terça-feira, 16 de junho de 2009

Amai a todos, indistintamente...

Salve amados,

Que bom estar aqui novamente. Que bom poder voltar aqui e falar um pouco... mesmo que talvez esteja falando somente para mim.

Estive desde o dia 30 em atividades na Paróquia e nem tempo tive para ao menos passar por aqui e dizer olá. Ainda estive pensando em escrever sobre o dia de Corpus Christis, sobre o dia de Santo Antonio e sobre o dia dos namorados, mas não consegui tempo para isso. E como já disse anteriormente, sinto falta disso. O que escrevo ainda que dirigido a quem lê, é também para mim, para minha reflexão. Faz parte de meu devocional diário. Por isso é importante. Mas também é importante que eu desenvolva o trabalho para o qual Deus me chamou, para o serviço que desenvolvo na minha paróquia. Até mesmo da Comunidade que pertenço estive afastado. E eu sinto tanta falta, pois é de lá que me vem o reforço da minha evangelização, minha espiritualidade. Mas agora estou retornando. E isto já me deixa mais tranqüilo.

Pois bem, vamos a reflexão de hoje, que estará contida no Evangelho de Mateus 5, 42-48:

42. Dai a quem te pedir, e não vires as costas a quem te pede emprestado.
43. “Ouvistes que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo! ’
44. Ora, eu vos digo: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem!
45. Assim vos tornareis filhos do vosso Pai que estai nos céus; pois ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e faz cair a chuva sobre justos e injustos.
46. Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os publicanos não fazem a mesma coisa? 47. E se saudais somente os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa?
48. Sede, portanto, perfeitos como o vosso Pai celeste é perfeito.

O Evangelho de hoje é de uma preciosidade maravilhosa. Lógico, toda a Palavra é preciosa. Mas quando nos deparamos com a Palavra imortal, que não se modifica apesar do tempo passado, nos faz refletir primeiramente que a Bíblia de ontem é a mesma de hoje. Não há diferença entre costumes e tradições da época em que foi escrita para as atitudes de um povo que vive nos dias atuais. Por isso gosto de ser enfático em afirmar que a Bíblia deve ser lida sem se fazer concessões, sem se tentar minorar seus mandamentos em virtude de uma época atual. Tem de ser obedecida. Não existe a Palavra de ontem, nem de hoje. Existe a Palavra.

E isto vemos da leitura proposta para hoje. Jesus condenava a atitude daqueles que só gostavam de tratar bem os seus próximos, sem dar importância aos demais.

E qual muitas das vezes não é esta nossa atitude? Só procuramos nos relacionar com aqueles que nos são próximos? Com aqueles que imaginamos partilharem alguma coisa nossa? Mesmo dentro da Igreja, quantas vezes ao menos não sentamos ao lado de determinada pessoa por não a conhecermos ou mesmo por preconceito?

Ora, Jesus falava para uma multidão e com muitos se assentou sem que ao menos fossem partidários de Seus ensinamentos, pois nisto consistia a vontade de Deus: que Seu Enviado levasse a Palavra a todos os povos, sem distinção de raça, cor, credo, sexo, etc.

Deus dá o sol e faz cair a chuva sobre todos os homens. Quantas vezes não escutamos a frase: “o sol nasceu para todos”? Pois é por aí. O mesmo Deus que nos dá o maná, também alimenta o incrédulo. O que vai nos distinguir é que nós cremos N´Ele. E se cremos, devemos seguir seus ensinamentos em busca da sonhada santidade.

Amar aos próximos, aos nossos iguais é fácil, não requer de nós, nenhuma atitude maior da que habitualmente temos. Mas amar nossos desiguais? Interceder por aqueles que nos fizeram mal?

Escutei um dia uma história interessante e que me fez refletir sobre muitas de minhas atitudes. Em um dia qualquer, um pobre homem, miserável, maltrapilho e sujo, havia chegado a porta de uma Igreja antes do início do culto e colocou-se a esmolar. Aproximando-se a hora do culto, os fiéis que chegavam desviavam dele, fingiam não lhe escutar, resmungavam sobre ele estar por ali, pediam até que os obreiros o expulsassem da porta da Igreja, pois estaria causando mal estar nos fiéis. Na hora do culto, entrou na igreja e sentou-se em um banco quase no fim da igreja e ora e outra acompanhava os louvores, dava glória e escutava a pregação, mas por insistência dos outros, chegou a ser retirado de dentro do templo, voltando a sentar-se no chão e continuar a esmolar. Ao final do culto, como de costume, montaram a barraquinha de salgados na porta da igreja e todos os irmãos se colocaram a lanchar, mas nenhum deles foi capaz de oferecer, mesmo diante de pedidos, um lanche aquele pobre coitado. Dado momento, um diácono chama para dentro do templo todos os fiéis que estavam por ali sob o pretexto de fazer um comunicado que havia sido esquecido. Após todos sentarem, eis que adentra novamente o templo aquele homem sujo e fedorento, mas desta vez segue pelo corredor até chegar ao púlpito. Sob o olhar de todos, ele começa a se despir dos farrapos que trajava e passa a lavar o rosto em uma bacia d´água que lhe fora trazida pelo seu diácono.

Aquele homem era ninguém menos que um pastor em uma cidadezinha dos Estados Unidos que havia combinado com apenas um de seus diáconos, que iria fazer um teste de solidariedade entre seus fiéis.

Após passado o espanto de todos os presentes, pôs-se novamente a fazer a pregação daquele dia, agora pautado na experiência partilhada por todos.

Pensemos nisto: o que temos feito de extraordinário pelos nossos irmãos? Até onde estendemos as mãos para ajudar nossos desiguais?

Lembremos que Deus nos deu talentos maravilhosos para utilizarmos em detrimento dos outros, sem especificar quem estes seriam. De acordo com a parábola, aquele que simplesmente “enterrou” seus talentos, sem nada fazer para eles frutificassem, recebeu a reprovação do Senhor. E você? Vai querer as bênçãos infinitas de Deus ou vai se contentar com o que já recebe?

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