quinta-feira, 4 de junho de 2009

O maior dos Mandamentos...

Salve amados,

Já faz algum tempo que não apareço, pelo menos para mim. Fiz desta ação, de escrever em um blog, um exercício diário de mudança de vida, afinal, para falar dentro do tema que me propus, tive de ler a Bíblia, tive de estar mais perto da Palavra, tive que realmente, buscar mais a Deus. Não que isso tivesse virado uma obrigação em virtude de uma atividade, mas sim pelo prazer, um prazer que resgatei desde minha infância quando escutei pela primeira vez minha mãe falando-me de Deus e Suas Maravilhas. Esta ALEGRIA de Deus voltei a ter quando Ele me tirou novamente do mundo, me resgatou das águas turbulentas da vida me se mostrou a mim com um Amor fora do normal. Por isso eu digo que, quando não apareço, parece que faltou-me algo, algo me foi tirado. Falar da Palavra para mim tornou-se essencial. Não sei se alguém lê o que escrevo, talvez minha esposa, mas com tantos afazeres em casa, com as crianças, as vezes não lhe sobra tempo para tanto. As crianças? Ainda são pequenas, o que conhecem de Jesus é como eu conheci: dos pais falando a elas, explicando quem foi Jesus e como Ele deve permanecer Vivo dentro de nós. Temos também uma adolescente que , como muitos adolescentes que conhecemos, ainda se divide entre as coisas de Deus e as coisas do mundo, mas Jesus tem ajudado. Vamos aos trancos e barrancos mais não desistimos. Diariamente falamos de Deus para Ela para que ela possa se sustentar. Mas é assim mesmo. Diz a Palavra que Todos conhecem a Deus, mas quem converte, quem nos empurra mais para perto Dele, é o Espírito Santo. Por isso rogamos a Deus todos os dias: “Senhor, envia Teu Espírito para que Ele faça Maravilhas em nós e não nos afastemos de Ti”. Mas tirando essas pessoas, não sei se alguém mais lê o que escrevo, mas escrever sobre o Pai para mim se tornou importante. É como se eu falasse para mim mesmo, afinal eu, mais do que ninguém, preciso dos Seus ensinamentos vivos dentro de mim.

Mas infelizmente sumi por esses dias. E vocês (se é que existem “vocês) nem sabem aonde estive. Minha paróquia, dedicada a Santo Antonio, está em festa e, neste ano, estamos com cada atividade de tirar o fôlego. Não vou alongar este post falando sobre isso. Mas o Espírito Santo tem manifestado a sua Glória naquele lugar. Se quiserem saber mais um pouco, acessem o blog da Paróquia de Santo Antonio, o qual também mantenho (este também é um motivo para eu não ter aparecido por aqui... falta-me tempo quando tem atividade na Igreja... fazendo parte de uma pastoral, que é de comunicação, praticamente tenho de estar o tempo todo para levar a Igreja para fora dos muros...)

Mas vamos lá. Vamos falar um pouco da liturgia proposta para hoje, que está no Evangelho de Marcos 12: 28-34.

28. Um dos escribas, que tinha ouvido a discussão, percebeu que Jesus dera uma boa resposta. Então aproximou-se dele e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?”
29. Jesus respondeu: “O primeiro é este: ‘Ouve, Israel! O Senhor nosso Deus é um só.
30. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com toda a tua força! ’
31. E o segundo mandamento é: ‘Amarás teu próximo como a ti mesmo’! Não existe outro mandamento maior do que estes.”
32. O escriba disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Na verdade, é como disseste: ‘Ele é único, e não existe outro além dele’.
33. Amar a Deus de todo o coração, com toda a mente e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo, isto supera todos os holocaustos e sacrifícios”.
34. Percebendo Jesus que o escriba tinha respondido com inteligência, disse-lhe: “Tu não estás longe do Reino de Deus”. E ninguém mais tinha coragem de fazer-lhe perguntas.


A passagem segue com Jesus andando pelo Templo em Jerusalém, em um outro momento após Ele ter expulsado o comércio das Portas do Templo. Nesta oportunidade, Jesus foi cercado de Sacerdotes e Doutores da Lei, que lhe interpelavam de forma a poderem arrumar algo contra Ele para “calar-lhe”. Mas como Jesus já conhecia seus corações, não deu oportunidade para que eles conseguissem seu intento. Mas havia um escriba, um Doutor da Lei que, após os outros se afastarem, perguntou a Jesus qual era o primeiro, de todos os mandamentos, afinal, havendo 10, mais os costumes, deveria de haver o mais importante. E Jesus respondeu ao escriba que o primeiro maior mandamento era amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmo. E nisto o escriba reconhece a superioridade de Jesus, chamando-o de Mestre.

Interessante notarmos que Jesus resume todos os mandamentos, todas as regras dadas aos Judeus em um só. Embora possamos dividi-lo em duas partes, não existe divisão. Uma parte é o contexto da outra e vice-versa. Jesus não disse qual era o mais importante, mas qual é “o mandamento”.

È bom que digamos que naquela época, como hoje, o mundo vive uma distorção política e financeira muito grande, onde os ricos estão cada vez mais poderosos e os pobres cada vez mais humilhados. Existe aquela classe que domina e a outra que são os dominados. Jesus quando pregava, também o fazia contra o plano político. Seus ensinamentos de esperança enchiam os corações, tornando as pessoas fortes. Por isso diziam que Jesus insuflava as massas, o povo, tornando-os fortes, capazes de não se submeterem às humilhações dos governantes, dos poderosos.

E quando Jesus nos diz que “amar a Deus sobre todas as coisas” é o maior dos mandamentos, nos faz pensar o que é isso. Será que amamos a Deus realmente sobre todas as coisas? O que é amar a Deus? Ao menos gostamos de Deus? Ora, “Deus” é um “ser” invisível. Como amar algo que não vemos? Primeiro, como acreditar em algo que não vemos, em algo que é tão fácil de nos ser “tirado”?

Sabe amados, parece algo fácil mas não é. O ar não vemos, mas existe. E tanto existe que respiramos por causa dele. Sentimos a brisa ao respirarmos. Isto é o ar. Mas e Deus? Não vemos, não sentimos seu cheiro e, além do mais, conhecemos hoje em dia tanta gente que não vê, e nem quer ver Deus e vive tão bem, com carro do ano, casas, jóias, etc.

Acho que a coisa principal aqui para nós é a palavrinha “crer”. E para crer em Deus eu preciso abdicar de tudo que conheço, para “sentir”, “falar” com alguém que não vejo, mas que SEI que está lá, ou ali, aqui ao meu lado, ao seu. Amar a Deus passa primeiro de tudo por aqui: por crer. Mas acreditar mesmo, não de boca. É ter nele a certeza de nossa existência. Amar a Deus sobre todas as coisas é ver Nele a soberania, Sua Superioridade acima de todo “ouro e prata” que possa haver, pois que são coisas do mundo. Ele é nosso Ouro e Prata, nossa riqueza. Mas então se eu “amar” a Deus então estou cumprindo o mandamento? Eu digo não. Mas sim se também amar ao teu próximo como a ti mesmo, pois se dizemos que Deus está em nós, como podemos deixar de amar alguém sem também deixar de amar a Deus?

E aí emperrou tudo. Aí é mais difícil. Primeiro porque já temos naturalmente o costume de só gostarmos do que é belo. Gostamos das pessoas mais belas, gostamos do carro mais luxuoso, das casas mais lindas. Deixamos o “feio”, o tosto de lado. E isto passamos também para nosso lado humano, inclusive dentro da própria igreja, aonde todos nos chamamos de Cristãos mais na verdade cometemos atos contrários aos mandamentos. Como o Pe disse na missa de ontem, verdadeiros “sepulcros caiados” ou “por fora bela viola, por dentro pão bolorento”. Se vemos um irmãozinho diferente, corremos para não sentarmos ao seu lado, não lhe abraçamos, muito menos não lhe apertamos as mãos no momento da Paz. Isto dentro da Igreja. E o que fazemos fora dela? Já pararam para pensar? Quantas vezes atravessamos a rua para não vermos determinadas pessoas humildes que ficam caídas nas calçadas esmolando? Quanta vezes trancamo-nos em casa para não receber aquela visita chata que sempre aparece? Estas são algumas das coisas que fazemos diariamente e não nos apercebemos ou muitas vezes não queremos nos aperceber de que estamos indo contra o maior de todos os mandamentos? Amar é se dar, é se entregar de corpo e alma pelos irmãos, pelo seu próximo.

Quando se ama a Deus, se esquece o mundo. Paulo já dizia estamos no mundo mas não somos do mundo. Não podemos servir a 2 “senhores” ao mesmo tempo. Ou ficamos com a riqueza que o mundo nos oferece ou ficamos com a “riqueza” que Deus nos dá. E quando somos impelidos a amar ao próximo como a nós mesmos é porque, o que não queremos para nós, logicamente não vamos querer para o outro. Se Cristo vive em nós como afirmamos, como explicar nossas atitudes com nossos irmãos que também são moradas de Deus, fazem parte de seu Corpo? Por isso o mandamento que poderia ser subdividido não o é. Amar a Deus é amar ao próximo e amando ao próximo, estamos amando a Deus, que vive em cada um de nós, seus filhos.

Para terminar quando digo que Jesus resumiu os 10 mandamentos mais um monte de costumes em apenas 1 é porque quem ama não mata, quem ama não cobiça as coisas alheias, não trai, quem ama não mente, não fala falsidades a respeito de ninguém, não humilha, é justo, não rouba, respeita a seus pais e aos mais velhos, trata a todos com carinho. Quem ama, não fala de Deus por falar, mas com o respeito que merece nosso Criador. Quem ama, quer estar sempre perto da pessoa amada e, por isso, guarda ao menos um dia para poder se dedicar a Ele, Deus.

Fica aqui então minha reflexão para hoje. Será que realmente amamos a Deus?

Na paz de Cristo e no Amor de Maria.

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