas com as brincadeiras que lhes são propostas em grupo tornando-as, assim, crianças amargas, chatas, dominadoras, que só querem fazer a sua vontade.

E Jesus vai dizer que veio João, mas que a sua forma de vida, seu temperamento, a força com que bradava o reino, intolerante com a injustiça, severo para com os que não andavam reto nas leis do Senhor, era vista por muitos como desnecessária, o achavam louco, destemperado, totalmente radical no seu pensar. Agora, o filho do homem era também criticado pela sua forma de vida, pois vivia cercado de cobradores de impostos, pecadores, e toda raça de pessoas mal vistas dentre o povo mais abastado e dominador. Jesus colocava isso como forma de demonstrar que o povo nunca está satisfeito com o que lhe é apresentado, são como crianças, infantis, que rejeitam tanto a radicalidade da vida de João, quanto a complacência e tolerância trazida por Jesus, ainda que ambas visem ao anuncio do Reino de Deus.

Interessante essa visão de Jesus sobre o seu povo. E uma comparação tão atual que podemos dizer, ou melhor, volto a afirmar que o mundo muda, passa por transformações, mas o ser humano, não muda. As idéias não mudam, as formas de pensar e agir não mudam. Se adaptam ante a diversidade de facilitadores, mas não mudam. As reações são as mesmas desde o início dos séculos.

Os corações dos homens também. Já é comum em nossas vidas rejeitarmos determinadas coisas que nos são apresentadas. Dependendo do que seja, sempre vemos com um pé atrás aquilo que nos é confrontado. Rara não são as vezes que rejeitamos as coisas por serem difíceis demais, cansativas, duras. Outras vezes, rejeitamos por que achamos fáceis demais, pelo simples fato de não nos motivarem ao esforço. Assim também é com a religião. É como Jesus via o povo Judeu. Criticavam João, achando-o um camarada perturbado, louco, muito radical na sua forma de vida, não iria levá-lo a lugar algum as suas atitudes. Os mesmos também criticavam a Jesus, pois este era complacente demais, tolerante demasiadamente para com os pecadores. Onde já se viu, não condenar a mulher que cometera adultério, sentar-se a mesa de ladrões notórios. O que é isso?

Assim somos nós também no dia de hoje. Nunca estamos satisfeito com o que temos, com o que nos é apresentado. Quem sabe pudéssemos ser inventores, ter o poder de transformar as coisas, amoldando-as a nosso jeito. Mas não o somos. As coisas nos são apresentadas como o foram adotadas, criadas, principalmente as coisas de Deus, os seus mandamentos, as nossas obrigações para com Ele. Não tem como mudar. É aceitar. É inclusive um exercício de fé. Não posso ficar criticando o irmão pela sua forma de agir. Tenho antes de ver o foco em que coloca o seu agir. Tanto João como Jesus tinham como alvo o anuncio do Reino de Deus, a conversão dos homens, a reconciliação das “ovelhas” perdidas como gostava de se referir aos judeus afastados de Deus e, sobretudo, trazer mais e mais pessoas a conhecer a justiça divina. Mas cada um era diferente. Suas atitudes eram totalmente diversas. Um, podemos dizer, destemperado diante dos erros dos pecadores, o outro terno, sereno, como um pai, que buscava no companheirismo, na amizade, trazer para junto de si, os que até então eram pecadores. Cada um tinha uma forma de agir, de pensar, mas todos visavam o Reino.

Assim, amados irmãos, não sejamos tão infantis e descrentes das coisas que nos são apresentadas, que nos são colocadas frente a nosso julgamento. Vivemos em uma sociedade e dentro dela há muitos que agem diferente um dos outros. Cada um tem uma particularidade em sua forma de atuar. O que nos deve ser importante, o que deve nos preocupar, é o foco, é o fim realizado. Jesus criticava aos críticos. Aqueles que não aceitavam uma coisa e outra e falavam como crianças que se desafiam mutuamente. Devemos sim, respeitar os outros. É esta a nossa reflexão para hoje: o respeito. É esta virtude o nosso foco de hoje. Saber respeitar as atitudes dos outros é algo que só irá nos facilitar a nossa vida terrena. Se queremos ser respeitados em nossas idéias, em nossas formas de agir, devemos também respeitar. Podemos até ser críticos, mas críticos construtivos e não destrutivos. Respeito é a palavra chave para esse dia.


Na paz de Cristo...

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

João Batista, o maior exemplo de evangelista

Salve amados de meu Pai, o Rei dos Reis e de Israel. A liturgia de hoje nos traz o Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 11:11-15:


11. Em verdade, eu vos digo, entre todos os nascidos de mulher não surgiu quem fosse maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele.
12. A partir dos dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e violentos procuram arrebatá-lo.
13. Pois até João foi o tempo das profecias — de todos os Profetas e da Lei.
14. E, se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir.
15. Quem tem ouvidos, ouça.

Esta passagem das Escrituras vem mais uma vez falar de João, o batista, ou batizador, como muitos a ele se referiam. João que nasceu 6 meses antes de Jesus, seu primo, tinha como missão já profetizada por Izaias, de abrir os caminhos para a vinda do Cristo. Após o falecimento de seus pais, João foi viver no deserto e, a partir dali, começou a proclamar a aproximação do reino dos céus. Às margens do rio Jordão, João pregava a remissão dos pecados dos judeus, a conversão dos gentios e os “batizava” como forma de concretizar a reconciliação. Suas palavras eram ouvidas por muitos, inclusive nobres do reino e sacerdotes. Sua fama corria Jerusalém. Ele era o profeta de Deus, mas muitos acreditavam que era o Cristo por Deus enviado. Quando era indagado a respeito, João era enfático em negar dizendo que Aquele que viria seria maior que ele que não era digno, sequer, de lhe amarrar as sandálias. Antes do início da vida pública de Jesus, Ele, o filho de Deus, foi ao encontro de João e pediu-lhe que lhe batizasse. Mas foi preciso insistir muito com ele, pois João recusava tal tarefa julgando-se indigno de “batizar” o Redentor.

Nos versículos anteriores a estes, Mateus relata que João havia sido preso e alguns de seus seguidores foram levar tal notícia a seu primo, Jesus. Após ficar sabendo da prisão e de os seguidores de João terem se retirado, Jesus falou aos que estavam ao redor e escutaram falar de João, tecendo os maiores elogios que alguém poderia vir a receber do próprio Cristo. A exaltação de Jesus a João, o coloca no rol dentre os maiores profetas, mesmo os que lhe haviam antecedido, chegando a compará-lo a Elias. Jesus vai dizer que ninguém no mundo era maior de João. Entretanto, no Reino dos céus o menor seria maior que aquele profeta.

Mas o que Jesus quer dizer-nos com isso. Seria uma simples exaltação a um parente que muito admirava? Jesus chega a até compará-lo a Elias, um dos maiores profetas que haviam precedido a João, em alusão a profecia do retorno daquele que iria anunciar a vinda do Messias (Malaquias 3: 23). O quão grandioso foi João, que arrancou eloqüentes elogios do Todo Poderoso? Quem foi João, o que fazia este homem de tão esplendoroso? E eu lhes digo. Nada de mais. Apenas um homem temente e fiel a Deus e acima de tudo, implacável no anuncio da Palavra.
As Escrituras nos dão conta de que João foi um homem muito humilde e simples. Filho de um pequeno sacerdote e uma serva dedicada ao Templo, sua vida foi pautada dentro dos ensinamentos religiosos. A história nos conta que João teria iniciado sua vida religiosa por assim dizer depois da morte de seus pais. Primeiro teria falecido Zacarias, obrigando a João e sua mãe a mudarem de cidade para uma com maiores recursos, inclusive de trabalho para o sustento familiar. Com o falecimento da mãe, João então doa todos os seus bens e vai iniciar a sua missão de anunciador do Reino. Sua vida religiosa foi influenciada pelos escritos a respeito de Elias, chegando ele a copiar o uso de vestes obtidas de peles de animais. João, em sua missão, nunca temeu a morte. Pregava com vigor a transformação dos homens, a fim de preparar seus corações para o Salvador. Não poupava os lideres religiosos ou políticos, que escravizavam o povo. Pregava a justiça a todo custo e bradava contra os impuros. Isto fazia com que João fosse odiado por uns e amados por outros. Mas todos de certa forma o respeitavam. O próprio rei da época, que era alvo das críticas de João, titubeou antes de cumprir a promessa feita a sua enteada.
Este foi João. Um perfeito seguidor das Palavras de Deus. João foi isso. Só isso. Simplesmente isso. Eu gostaria de ser como João. Não para receber também elogios do meu Salvador, mas gostaria de pregar com rigor a Palavra. Não temer os homens e lutar contra injustiças. Não. Eu sou pequeno demais para isso. Até tento. Mas não consigo. Eu é que não sou digno de amarrar as sandálias do precursor de Jesus. João fora o maior dos profetas já existentes. E o maior dos homens que já existiu e anunciou a Cristo. Peçamos, assim, ao Senhor nosso Deus, que nos prepare, que transforme e fortaleça os nossos corações. Que nos torne humildes. Que nos torne dignos de receber as graças dos céus. Peçamos a Ele que nos tome pelas mãos e nos guie, de forma a não temermos nenhum mal que por ventura se volte contra nós. Que Ele derrame sobre nós sua unção para que possamos firmemente anunciar a boa-nova do Reino, afinal o menino Jesus está às portas de seu nascimento e o mundo precisa recebê-lo, saber a que virá. Que possamos ser estes anunciadores do menino Deus. Que nos façamos, sempre, o menor dos homens para que o Senhor Jesus cresça.

Na paz de Cristo e no amor de Maria, rogando para que o Senhor nosso Deus esteja sempre conosco...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Montando o seu presépio

Salve meus queridos, estou de volta mais uma vez neste dia, agora para falar de um dos símbolos do natal, ou melhor, de um dos símbolos que reúne vários significados.

Hoje estava na Comunidade Coração Novo, da qual sou um dos colaboradores, e me deparei não com um, mas com alguns presépios montados e distribuídos pelos cômodos da casa. Nesse momento, me dei conta que até então não havia montado o meu presépio, embora já estejamos hoje no término do 9º dia do mês de dezembro.

Enquanto observava aquelas estruturas montadas, me veio a mente a reflexão do significado de se montar um presépio, afinal, esta é uma prática que fazemos em nossos lares há muito tempo. Contudo, muitos de nós o fazemos – montamos um presépio - em virtude da tradição, afinal, “cristãos” que somos todos em virtude do batismo que nos realizam no nascimento, temos em nossas vidas os símbolos religiosos que nos remontam a datas importantes e significativas como é, por exemplo, o natal. Fazendo isto por pura tradição, não nos apercebemos na simbologia que existe em cada momento retratado na estrutura de um presépio. E é sobre isto que quero falar um pouco neste post.

Nos conta a história que Francisco, de Assis, montou o primeiro presépio que se tem notícia. Conseguiu alguns apetrechos e levou para a floresta a fim de explicar o sentido do natal aos camponeses e outras pessoas humildes que muitas vezes ficavam fora das celebrações litúrgicas. O presépio foi todo montado a partir dos relatos dos evangelistas que revivem em nossas mentes o momento do nascimento do Cristo. Então vamos ver.

Como sabemos, Jesus não nasceu na terra de seus pais como seria o mais acertado. O Rei Herodes, sabendo que um “rei” nasceria dentre o povo, se coloca a tentar matar aquele menino tão logo nascesse. José, alertado pelo anjo de Deus, pega Maria e se coloca a viajar para outra cidade para fugir da ameaça e perigo eminentes.

Começamos a pensar aqui. Há 2009 anos nascia o menino Jesus e por força do destino, para fugir da Sua destruição, Ele é obrigado a nascer fora de sua cidade. Como estamos no preparo da “cidade” de Jesus para o seu nascimento? Se Jesus naquela época nasceria em uma determinada cidade, hoje Ele tem nascimento dentro de nossos corações, no nosso interior. Como estamos preparando a casa de Jesus hoje para que Ele nasça? Será que sempre temos de obriga-lo a viajar milhares de quilometros para que novamente não seja crucificado, não seja morto?.

Pois bem, José e Maria viajam e já tendo anoitecido procuram, sem sucesso, um canto, um lugar para pousarem, mas batem de porta e porta e não encontram um lugar. Ao casal, é oferecido um estábulo ao lado de uma estalagem. Mais uma vez vemos Jesus sendo rejeitado mesmo antes de nascer. Se antes o demônio já buscava por derramar seu sangue, agora o povo não o recebe. Será que ninguém está vendo o sofrimento de uma mãe que encontra-se as portas de dar a luz? Talvez até o vejam, mas seus corações estão por muito endurecidos a ponto de não se pertubarem com os gemidos que certamente Maria estava soltando por se aproximar as dores de um parto.

Ah, pobre casal santificado. Mas poucos ou ninguém sabia o quanto de riqueza estavam trazendo consigo. Mas eles, Maria e José, sabiam e por isso aceitaram os desígnios de Deus. E no meio dos animais e de outros apetrechos usuais em um curral, puseram a se preparar para a vinda do Salvador, do escolhido para ser o salvador do povo. E ali, naquela noite, nasceu o nosso Rei Jesus. Um nobre dos céus nasce na simplicidade, no meio de seu povo que nem se apercebe disso. Não nasce em palácios ou outros lugares luxuosos como muitos acreditavam que viria ao mundo. Mas na pobreza e os animais são o símbolo disso. Ha também um anjo e alguns pastores no retrato do nascimento do Cristo. Eles também significam essa simplicidade. O anjo é o emissário de Deus. Através dele, Deus acolhe a todos e chama-nos a ser testemunhas vivas da Sua criação. E nós? Nós nos propomos a ser testemunhas do nascimento de Cristo ou preferimos ficar quentinhos dentro de nossas estalagens aquecidas? Aonde pretendemos estar? Vamos ouvir o chamado de Deus através de seus anjos? Preferimos fechar os ouvidos dos nossos corações?

Paralelamente ao nascimento de Cristo, ou melhor, fazem parte ainda da ilustração, uma estrela e três “reis”. O evangelista Mateus relata que “tendo nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém”. Mateus não diz quantos eram, nem que eram reis. Mas a história da época nos mostra que no oriente os sacerdotes também eram considerados “reis”. Mas isto não é o importante. O importante mesmo é a estrela de cinco pontas e os viajantes do oriente que chegavam para adorar ao Senhor. Magos. Não judeus, mas magos, é como Mateus se refere a eles, talvez querendo aí demonstrar que os povos pagãos, que não-judeus acreditaram na vinda de um Salvador da humanidade. A estrela de cinco pontas teria um significado de todo especial de nos situar geograficamente. Cada ponta siginifica um ponto cardeal: norte, sul, leste e oeste, convergindo a uma ponta central, a que indica o céu que significa o Senhor Jesus. Vemos assim que desde o nascimento do menino Deus, já estava traçado o seu e o nosso destino. Jesus viria a ser desprezado pelo seu povo, pelos judeus, sendo reconhecido entretanto, por nós, não judeus, povos pagãos, de cultura e adorações próprias. Esta é uma das reflexões neste dia. Não importa aonde estejamos, não importa o que vivemos hoje em dia. Se reconheçemos em Jesus a superioridade de Deus, devemos convergir para esta verdade, para a Verdade que nos indica o céu, que nos leva para Deus. Devemos assim nos converter aos ensinamentos de Cristo. Escutar suas Palavras e colocá-las em prática. Abdicar dos velhos constumes e aceitar a nova forma de vida que Jesus coloca a nossa disposição: a virtude em busca da Santidade. Sigamos a estrela de Belém e nos coloquemos a adorar ao Senhor Deus menino.

Mas um dos maiores simbolos presente no presépio é a manjedoura. E o que é uma manjedoura? É o artefato utilizado para colocar a ração, a comida do animais. A manjedoura foi utilizada como berço do menino Deus. E o que isso significa? Significa que desde seu nascimento aquele menino já estava predestinado a se dar em alimento ao seu povo. Nascia ali o pão que viria a saciar nossa fome. E isso Jesus viria a nos dizer mais tarde como relata João 6.51 “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”. Neste ponto pergunto: qual será o nosso alimento nesta noite em que celebramos o nascimento do nosso Salvador? Do que vamos nos alimentar nesse dia? Vamos nos empanturrar das guloseimas que tradicionalmente colocamos em nossas mesas ou vamos procurar nos fartar do pão vivo que neste momento está nascendo para nos dar o sustento que nossas almas precisam?

Se você, como eu, ainda não montou seu presépio, quando o fizer, vá colocando peça por peça e medite no significado rico de cada uma. Se você já montou, então pare diante dele, analise a posição de cada membro daquela representação e ore. Ore pedindo a Deus que lhe ajude a montar em seu coração o seu presépio. Como fez com os magos, mostre a você o caminho para se chegar até Aquele que vem nos indicar o céu; que Deus prepare em você a manjedoura que vai receber o pão vivo que desce do céu, saciando-lhe da fome de justiça; como aos pastores, conceda-lhe a graça de poder ser testemunha de Sua obra. Pensemos nisto e nos convertamos a um verdadeiro natal cristão.

Na paz de Cristo, e no amor de Maria e José...