terça-feira, 15 de dezembro de 2009

OBEDIÊNCIA - Fazendo a vontade de Deus

Salve amados, a paz de Cristo.

O Evangelho proposto para o dia de hoje encontramos em Mateus 21: 28-32:

28. “Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha! ’

29. O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi.

30. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi.

31. Qual dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos responderam: “O primeiro.” Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus.

32. Pois João veio até vós, caminhando na justiça, e não acreditastes nele. Mas os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes, para crer nele.


Hoje vou iniciar contando um pouco do meu maravilhoso final de semana, quando estive reunido em família para celebrar dois momentos muito importantes: o aniversário de minha mãe que no dia 9 completou 86 anos e de minha “filhota” que no dia anterior, havia feito 16 anos. Duas gerações separadas por 70 anos. É muito tempo. Para nós. Mas aos olhos de Deus sabemos que devem significar poucos “segundos”. No domingo, marcando esses momentos, celebramos eucaristicamente a data e nos fizemos presente a celebração dominical na Catedral de Petrópolis, onde reside uma parte da família e aonde sempre festejamos essas datas. Como era dia de Santa Luzia, nos fizemos presente também na igreja dedicada a ela. Conta a história que Luzia foi uma jovem de uma região da Itália, que tendo recebido uma formação cristã, se apaixonou por Cristo a ponto de lhe oferecer uma dedicação exclusiva, inclusive uma virgindade perpétua. Seus pais, contudo, já a haviam prometido em casamento a um jovem que quando soube que a intenção de Luzia havia sido referendada tempos depois por seus pais, denunciou-a como cristã ao reino pagão. Luzia, não querendo oferecer sacrifício ao deuses e nem quebrar o seu santo voto, foi muito judiada, tendo inclusive, seus olhos perfurados, mas como a mão divina sempre esteve sobre ela, sua visão havia sido restaurada no dia seguinte. Foi decapitada em 303, para assim testemunhar com a vida - ou morte - o que na juventude dissera: "Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade".

Em virtude do episodio da vista, Santa Luzia é considerada a protetora da visão. Neste dia especialmente, pedimos a Jesus que nos cure dos males da vista. Que através do exemplo de fidelidade e castidade que buscou viver Luzia, possamos ter a graça de ver nossa visão restaurada. Que os olhos do nosso coração possam ser abertos e possamos ver a verdade naquele que é o Caminho. Que nunca sejamos tomados por alguma deficiência que possa-nos deturpar a visão e nos desviar do caminho seguro. É isto que nós cristãos católicos devemos ter em mente no dia de domingo: ter a fé e a fidelidade a Deus que Luzia teve e ver na sua forma de vida um exemplo de conduta honrosa que não se desviou nem sob o perigo da morte que veio a se concretizar pelas mãos do demônio. Deus a honrou, permitindo que neste domingo lembrássemos de quem foi Luzia.

Mas voltando ao domingo, depois de abençoados, voltamos para casa, partilhamos da mesa e continuamos um domingo maravilhoso.
Fora o relato de Santa Luzia – que achei oportuno falar já que não estive aqui no domingo – comentar sobre este dia é algo que hoje acho muito importante e o que vou falar daqui em diante, soará como um “mea culpa”, uma reflexão dos meus atos, um pedido de perdão.

Ao mesmo tempo que tive um maravilhoso final de semana em família, não posso dizer o mesmo a respeito de outras que conheço e que, por vias transversas, também faço parte. Minha cunhada não está muito bem em sua vida conjugal e minha esposa está muito preocupada, muito chateada com a situação e por não estar conseguindo ajudá-la. Eu por minha vez, já tendo um pré-conceito a respeito da situação em que os dois estão vivendo, me coloco inerte, passivo perante aos fatos que escuto e vamos falar a verdade, procuro nem escutar, não dar atenção. Mas ontem, chamado pela minha maravilhosa esposa, parei para refletir toda a situação que nos envolve: a minha família e a família dela. Com a cabeça no travesseiro pude entender o quanto ainda preciso modificar minha vida, meu modo de agir. Me digo cristão mas vejo o quanto me falta para começar a me converter. Me sinto um próprio fariseu quando falo à respeito de família com os outros e não procuro viver esta família que apregôo. Como sou vil e mesquinho preocupando-me somente com minhas coisas, com minha família, com o meu bem-estar, com minha felicidade, com minha satisfação. Ah, Deus, quanto preciso melhorar e modificar. Tenho de modificar meu jeito de ser e viver em comunhão com os irmãos, principalmente aqueles que estão mais próximos de nós, aqueles que estão ao nosso lado e precisam de um conforto, um acalento. Não importa o que um dia nos levou ao afastamento, o que por ventura possa nos ter entristecido. O que importa é que Deus nos mandou, nos indicou o caminho do amor pedindo-nos que amassemos a todos nossos irmãos, que fossemos um, como Ele, o Pai e o Espírito Santo eram Um. Se procuro falar a todos que somos todos parte de um só corpo que é Cristo, brigando com um irmão, ficando de cara feia para ele, estou brigando com uma parte de Deus. E aonde está o “cristianismo” que procuro levar às pessoas? Sou ou não sou um fariseu? Estou ou não estou indo contra tudo aquilo que Deus me ensinou e falo para todos quando estou agindo desta forma? Pois é. Tenho muito caminho ainda a seguir. Tenho muito ainda que modificar. Como sou indigno inclusive de estar aqui e ocupar este espaço e tentar falar de Deus se meu testemunho diz exatamente o contrário.

O evangelho de hoje me alerta também para isso. Jesus conta aos sacerdotes e fariseus que o seguiam a história de um homem que tinha dois filhos. Chamando-os a trabalhar na vinha, um disse que não ia, mas arrepende-se disso, vai. O outro, contudo, prontamente disse ir, mas não comparece ao trabalho. E Jesus pergunta então aos doutores, aos sábios, qual deles havia feito a vontade do pai.

É neste trecho que vou pegar minha reflexão para hoje. Estou fazendo a vontade do Pai? Quando Ele me chamou nesta parte da vida, prontamente o atendi, e disse que iria caminhar. Mas até onde estou lutando, até onde estou conseguindo chegar no campo, até onde estou me esforçando para concretizar o trabalho? Ao menos iniciei minhas tarefas? Não. Fazendo um exame de consciência, vejo que sequer levantei. Sequer estou tentando. Mas isto até agora. Como aquele primeiro filho, devo me arrepender dos meus erros e me colocar no caminho reto. Tenho de levantar de minha posição e me colocar a disposição de quem precisa de mim, de quem está ao meu lado, tenho de me colocar em comunhão com o irmão, só assim, estarei participando verdadeiramente do Corpo de Cristo. Somente modificando minhas atitudes, estarei em busca de ser um verdadeiro cristão. Jesus nos diz hoje que é tempo de nos arrependermos. Ainda há tempo de voltarmos ao caminho justo e reto, ao caminho que vai nos levar à morada eterna.

Hoje o Senhor Jesus me escutou, escutou minhas preces deste domingo e começou a abrir a minha visão. Está restaurando a minha percepção das coisas. Hoje, em nome de Jesus, vou levantar da minha cadeira e procurar modificar meus passos, minhas atitudes, meu jeito de pensar e viver.
Que a Santíssima Trindade possa iluminar os seus caminhos, que possam, assim como eu, fazer uma reflexão em suas vidas e abrir os olhos para um novo amanhecer, uma nova vida, de volta ao caminho. Estamos vivendo este momento. O momento de preparo, de alerta para a volta do Todo Poderoso. Você vai querer vê-lo, ou não? Não perca a sua graça.

Na paz de Cristo e no amor de Maria...

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